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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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CONVENIÊNCIA 208 COPERNICANA, REVOLUÇÃO<br />

<strong>de</strong> natureza convencional, reconhecendo a<br />

fundamental equivalência dos jogos lingüísticos.<br />

Deixando <strong>de</strong> lado esta última tese e consi<strong>de</strong>rando<br />

o C. <strong>de</strong>ntro dos limites em que geralmente<br />

é mantido, ou seja, o campo da estrutura<br />

lógica da linguagem, cabe ressaltar o fato <strong>de</strong><br />

que ele não implica absolutamente, como às<br />

vezes se acredita, a perfeita arbitrarieda<strong>de</strong> das<br />

convenções lingüísticas. Po<strong>de</strong>m ser assim resumidos<br />

os pontos básicos do C. contemporâneo:<br />

l e a escolha das proposições iniciais <strong>de</strong> um<br />

sistema <strong>de</strong>dutivo (axiomas [v.] ou postulados<br />

[v.]) <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a critérios limitativos,<br />

cujo objetivo é garantir a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repropor<br />

a escolha com vistas ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>dutivo;<br />

2 S a <strong>de</strong>terminação das regras <strong>de</strong> <strong>de</strong>dução,<br />

operações e procedimentos também está sujeita<br />

a uma escolha limitada, sempre com vistas<br />

à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repropor tais regras, procedimentos<br />

ou operações;<br />

3 Q as escolhas <strong>de</strong> que se fala nos n es I a e 2constituem:<br />

a) objetivamente, o campo <strong>de</strong> investigação<br />

comum em que os pesquisadores<br />

po<strong>de</strong>m mover-se; b) subjetivamente, o compromisso<br />

dos pesquisadores.<br />

CONVENIÊNCIA. V. ACORDO.<br />

CONVERGÊNCIA, LEI DE (in. Convergency<br />

law). Foi assim <strong>de</strong>nominado por Whitehead<br />

o critério usado pelo senso comum e pela<br />

ciência para obter generalizações fundadas na<br />

observação. "Se Ae Bsão dois eventos e se A<br />

é parte <strong>de</strong> A, B' é parte <strong>de</strong> B; então, sob muitos<br />

aspectos, as relações entre as partes A e B'<br />

serão mais simples do que as relações entre A e<br />

B. Esse princípio rege todos os esforços para se<br />

chegar à observação exata" (Organization of<br />

Thought, 1917, pp. 146 ss.; The Concept of<br />

Nature, 1920; trad. it., p. 73).<br />

CONVERSÃO (gr. ávxiGTpcxpri; lat. Conversio;<br />

in. Conversion; fr. Conversion-, ai. Umkehrueng;<br />

it. Conversioné). Em Aristóteles (An.<br />

pr., I, 1, 2) e nos tratados posteriores <strong>de</strong> Lógica<br />

clássica (aristotélica), é a operação com a qual<br />

<strong>de</strong> um enunciado se extrai outro (consi<strong>de</strong>rado<br />

equivalente, o que é muito problemático), mediante<br />

a troca das respectivas posições dos termos<br />

(sujeito e predicado). Naturalmente, nem<br />

sempre isso é possível, e às vezes só po<strong>de</strong> ser<br />

feito com a introdução <strong>de</strong> uma mudança no<br />

quantificador ("tudo" e "alguns"). Mais precisamente:<br />

a proposição universal afirmativa (p.<br />

ex., "todos os homens são mortais") convertese,<br />

per acci<strong>de</strong>ns, em proposição particular<br />

afirmativa ("alguns mortais são homens"); a<br />

particular afirmativa e a universal negativa convertem-se<br />

simpliciter, ou seja, mediante troca<br />

simples <strong>de</strong> termos; a particular negativa não<br />

po<strong>de</strong> ser convertida.<br />

CONVICÇÃO (in. Conviction; fr. Conviction;<br />

ai. Überzeugung; it. Convinzionè). Termo<br />

<strong>de</strong> origem jurídica, que <strong>de</strong>signa um conjunto<br />

<strong>de</strong> provas suficientes para "convencer" o<br />

réu, isto é, para fazê-lo reconhecer-se como tal.<br />

No uso comum, esse termo significa uma crença<br />

que tem suficiente base objetiva para ser<br />

admitida por qualquer pessoa. Nesse sentido, é<br />

<strong>de</strong>finida por Kant: "Quando uma crença é válida<br />

para todos, seu fundamento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

dotado <strong>de</strong> razão, é objetivamente suficiente e<br />

ela se chama C." (Crít. R. Pura, Cânon da R.<br />

Pura, seç. III). O caráter objetivo da C. contrasta<br />

com o caráter subjetivo da persuasão (v.).<br />

Cf. PERFXMANN e OLBRECHTS-TYTECA, Traitê <strong>de</strong><br />

1'argumentation, 1958, § 6.<br />

COORDENAÇÃO (in. Coordination; fr. Coordination,<br />

ai. Koordination; it. Coordinazioné).<br />

Relação entre objetos situados na mesma<br />

or<strong>de</strong>m, num sistema <strong>de</strong> classificação; p. ex.,<br />

dois gêneros ou duas espécies estão entre si<br />

coor<strong>de</strong>nados, mas um gênero e uma espécie<br />

não estão coor<strong>de</strong>nados.<br />

Chama-se <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nada o conjunto or<strong>de</strong>nado<br />

<strong>de</strong> números que serve para <strong>de</strong>signar entida<strong>de</strong>s<br />

geométricas (pontos, linhas, etc), ou então<br />

as características utilizadas para distinguir<br />

ou or<strong>de</strong>nar várias classes <strong>de</strong> objetos.<br />

COPERNICANA, REVOLUÇÃO (in Copernican<br />

revolution; fr. Révolution copernicienne,<br />

ai. Kopernikanische Revolution; it. Rívoluzione<br />

copernicana). Costuma-se dar esse nome à<br />

mudança <strong>de</strong> perspectiva realizada por Kant,<br />

que, em vez <strong>de</strong> supor que as estruturas mentais<br />

do homem têm a natureza como mo<strong>de</strong>lo, supôs<br />

que a or<strong>de</strong>m da natureza tem as estruturas<br />

mentais como mo<strong>de</strong>lo. A referência a Copérnico<br />

foi feita pelo próprio Kant, no Prefácio à<br />

segunda edição (1787) da Crítica da Razão<br />

Pura. Dewey observou, a propósito, que a revolução<br />

<strong>de</strong> Kant foi mais uma revolução ptolomaica,<br />

porque fez do conhecimento humano<br />

a medida da realida<strong>de</strong>. A revolução C. <strong>de</strong>veria<br />

consistir em reconhecer que o objetivo da <strong>filosofia</strong><br />

não é ser ou <strong>de</strong>screver a totalida<strong>de</strong> do<br />

real, porém, mais mo<strong>de</strong>stamente, buscar os valores<br />

que po<strong>de</strong>m ser assegurados e divididos<br />

por todos, porque vinculados aos fundamentos

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