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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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CIÊNCIA, TEORIA DA 140 CIÊNCIAS, CLASSIFICAÇÃO DAS<br />

objetivida<strong>de</strong> científica torna inevitável que<br />

qualquer asserção científica seja sempre provisória".<br />

O homem não po<strong>de</strong> conhecer, mas só<br />

conjecturar (Jbid., pp. 278, 280). Afirmar que os<br />

instrumentos <strong>de</strong> que a C. dispõe se <strong>de</strong>stinam<br />

a <strong>de</strong>monstrar a falsida<strong>de</strong> da C. é um outro<br />

modo <strong>de</strong> exprimir o conceito da autocorribilida<strong>de</strong><br />

da C: provar a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma asserção<br />

significa, <strong>de</strong> fato, substituí-la por outra<br />

asserção, cuja falsida<strong>de</strong> ainda não foi provada,<br />

corrigindo portanto a primeira. A noção da<br />

autocorrigibilida<strong>de</strong> sem dúvida constitui a garantia<br />

menos dogmática que a C, po<strong>de</strong> exigir<br />

da sua própria valida<strong>de</strong>. Permite uma análise<br />

menos preconceituosa dos instrumentos <strong>de</strong><br />

verificação e controle <strong>de</strong> que cada C. dispõe.<br />

CIÊNCIA, TEORIA DA (in. Science of<br />

science; fr. Doctrine <strong>de</strong> Ia science; ai. Wissenschaftslehre,<br />

it. Dottrina <strong>de</strong>lia scienza). Expressão<br />

com a qual Fichte <strong>de</strong>signou "a C. das C. em<br />

geral", isto é, a C. que expõe <strong>de</strong> modo sistemático<br />

o princípio fundamental em que se apoiam<br />

todas as outras ciências. "Qualquer C. possível<br />

tem um princípio fundamental que nela não<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrado, mas que já <strong>de</strong>ve ter<br />

sido verificado antes <strong>de</strong>la. Ora, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>monstrado<br />

esse princípio fundamental? Sem dúvida<br />

na C. que <strong>de</strong>ve fundamentar todas as C.<br />

possíveis" {Über <strong>de</strong>m Begriff <strong>de</strong>r Wissenschaftslehre,<br />

Y79A, § 2; trad. it., pp. 11-12). Fichte<br />

i<strong>de</strong>ntificava a teoria da C. com a <strong>filosofia</strong>, vendo<br />

o seu princípio fundamental no Eu.<br />

Essa expressão ainda é usada hoje, quase<br />

sempre com referência a Fichte. Todavia, B.<br />

Bolzano adotou-a como título <strong>de</strong> uma obra<br />

para indicar a doutrina que expõe as regras <strong>de</strong><br />

divisão do campo em cada C. e <strong>de</strong> aprendizado<br />

do próprio saber (Wissenschaftslehre, 1837, I,<br />

§ 6; cf. IV, § 392 ss.). Mas, para a disciplina que<br />

consi<strong>de</strong>ra as formas ou os procedimentos do<br />

conhecimento científico, têm sido usadas mais<br />

freqüentemente as palavras epistemologia (v.) e<br />

metodologia (v.).<br />

CIÊNCIA NOVA. Expressão com que G. B.<br />

Viço <strong>de</strong>signou a sua principal obra, publicada<br />

pela primeira vez em 1725 e, em novas edições,<br />

em 1730 e em 1744. O título completo<br />

Princípios <strong>de</strong> uma ciência nova acerca da natureza<br />

comum das nações expressa a finalida<strong>de</strong><br />

da obra. Viço propunha-se instaurar uma<br />

ciência que tivesse como tarefa o estudo das<br />

leis próprias da história humana, do mesmo<br />

modo como a C. natural estuda as leis do mun-<br />

do natural. Viço quer ser o Bacon da história,<br />

propondo-se rastrear sua or<strong>de</strong>m e exprimi-la<br />

em leis. As caracterizações fundamentais que<br />

ele dá da C. nova são as seguintes (cf. especialmente<br />

a C. N. <strong>de</strong> 1744, I, Do método):<br />

I a a C. nova é uma "teologia civil e racional<br />

da providência divina", isto é, a <strong>de</strong>monstração<br />

da or<strong>de</strong>m provi<strong>de</strong>ncial que se vai atualizando<br />

na socieda<strong>de</strong> humana, à medida que o homem<br />

se ergue da sua queda e da sua miséria primitiva.<br />

Viço opõe essa teologia civil (= social) à teologia<br />

física da tradição, que <strong>de</strong>monstra a ação<br />

provi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> Deus na natureza;<br />

2 a a C. nova é uma "história das idéias humanas<br />

sobre a qual parece <strong>de</strong>ver proce<strong>de</strong>r a<br />

metafísica da mente humana": é a <strong>de</strong>terminação<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento intelectual humano,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> as origens grosseiras até a racionalida<strong>de</strong><br />

reflexiva. Nesse sentido, também é uma "crítica<br />

filosófica que mostra a origem das idéias humanas<br />

e a sua sucessão";<br />

3 a em terceiro lugar, a C. nova ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>screver<br />

" uma história i<strong>de</strong>al eterna, sobre a qual<br />

transcorram, no tempo, as histórias <strong>de</strong> todas as<br />

nações, nos seus surgimentos, progressos, estados,<br />

<strong>de</strong>cadências e fins". Como tal, a C. nova<br />

também é uma C. dos princípios da história<br />

universal e do direito natural universal;<br />

4 a a C. nova é, além disso, uma "<strong>filosofia</strong> da<br />

autorida<strong>de</strong>', isto é, da tradição, pois é da tradição<br />

que extrai as provas <strong>de</strong> fato (ou filológicas)<br />

que comprovam a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> sucessão das ida<strong>de</strong>s<br />

da história.<br />

Sobre o conceito <strong>de</strong> história <strong>de</strong> Viço, v. HIS-<br />

TÓRIA.<br />

CIÊNCIAS, CLASSIFICAÇÃO DAS (in<br />

Classification ofscíences; fr. Classification <strong>de</strong>s<br />

sciences; ai. Klassifikation <strong>de</strong>r Wissenschafte, it.<br />

Classificazione <strong>de</strong>lle scienze). Enquanto uma<br />

enciclopédia (v.) é a tentativa <strong>de</strong> dar o quadro<br />

completo <strong>de</strong> todas as disciplinas científicas e<br />

<strong>de</strong> fixar <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>finitivo as suas relações <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong>nação e subordinação, uma classificação<br />

das C. tem só o intuito mais mo<strong>de</strong>sto <strong>de</strong> dividir<br />

as C. em dois ou mais grupos, segundo a afinida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seus objetos ou <strong>de</strong> seus instrumentos<br />

<strong>de</strong> pesquisa. É óbvio que as enciclopédias das<br />

C. também po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas simples<br />

classificações, mas algumas classificações simples,<br />

feitas pelos filósofos do século XIX, foram<br />

muito mais eficazes nesse trabalho científico.<br />

A mais famosa <strong>de</strong> todas é a proposta por Ampère,<br />

<strong>de</strong> C. do espírito, ou noológicas, e C. da<br />

natureza, ou cosmológicas (Essai sur Ia philo-

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