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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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DADO-A-SI-MESMO ou AUTOPRESENTAÇAO 231 DATISI<br />

Bergson, consi<strong>de</strong>rou o D. como um privilégio da<br />

experiência interior, isto é, da consciência. O<br />

Ensaio sobre os dados imediatos da consciência,<br />

<strong>de</strong> Bergson (1889), apresenta-se como a tentativa<br />

<strong>de</strong> rastrear o D. originário da consciência<br />

em sua pureza, libertando-o das superestruturas<br />

intelectuais. Tal D. originário é, para Bergson, a<br />

duraçãodí\ consciência, ou seja, a vida da consciência<br />

como autocriação e liberda<strong>de</strong>. Para gran<strong>de</strong><br />

parte da <strong>filosofia</strong> contemporânea, o D. é,<br />

como para Bergson, um D. da consciência, que<br />

só po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scoberto e reconhecido na busca<br />

da própria interiorida<strong>de</strong>. Para Husserl, porém, o<br />

D. assume significado mais geral. Segundo ele.<br />

qualquer procedimento rigoroso, seja ele científico<br />

ou filosófico, tem o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> voltar-se para o<br />

"dar-se originário" das coisas e fazer as coisas falar.<br />

"Julgar as coisas racional ou cientificamente",<br />

diz ele, "significa voltar-se para elas, remontar<br />

dos discursos e das opiniões às próprias coisas,<br />

interrogá-las em seu dar-se (Selbstgegebenheit) e<br />

eliminar todos os precon<strong>de</strong>itos alheios a elas"<br />

(I<strong>de</strong>en, I, § 19). A pesquisa fenomenológica, da<br />

forma como é concebida por Husserl, consiste<br />

em pôr-se na condição em que as coisas se dão,<br />

em que se revelam na sua essência. Dewey enten<strong>de</strong><br />

o dado como situação total <strong>de</strong> on<strong>de</strong> são<br />

extraídos os elementos para as soluções <strong>de</strong> um<br />

problema. "O que é D., no sentido estrito da palavra,<br />

é o campo ou a situação total. O D., no<br />

sentido <strong>de</strong> singular, seja objeto ou qualida<strong>de</strong>, é o<br />

aspecto, o momento ou o elemento especial da<br />

presente situação real. e é abstraído <strong>de</strong>sta a fim<br />

<strong>de</strong> localizar e i<strong>de</strong>ntificar seus traços problemáticos,<br />

com referência à indagação que se <strong>de</strong>ve<br />

efetuar naquele momento e naquele lugar. Para<br />

ser mais exato, o D. singular é mais uma assunção<br />

do que um D." (Logic, cap. VII; trad. it., p.<br />

181). O uso filosófico estabelece, portanto, dois<br />

conceitos diferentes da noção <strong>de</strong> D.: I a o D. é o<br />

ponto <strong>de</strong> partida da análise, isto é, a situação <strong>de</strong><br />

que se parte para resolver um problema ou as<br />

assunções ou os antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> uma inferência<br />

ou <strong>de</strong> um discurso qualquer; 2- o D. é o ponto<br />

<strong>de</strong> chegada da busca porque é o que se obtém<br />

quando se retiram do campo <strong>de</strong> indagação preconceitos,<br />

opiniões ou superestruturas falsificadoras,<br />

permitindo que se mostre e manifeste a<br />

realida<strong>de</strong> enquanto tal. O primeiro sentido foi<br />

assumido por Locke, Kant e Dewey; o segundo<br />

sentido, por Natorp, Bergson e Husserl.<br />

DADO-A-SI-MESMO ou AUTOPRESENTA-<br />

ÇAO (ai. Selbstgegebenheit). Assim chamou<br />

Husserl (I<strong>de</strong>en, I, § 67) a representação em que<br />

o objeto é dado <strong>de</strong> modo claro e visual: "Para<br />

cada essência, assim como para cada momento<br />

individual a ela correspon<strong>de</strong>nte, há uma<br />

proximida<strong>de</strong> absoluta (por assim dizer) em que<br />

o seu dar-se, em relação a uma série <strong>de</strong> graus<br />

<strong>de</strong> clareza, é absoluta, ou seja, é pura autopresentaçào"<br />

(ibid., § 67). Em outros termos, a<br />

essência tornou-se tão transparente na representação<br />

que não há mais nenhum anteparo<br />

entre ela e ela mesma.<br />

DARAPTI. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o primeiro dos seis modos<br />

do silogismo <strong>de</strong> terceira figura, mais precisamente<br />

o que consiste em uma premissa universal<br />

afirmativa, uma premissa universal afirmativa e<br />

uma conclusão particular afirmativa, como no<br />

exemplo: "Todo homem é substância; todo homem<br />

é animal: logo, alguns animais são substâncias"<br />

(PEDRO HISPANO, Summ. log., 4. 14).<br />

DARII. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o terceiro dos nove<br />

modos do silogismo <strong>de</strong> primeira figura, mais<br />

precisamente o que consiste em uma premissa<br />

universal afirmativa, uma premissa particular<br />

afirmativa e uma conclusão particular afirmativa,<br />

como no exemplo: "Todo homem é animal;<br />

alguns seres capazes <strong>de</strong> rir são homens: logo,<br />

alguns seres capazes <strong>de</strong> rir são animais"<br />

(PEDRO HISPANO, Summ. log., 4.07).<br />

DARWINISMOUn. Darwinism, fr. Darwinisme.<br />

ai. Danvinismus; it. Darwinismo). Doutrina<br />

da evolução biológica, segundo os fundamentos<br />

enunciados por Darwin: I a existência<br />

<strong>de</strong> pequenas variações orgânicas, que se verificariam<br />

nos seres vivos sob a influência das<br />

condições ambientais, das quais algumas (pela<br />

lei da probabilida<strong>de</strong>) seriam biologicamente<br />

vantajosas; 2- seleção natural, graças à qual sobreviveriam,<br />

na luta pela vida, os indivíduos<br />

nos quais se manifestassem as variações orgânicas<br />

favoráveis (Origem das espécies, 1859).<br />

Também são partes integrantes do D. a hipótese<br />

<strong>de</strong> que o homem <strong>de</strong>scen<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais inferiores<br />

(Descendência do homem, 1871) e o<br />

agnostícismo diante dos problemas metafísicos<br />

(V. AGNOSTÍCISMO; EVOLUÇÃO).<br />

DATISI. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o quarto dos seis<br />

modos do silogismo <strong>de</strong> terceira figura, mais<br />

precisamente o que consiste em uma premissa<br />

universal afirmativa, uma premissa particular<br />

afirmativa e uma conclusão particular<br />

afirmativa, como no exemplo: "Todo homem<br />

é substância; alguns homens são animais:

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