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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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PERCEPÇÃO 756 PERCEPTO<br />

sação, como um acontecimento que ocorre entre<br />

o organismo e o ambiente, e não po<strong>de</strong><br />

portanto .ser reduzido à ação do objeto ou do<br />

sujeito, nem à ação recíproca dos dois. Como<br />

transação, a natureza da P. <strong>de</strong>riva da situação<br />

total em que está inserida e tem suas raízes tanto<br />

na experiência passada do indivíduo quanto<br />

em suas expectativas <strong>de</strong> futuro (DFWF.Y e<br />

BFNTLFY, K)iuiving and the Known, 1949;<br />

CANTRII., AMHS, HASTORF, ITTKLSON, "Psychology<br />

and Scientific Research", em Science, 1949, pp.<br />

461, 491, 517; ITTF.LSON e CANTIL, Perception: a<br />

Transactional Approacb, 1954). Desse ponto<br />

<strong>de</strong> vista, é fácil evi<strong>de</strong>nciar o caráter ativo e<br />

seletivo da P.. o fato <strong>de</strong> ela valer-se <strong>de</strong> indícios<br />

com base nos quais reconstrói o significado do<br />

objeto e. também sua outra característica fundamental,<br />

que é o fato cie ser constituída <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong>s, e não <strong>de</strong> certezas. Essas características<br />

são apresentadas pelo funcionalismo,<br />

chamado <strong>de</strong> "New Look" da teoria da P., e<br />

levaram à teoria da motivação e á teoria das<br />

hipóteses. A primeira, que é chamada também<br />

<strong>de</strong> teoria do "estado diretivo", funda-se no reconhecimento<br />

da influência que as necessida<strong>de</strong>s<br />

físicas, as expectativas do indivíduo (p. ex., um<br />

castigo ou um prêmio) e a sua personalida<strong>de</strong><br />

exercem sobre o objeto percebido e sobre a rapi<strong>de</strong>z<br />

e a intensida<strong>de</strong> da P. (BKIINHR e KRF.CH,<br />

Perception and PersonalUy: a Symposium,<br />

Durham, 1950). Na segunda teoria, confinem<br />

todos os dados experimentais em que se fundamentaram<br />

as teorias do presente grupo e<br />

boa parte dos dados experimentais em que se<br />

fundamentavam as teorias do primeiro grupo.<br />

A idéia fundamental cia teoria da hipótese é<br />

que as percepções (aliás, assim como a lembrança<br />

ou o pensamento) constituem hipóteses<br />

que o organismo aventa em <strong>de</strong>terminadas situações<br />

e que são confirmadas, abandonadas<br />

ou modificadas <strong>de</strong> acordo com essa situação. A<br />

disposição (set), da qual falava uma das teorias,<br />

é justamente a preparação para uma hipótese<br />

<strong>de</strong>sse gênero. A disposição constitui a expectativa<br />

perceptual, que se baseia na experiência<br />

prece<strong>de</strong>nte e antecipa a futura. Km geral, na P..<br />

as disposições são estabelecidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito<br />

tempo, através da ativida<strong>de</strong> perceptiva anterior,<br />

e po<strong>de</strong> estar pronta para entrar em ação quando<br />

o organismo ingressa em dada situação.<br />

Através <strong>de</strong>la. o organismo escolhe, organiza e<br />

transforma as "informações" que lhe chegam<br />

do ambiente. Essas informações são indícios<br />

ou sinalizações que servem para "evocar" a hi-<br />

pótese ou para confirmá-la ou <strong>de</strong>smenti-la. As<br />

principais correlações funcionais entre as variáveis<br />

que a teoria comporta são as seguintes: I)<br />

Quanto mais forte é a hipótese, tanto maior é<br />

a probabilida<strong>de</strong> da sua evocação e tanto menor<br />

a soma <strong>de</strong> indícios necessária para confirmá-la.<br />

Disso resulta que, quando a hipótese é fraca,<br />

para a sua confirmação é necessária uma enorme<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações apropriadas. li)<br />

Quanto mais forte é a hipótese, tanto maior é<br />

a soma <strong>de</strong> indícios necessária para invalidá-la;<br />

e quanto mais Ira ca a hipótese, tanto menor é<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indícios contrários necessários<br />

para invalidá-la (cf. o art. <strong>de</strong> L. POSTMAN,<br />

em Social Psychology at the Crossroads, org.<br />

ROHRER e SHKRIF, Nova York, 1951; e ALLPORT,<br />

op cit., cap. 15). O que essa teoria faz é resumir,<br />

<strong>de</strong> forma menos dogmática, tanto os dados<br />

experimentais recolhidos por um expressivo<br />

número <strong>de</strong> observadores quanto as características<br />

essenciais atribuídas à P, pelas doutrinas<br />

contemporâneas da psicologia, a partir da<br />

Gestalttheorie.<br />

Essas características po<strong>de</strong>m ser recapituladas<br />

da seguinte maneira: I o a P. não é o conhecimento<br />

exaustivo e total cio objeto, como julgavam<br />

as teorias do número 2, e sim uma<br />

interpretação provisória e incompleta, fundamentada<br />

em indícios ou sinalizações. 2 Q A percepção<br />

não implica nenhuma garantia <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>,<br />

nenhuma certeza; mantém-se na esfera<br />

do provável. 3 o Como qualquer conhecimento<br />

provável, para ser validada, a P. precisa ser<br />

submetida à prova, sendo então confirmada ou<br />

rejeitada. 4 U A P. não é um conhecimento perfeito<br />

e imutável, mas possui a característica da<br />

corrigibilida<strong>de</strong>.<br />

PERCEPÇÃO INTELECTIVA. Foi assim que<br />

Rosmini chamou o ato fundamental do conhecimento,<br />

enquanto síntese entre a idéia do<br />

ser em geral e a idéia empírica que <strong>de</strong>riva da<br />

sensação (das coisas externas) ou do sentimento<br />

(que o eu tem <strong>de</strong> si) (Nnoro saggío sullorigine<strong>de</strong>lle<br />

i<strong>de</strong>e, 1830, §§ ¥)2, 537, etc).<br />

PERCEPCIONISMO (in. Percepcionismji.<br />

Percepcionismc, ai. Perctpttonismus; it. Percezionismo).<br />

É a doutrina que admite a realida<strong>de</strong><br />

dos objetos da percepção. O mesmo que<br />

realismo ingênuo (v. REALISMO).<br />

PERCEPÇÕES PEQUENAS.V. INCONSCIFNTE.<br />

PERCEPTO (in. Percept). Na psicologia contemporânea,<br />

o P. é a experiência pessoal <strong>de</strong> um<br />

objeto, a maneira como o objeto se mostra ao

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