22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ABERTO ABSOLUTISMO<br />

Peirce introduziu o termo abduction (ou<br />

retroductíon) para indicar o primeiro momento<br />

do processo indutivo, o da escolha <strong>de</strong> uma<br />

hipótese que possa servir para explicar <strong>de</strong>terminados<br />

fatos empíricos (Coll. Pap., 2.643).<br />

ABERTO (in. Open; fr. Oiwert; it. Aperto).<br />

Adjetivo empregado freqüentemente em sentido<br />

metafórico na linguagem comum e filosófica<br />

para indicar atitu<strong>de</strong>s ou instituições que<br />

admitem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participação ou comunicação<br />

ampla ou até mesmo universal. Um<br />

"espírito aberto" é um espírito acessível a sugestões,<br />

conselhos, críticas que lhe vêm dos<br />

outros ou da própria situação e que está disposto<br />

a levar em conta, isto é, sem preconceitos,<br />

tais sugestões. Uma "socieda<strong>de</strong> aberta" é<br />

uma socieda<strong>de</strong> que possibilita a correção <strong>de</strong><br />

suas instituições por vias pacíficas (K. POPPER,<br />

The Open Society and it Enemies, Londres,<br />

1945). Bergson <strong>de</strong>u o nome <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> aberta<br />

àquela que "abraça a humanida<strong>de</strong> inteira"<br />

(Deux sources, 1932,1; trad. ital., p. 28). C. Morris<br />

falou <strong>de</strong> um "eu aberto" (The Open Self, 1948),<br />

A. Capitini <strong>de</strong> uma "religião aberta" (Religione<br />

aperta, 1955).<br />

AB ESSE AD POSSE. É uma das consequentiaeformales<br />

(v. CONSEQÜÊNCIA) da Lógica Escolástica;<br />

ab esse ad posse valet (tenef) consequentia,<br />

ou, com maior rigor, ab Ma <strong>de</strong> inesse<br />

valet (tenet) Ma <strong>de</strong>possibili; isto é: <strong>de</strong> "'p' é verda<strong>de</strong>ira"<br />

segue-se que "'p' é possível". G. P.<br />

AB INVTDIA. Assim Wolff <strong>de</strong>nomina "as razões<br />

com as quais se provoca ódio contra as<br />

opiniões dos outros" (Log., § 1.049). É o assunto<br />

preferido pelos "perseguidores", isto é, por<br />

aqueles "que, com o pretexto <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a<br />

verda<strong>de</strong>, procuram levar os adversários ao perigo<br />

<strong>de</strong> per<strong>de</strong>rem a fama, a fortuna ou a vida"<br />

(Ibid., § 1.051).<br />

ABISSAL, PSICOLOGIA. V. PSICOLOGIA, E.<br />

ABNEGAÇÃO (gr. à7rápvr|Oiç; lat. Abnegatio-,<br />

in. Self-<strong>de</strong>nial; fr. Abnégation; ai. Verleugnung-<br />

it. Abnegacione). É a negação <strong>de</strong> si<br />

mesmo e a disposição <strong>de</strong> pôr-se a serviço dos<br />

outros ou <strong>de</strong> Deus, com o sacrifício dos próprios<br />

interesses. Assim é <strong>de</strong>scrita essa noção no<br />

Evangelho (Mat., XVI, 24; Luc, IX, 23): "Se alguém<br />

quer vir após mim, renuncie a si mesmo,<br />

e tome cada dia a sua cruz". Essa negação <strong>de</strong> si<br />

mesmo, porém, não é a perda <strong>de</strong> si mesmo,<br />

mas, antes, o reencontro do verda<strong>de</strong>iro "si<br />

mesmo", como se explica no versículo seguinte:<br />

"pois quem quiser conservar a sua vida,<br />

perdê-la-á; mas quem per<strong>de</strong>r a sua vida por<br />

mim, salvá-la-á". Por isso nos Evangelhos, a<br />

noção <strong>de</strong> abnegação não é uma noção <strong>de</strong> moral<br />

ascética, mas exprime o ato da renovação<br />

cristã, pelo qual da negação do homem velho<br />

nasce o homem novo ou espiritual.<br />

ABSOLUTISMO (in. Absolutisni; fr. Absolutisme,<br />

ai. Absolutismus; it. Assolutismo). Termo<br />

cunhado na primeira meta<strong>de</strong> do séc. XVIII para<br />

indicar toda doutrina que <strong>de</strong>fenda o "po<strong>de</strong>r absoluto"<br />

ou a "soberania absoluta" do Estado. No<br />

seu sentido político original, esse termo agora<br />

<strong>de</strong>signa: l e o A. utopista <strong>de</strong> Platão em República;<br />

2- o A. papal afirmado por Gregório VII<br />

e por Bonifácio VIII, que reivindica para o Papa,<br />

como representante <strong>de</strong> Deus sobre a Terra, a<br />

plenitudopotestatis, isto é, a soberania absoluta<br />

sobre todos os homens, inclusive os príncipes,<br />

os reis e o imperador; 3 Q o A. monárquico do<br />

séc. XVI, cujo <strong>de</strong>fensor é Hobbes; 4 B o A. <strong>de</strong>mocrático,<br />

teorizado por Rousseau no Contrato social,<br />

por Marx e pelos escritores marxistas como<br />

"ditadura do proletariado". Todas essas formas<br />

do A. <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m igualmente, embora com motivos<br />

ou fundamentos vários, a exigência <strong>de</strong> que<br />

o po<strong>de</strong>r estatal seja exercido sem limitações ou<br />

restrições. A exigência oposta, própria do liberalismo<br />

(v.), é a que prescreve limites e restrições<br />

para o po<strong>de</strong>r estatal.<br />

No uso filosófico corrente, esse termo não<br />

se restringe mais a indicar <strong>de</strong>terminada doutrina<br />

política, mas esten<strong>de</strong>-se à <strong>de</strong>signação <strong>de</strong><br />

toda e qualquer pretensão doutrinai ou prática<br />

ao absoluto, em qualquer campo que seja consi<strong>de</strong>rado.<br />

Diz, p. ex., Reiehenbach (The Theory<br />

of Probabílíty, p. 378): "Devemos renunciar a<br />

todos os resíduos do A. para compreen<strong>de</strong>r o<br />

significado da interpretação, em termos <strong>de</strong> freqüência,<br />

<strong>de</strong> uma asserção <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> em<br />

torno <strong>de</strong> um caso individual. Não há lugar para<br />

o A. na teoria das asserções <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />

referentes à realida<strong>de</strong> física. Tais asserções são<br />

usadas como regras <strong>de</strong> conduta, como regras<br />

que <strong>de</strong>terminam a conduta mais eficaz em<br />

dado estágio do conhecimento. Quem quiser<br />

encontrar algo a mais nessas asserções <strong>de</strong>scobrirá<br />

no fim que perseguiu uma quimera". O A.<br />

filosófico não é tanto <strong>de</strong> quem fala do Absoluto<br />

ou <strong>de</strong> quem lhe reconhece a existência, mas <strong>de</strong><br />

quem afirma que o próprio absoluto apoia suas<br />

palavras e lhes dá a garantia incondicional <strong>de</strong> veracida<strong>de</strong>.<br />

Nesse sentido, o protótipo do A.<br />

doutrinai é o I<strong>de</strong>alismo romântico, segundo o<br />

qual, na <strong>filosofia</strong>, não é o filósofo como homem<br />

que se manifesta e fala, mas o próprio

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!