22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

JUÍZOS, CLASSIFICAÇÃO DOS 593 JUSTIÇA<br />

lógica, I, 1922 2 , pp. 192 ssj. Para Bradley e Bosanquet,<br />

o sujeito autêntico doj., ao qual se referem<br />

as qualificações ou a idéia que o constituem,<br />

é a realida<strong>de</strong> total, ou seja, o Absoluto ou<br />

Consciência (BRADLFY, Appearcmce and Reality,<br />

1902-, p. 370; BOSANQIKT, Logic, I. 1888, p.<br />

294). Por outro lado, os próprios lógicos matemáticos<br />

usaram freqüentemente a palavra "}.",<br />

porém em sentido diferente, passando então a<br />

prevalecer o termo proposição (v.).<br />

Contudo, foi no próprio campo cia lógica filosófica<br />

que se esboçou a reação contra a noção<br />

<strong>de</strong> J. como operação mental. Husserl estabeleceu<br />

inicialmente a distinção entre o ato<br />

judicativo e sua essência "intencional" ou "cognitiva",<br />

que seria seu conteúdo objetivo (Logische<br />

Utitersuchunge}!, 1900, II. V, § 21), e mais<br />

tar<strong>de</strong> fez a distinção entre o |. como noeseiy.),<br />

que é o "julgar", e o J. como noema (v.), que é o<br />

"julgado", o "juízo formulado" que possibilita a<br />

consi<strong>de</strong>ração lógico-formal do próprio J. Ambos<br />

os aspectos são dados na vivência (Erlebnís)<br />

do julgar (I<strong>de</strong>en, I. § 94).<br />

JUÍZOS, CLASSIFICAÇÃO DOS (in Clussification<br />

vf judgments-, fr. Classification <strong>de</strong>s<br />

jugeinents-, ai. Einteilung <strong>de</strong>r Urteile. it. Classificazione<br />

<strong>de</strong>i giudizi). 1. Com esta expressão<br />

enten<strong>de</strong>-se comumente a classificação das proposições,<br />

ou seja, sua divisão em afirmativas e<br />

negativas, universais e particulares, categóricas<br />

e hipotéticas, etc. Para tal significado, v. PROPO-<br />

SIÇÕES, CLASSIFICAÇÃO DAS.<br />

2. Mais propriamente, enten<strong>de</strong>-se por esta<br />

expressão a divisão das ativida<strong>de</strong>s valorativas.<br />

Nesse sentido, Kant distinguiu o juízo <strong>de</strong>terminante<br />

( propriamente intelectual) do juízo reflexivo<br />

(teleológico ou estético). Definindo em<br />

geral o juízo como "faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar o particular<br />

como contido no geral", Kant consi<strong>de</strong>ra<br />

que no juízo <strong>de</strong>terminante é dacio o geral (a regra,<br />

o princípio, a lei), cabendo subsumir-lhe o<br />

particular (o múltiplo sensível), enquanto no<br />

juízo reflexivo é dado o particular (as coisas naturais)<br />

cabendo encontrar o geral ao qual ele<br />

está subsumido, ou seja, o fim no qual as coisas<br />

são reintegráveís mediante um conceito (juízo<br />

teleológico) ou imediatamente, sem conceito<br />

(juízo estético) (Críl. do juízo, Intr.. § IV). Essas<br />

distinções pertencem efetivamente ao plano <strong>de</strong><br />

divisão dos juízos, como ativida<strong>de</strong>s valorativas,<br />

enquanto as <strong>de</strong>mais distinções que Kant faz,<br />

como entre juízos analíticos e sintéticos ou as<br />

que se encontram na tábua dos juízos que ele<br />

dá no § 9 da Crítica da Razão Pura, pertencem<br />

ao plano das proposições. A relutância do pensamento<br />

contemporâneo em estabelecer distinções<br />

rígidas entre as ativida<strong>de</strong>s humanas impe<strong>de</strong><br />

que se estabeleçam distinções nítidas entre<br />

as diversas ativida<strong>de</strong>s judicativas. Fala-se certamente<br />

<strong>de</strong> um juízo estético, que é diferente do<br />

juízo intelectual ou do juízo moral, mas fala-se<br />

analogamente <strong>de</strong> juízo econômico, jurídico,<br />

etc, sem que isso implique a diversida<strong>de</strong> ou a<br />

respectiva autonomia <strong>de</strong> diferentes faculda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> juízo. Em geral, po<strong>de</strong>-se dizer que uma ativida<strong>de</strong><br />

judicativa assume o nome do campo<br />

específico a que ela se refere, <strong>de</strong> tal forma que<br />

é possível falar <strong>de</strong> juízos atinentes a campos<br />

especialíssimos, que obviamente se recusam a<br />

ser consi<strong>de</strong>rados "formas" ou "categorias" espirituais.<br />

JUSNATURALISMO. Teoria do direito natural<br />

configurada nos sécs. XVII e XVIII a partir<br />

<strong>de</strong> Hugo Grocio (1583-1645), também representada<br />

por Hobbes (1588-1679) e por<br />

Pufenelorf (1632-94). Essa doutrina, cujos <strong>de</strong>fensores<br />

formam um gran<strong>de</strong> contingente <strong>de</strong> autores<br />

<strong>de</strong>dicados às ciências políticas, serviu <strong>de</strong><br />

fundamento à reivindicação das duas conquistas<br />

fundamentais do mundo mo<strong>de</strong>rno no campo<br />

político: o princípio da tolerância religiosa e<br />

o cia limitação cios po<strong>de</strong>res do listado. Desses<br />

princípios nasceu <strong>de</strong> fato o listado liberal mo<strong>de</strong>rno<br />

(v. LIBERALISMO). O J. distingue-se da teoria<br />

tradicional do direito natural por não consi<strong>de</strong>rar<br />

que o direito natural represente a participação<br />

humana numa or<strong>de</strong>m universal perfeita,<br />

que seria Deus (como os antigos julgavam, p,<br />

ex., os estóicos) ou viria <strong>de</strong> Deus (como julgaram<br />

os escritores medievais), mas que ele é a<br />

regulamentação necessária das relações humanas,<br />

a que se chega através da razão, sendo,<br />

pois. in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Assim,<br />

o J. representa, no campo moral e político,<br />

reivindicação da autonomia da razão que o<br />

cartesiani.smo afirmava no campo filosófico e<br />

científico (v. DIREITO).<br />

JUSTIÇA (gr. SiKatoaúvn; lat. Justitia; in.<br />

Justice, fr. Justice, ai. Gerechtigkeít; it. Giustizia).<br />

Em geral, a or<strong>de</strong>m das relações humanas<br />

ou a conduta <strong>de</strong> quem se ajusta a essa or<strong>de</strong>m.<br />

Po<strong>de</strong>m-se distinguir dois significados principais:<br />

1'-' J. como conformida<strong>de</strong> da conduta a<br />

uma norma; 2" }. como eficiência <strong>de</strong> uma norma<br />

(ou <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> normas), enten<strong>de</strong>nclo-se<br />

por eficiência <strong>de</strong> uma norma certa capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> possibilitar as relações entre os<br />

homens. No primeiro significado, esse conceito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!