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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SER 881 SER<br />

II, 14). A segunda característica <strong>de</strong>ssa doutrina<br />

6 a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da referência objetiva dos termos<br />

da proposição (i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da coisa em lugar<br />

da qual estão).<br />

O Segundo a terceira interpretação fundamental,<br />

a cópula é unia relação. Esta interpretação<br />

po<strong>de</strong> ser dividida em duas alternativas: a<br />

primeira (a) consi<strong>de</strong>ra que a relação predicativa<br />

6 subjetiva; a segunda (b) consi<strong>de</strong>ra-a<br />

objetiva.<br />

a) A interpretação do S. predicativo como<br />

relação que é ato ou operação do sujeito<br />

pensante tem como pressuposto óbvio o<br />

princípio cartesiano <strong>de</strong> que o objeto imediato<br />

do conhecimento humano é apenas a idéia.<br />

Desse ponto <strong>de</strong> vista, a proposição apresentase<br />

como juízo e começa a ter esse nome parque<br />

juízo 6 exatamente o ato com que o espírito<br />

escolhe ou <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>. Descartes diz: "Dos meus<br />

pensamentos, alguns são como imagens das<br />

coisas, e a eles só convém o nome <strong>de</strong> idéia:<br />

como quando represento um homem. Lima<br />

quimera, o céu, um anjo, ou Deus. Outros pensamentos<br />

têm, além <strong>de</strong>stas, outras formas; p.<br />

ex.. quando quero, temo, afirmo ou nego,<br />

estou concebendo alguma coisa como objeto<br />

da ação <strong>de</strong> meu espírito, mas, com essa ação,<br />

acrescento alguma outra coisa á idéia <strong>de</strong>sse<br />

objeto; <strong>de</strong>sses pensamentos, alguns são chamados<br />

<strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>s ou emoções; outros, <strong>de</strong><br />

juízos" (Méd, III). Portanto, segundo Descartes,<br />

juízo é uma ação do espírito por meio da qual<br />

"se acrescenta alguma coisa" ã idéia que se tem<br />

<strong>de</strong> um objeto; em outros termos, é um ato <strong>de</strong><br />

unificação ou síntese. Esta noção é claramente<br />

expressa na Lógica, <strong>de</strong> Arnauld: "Quando digo<br />

'Deus é justo', 'Deus' é o sujeito <strong>de</strong>ssa proposição,<br />

justo' é o atributo, e a palavra 'é' marca<br />

a ação cio meu espírito que afirma, ou seja, que<br />

liga as idéias 'Deus' e 'justo' como convenientes<br />

uma ã outra" (Log., II, 3). A <strong>de</strong>finição lockiana<br />

<strong>de</strong> conhecimento como "percepção <strong>de</strong> vínculo<br />

e concordância ou <strong>de</strong> discordância e oposição<br />

entre nossas idéias" (Ensaio, IV, I, § 2) expressa<br />

exatamente a mesma tese. Locke diz: "Tudo<br />

o que sabemos ou po<strong>de</strong>mos afirmar sobre<br />

uma idéia qualquer resi<strong>de</strong> em ser ou não essa<br />

idéia igual a uma outra; em coexistir ou não<br />

com alguma outra idéia no mesmo sujeito; em<br />

ter uma ou outra relação com alguma outra<br />

idéia; ou em ter existência real ou fora do espírito"<br />

(Ibid.. IV, I § 7). Portanto, mesmo em seu<br />

LISO existencial, o verbo S. só faz expressar relações<br />

percebidas pelo espírito, vale dizer, as<br />

relações cuja realida<strong>de</strong> está no sujeito cognoscente,<br />

embora não somente nele. Kant expressou esse<br />

mesmo conceito ao afirmar que o ato <strong>de</strong> juízo,<br />

ativida<strong>de</strong> própria do intelecto, é a síntese: "Entendo<br />

por síntese, no sentido mais amplo <strong>de</strong>ssa<br />

palavra, o ato <strong>de</strong> unir diversas representações<br />

e compreen<strong>de</strong>r a sua multiplicida<strong>de</strong> num só<br />

conhecimento" (Críl. R. Pura. § 10). Todas as<br />

interpretações i<strong>de</strong>alistas da relação predicativa<br />

no mundo mo<strong>de</strong>rno partem <strong>de</strong>ssa afirmação<br />

kantiana. Ativida<strong>de</strong> sintética, po<strong>de</strong>r sintético do<br />

espírito, síntese a priori. são expressões às<br />

quuis a interpretação i<strong>de</strong>alista do kantismo. a<br />

partir do Romantismo, emprestou um significado<br />

enfático e criativo, que <strong>de</strong> certo não tinham<br />

na doutrina <strong>de</strong> Kant: <strong>de</strong> qualquer modo, expressar?]<br />

o caráter subjetiva c/a ativida<strong>de</strong> sintética.<br />

que como tal só po<strong>de</strong> operar entre "idéias" ou<br />

"representações", vale dizer, entre elementos<br />

ou estados do mesmo sujeito. A dificulda<strong>de</strong><br />

fundamental que se opõe a essa doutrina é a<br />

obvia consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que uma asserçâo qualquer<br />

não visa a estabelecer uma relação entre<br />

duas idéias, representações ou conceitos, mas<br />

entre os objetos aos quais se faz referência<br />

atnnés <strong>de</strong>les. Quando se afirma "Sócrates é um<br />

homem", não se quer dizer que a representação<br />

Sócrates é homem, mas sim o indivíduo<br />

real ao qual o nome se refere. K em observações<br />

<strong>de</strong>sse tipo que se baseia a alternativa<br />

objetivista.<br />

b) A doutrina da cópula como relação objetiva<br />

foi apresentada pela primeira vez por De<br />

Morgan (FormalLogic, 1847, cap. 3) e adotada<br />

pelo criador cia lógica matemática, Boole. Para<br />

este, a lógica tem duas espécies <strong>de</strong> relações:<br />

entre coisas e entre fatos; estas últimas também<br />

poejem ser chamadas <strong>de</strong> relações entre proposições<br />

(Ixiivs ofTbougbt. 1854, I, § 6). De acordo<br />

coin essa teoria, a relação expressa pela cópula<br />

é a mesma em todas as formas proposicionai.s,<br />

não porque sua natureza esteja expressa<br />

na proposição, mas porque é estabelecida<br />

por convenção. A cópula po<strong>de</strong> então expressar<br />

uma relação qualquer. Nesse sentido,<br />

ela foi chamada por De Morgan (Cambridge<br />

Philosophical Transactions. X, 339)<br />

<strong>de</strong> cópula abstrata. Peirce distinguiu os vários<br />

tipos <strong>de</strong> cópula da seguinte maneira:<br />

"Cópula transitiva é aquela para a qual é válido<br />

o modo Barbara. Schrõ<strong>de</strong>r <strong>de</strong>monstrou o<br />

importante teorema <strong>de</strong> que, se usamos A 1 para<br />

representar a espécie <strong>de</strong> cópula cujo exemplo<br />

é 'maior que', então existe algum termo relativo r

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