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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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QUALIDADE sr QUALQUER<br />

<strong>de</strong> falar, chamei <strong>de</strong> Q.. mesmo distinguindo-as<br />

das outras pelo nome <strong>de</strong> Q. secundárias" (Hnsaio,<br />

II, 8, 10). Por outro lado. as Q. (b) e (c)<br />

correspon<strong>de</strong>m às c|iie Locke chamava, respectivamente,<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s primárias c secundárias<br />

(v. mais adiante). Assim retificada, a distinção<br />

entre as várias espécies cie Q. abrange todo<br />

o campo das discussões e dos problemas a que<br />

<strong>de</strong>u origem na tradição iilosófica.<br />

a) À noção <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação clisposicional<br />

faz referência não só a noção <strong>de</strong> Q. oculta, mas<br />

também a <strong>de</strong> força, que a suplantou nos primórdios<br />

da ciência mo<strong>de</strong>rna. Newton dizia: "Os<br />

aristotélicos não <strong>de</strong>ram o nome <strong>de</strong> Q. oculta a<br />

qualida<strong>de</strong>s manifestas, mas a Q. que eles supuseram<br />

além dos corpos, como causas <strong>de</strong>sconhecidas<br />

<strong>de</strong> efeitos manifestos: estas seriam as causas<br />

da gravida<strong>de</strong>, cia atração magnética e elétrica<br />

ou das fermentações, se supuséssemos tratarse<br />

<strong>de</strong> forças ou ações <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> Q. que <strong>de</strong>sconhecêssemos<br />

ou que fossem impossíveis <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir ou manifestar. Tais Q. ocultas impe<strong>de</strong>m<br />

o progresso da <strong>filosofia</strong> natural, e por isso<br />

foram abandonadas nestes últimos-anos" (Optics.<br />

1740, III, 31). Com o mesmo espírito, Wolff<br />

<strong>de</strong>finia como oculta a Q. "<strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> razão<br />

suficiente", e acrescentava: "Q. oculta é, p. ex..<br />

a gravida<strong>de</strong> se for concebida como força primitiva<br />

ou como força que Deus infundiu à matéria,<br />

para a qual não se possa dar apriori nenhuma<br />

razão natural. Tal é também a força motriz, se<br />

for consi<strong>de</strong>rada uma força primitiva que Deus<br />

infundiu à matéria no momento da criação. Certamente<br />

Aristóteles e setis seguidores, que admitiram<br />

as Q. ocultas, usaram esse termo com o<br />

mesmo significado" ( Cosm., § 189). O reparo <strong>de</strong><br />

Wolff é mais claro que o <strong>de</strong> Xewton: uma força<br />

será uma Q. oculta se <strong>de</strong>la não se <strong>de</strong>r razão<br />

suficiente natural, mas não o será se for dada<br />

tal razão. Mas disso resulta também que tanto<br />

a noção <strong>de</strong> Q. oculta quanto a <strong>de</strong> lorça são<br />

integráveis na noção <strong>de</strong> Q. como disposição.<br />

O mesmo significado <strong>de</strong> Q. está presente no<br />

conceito <strong>de</strong> (/iialificaçâo. "Qualificar-se para"<br />

ou "ser qualificado para" significa ter a capacida<strong>de</strong><br />

ou a competência, ou seja, a qualida<strong>de</strong><br />

clisposicional para realizar dada tarefa ou alcançar<br />

<strong>de</strong>terminado objetivo. Às vezes, porém, o termo<br />

"qualificado" significa somente "limitado"<br />

ou "caracterizado por dadas condições", como<br />

acontece na linguagem jurídica.<br />

b, c) As Q. nos sentidos B e C são as Q. tradicionalmente<br />

distingtiidas como primarias e<br />

secundárias. (As'termos "primário" e "secundá-<br />

rio" remontam a Boyle. mas a distinção é bastante<br />

antiga e remonta a Demócrito (l'r. 5,<br />

Diels). Depois <strong>de</strong> muitos séculos foi retomada<br />

por Galileu (cf. Opere. ed. nac. VI, p. 347, ss.).<br />

por Hoblies (Decorp., 25. 3). por Descartes (Princ.<br />

phil, I. 57; Méd.. VI) e por Locke (Ensaio, II, 3,<br />

9), que a difundiu na <strong>filosofia</strong> européia. A base<br />

da distinção é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quantificação<br />

que as Q. no sentido c têm em relação ás do<br />

sentido h. por esta possibilida<strong>de</strong>, fogem às<br />

valorações individuais, mostrando-se in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

do sujeito e plenamente "objetivas" ou<br />

"reais". Km segtiida a distinção foi combatida<br />

(p. ex.. por Berkeley), principalmente com o<br />

fim <strong>de</strong> mostrar que nem mesmo as Q. primárias<br />

são objetivas, e que todas são igualmente subjetivas,<br />

ou seja. consistem em "idéias" (Principies<br />

ofHitman Knowledge, 1, § K 1 ). Segundo Husserl,<br />

o significado da distinção seria o seguinte: "A<br />

coisa experimentada fornece o simples boc.<br />

um .Y vazio que se torna portador das <strong>de</strong>terminações<br />

matemáticas e cias fórmulas inerentes, e<br />

c[ue não existe no espaço perceptivo, mas num<br />

espaço objetivo do qual o primeiro é apenas<br />

indício, ou seja, numa varieda<strong>de</strong> eucli<strong>de</strong>ana<br />

tridimensional <strong>de</strong> que só'é possível fazer uma<br />

representação simbólica" (I<strong>de</strong>en, 1, § 40). Neste<br />

sentido, as Q. objetivas <strong>de</strong>lineariam a natureza<br />

<strong>de</strong> um objeto transcen<strong>de</strong>nte à percepção sensível,<br />

ao qual esta acenaria como a algo distante.<br />

QUALIDADE DAS PROPOSIÇÕES (lat.<br />

Qitalitas proposítionum; in. Qtialíly ofpropositiuns;<br />

fr. Qualité <strong>de</strong>s propus ilions; ai.<br />

Qitalitát <strong>de</strong>s Urteils-, it. Qualità <strong>de</strong> lie proposizioni).<br />

Foi provavelmente o neoplatônico<br />

Apuleio. contemporâneo <strong>de</strong> Galem >, o primein ><br />

a usar as palavras Q. e quutilidaáe para indicar,<br />

respectivamente, a distinção das proposições<br />

em afirmativas e negativas e em universal<br />

e particular (De ínl.. p. 266; cf. PRAÍNTL. Cescbichte<br />

<strong>de</strong>r Logik, I, p. 581). Kant acrescentou aos dois<br />

juízos tradicionais <strong>de</strong> Q. o juízo infinito. (V.<br />

IM-IMTO, Jrizo)<br />

QUALIFICAÇÃO. V. QIWI.IDADI-:.<br />

QUALQUER (gr. raiç; lat. Omnis-, in. Any. fr.<br />

Cbaqne-, ai. fe<strong>de</strong>r, it. Og)ii). Na lógica contemporânea,<br />

"Q" é um operador <strong>de</strong> campo, cujo<br />

símbolo mais usado é "(x)". p. ex. em formulas<br />

como "(x)" . "/(x)", que se lê "para qualquer .r,<br />

f(x) é verda<strong>de</strong>iro". Isso correspon<strong>de</strong> a um produto<br />

lógico (ou conjunção lógica) operado no<br />

campo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> (x). ou seja. à conjunção<br />

"f(a) e f(b) e /(c) e...". Sempre que/(x) for

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