22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

RACIONALISMO 822 RACISMO<br />

<strong>de</strong>ram bom no listado e na Igreja, até que<br />

achem algo melhor" (CI.ARKMX)N. State Papeis,<br />

II. p. XL. na data <strong>de</strong> l-t-X-19-iò). Nesse sentido<br />

Baumgarten dizia: "R. é o erro <strong>de</strong> quem<br />

elimina da religião todas as coisas que estão<br />

acima da própria razão" (li/bicaphilosophica.<br />

r65, § 52).<br />

Kant loi o primeiro a adotar esse termo<br />

como símbolo <strong>de</strong> sua doutrina, esten<strong>de</strong>ndo-o<br />

do campo religioso para os outros campos <strong>de</strong><br />

investigação. Deu o nome <strong>de</strong> R. ã sua <strong>filosofia</strong><br />

transcen<strong>de</strong>ntal (no texto <strong>de</strong> 1804 sobre os<br />

"Avanços da Metafísica", Werke. V. 3. p. 101),<br />

ao passo que chamava <strong>de</strong> noologistas ou dogmáticos<br />

os filósofos que a historiografia alemã<br />

do séc. XIX chamou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> racionalistas: <strong>de</strong><br />

um hido Phtiio e <strong>de</strong> outro os seguidores <strong>de</strong><br />

Wolff (Cri/. R. /'ura. Doutr. do Método, cap.<br />

IV). No terreno da moral, <strong>de</strong>fendia "o R. do<br />

juízo, que da natureza sensível toma apenas o<br />

que a Razão Pura po<strong>de</strong> pensar por si, ou seja,<br />

a conformida<strong>de</strong> com a lei", opondo-se por isso<br />

ao misticismo e ao empirismo da razão prática<br />

(Cri/. R. Prática. I, cap. II, Da tipologia do<br />

juízo puro prático). No campo estético, falava<br />

analogamente <strong>de</strong> um "R. cio princípio do gosto"<br />

(Críl. do Juízo. § 58). Finalmente, caracterizava<br />

como R. seu ponto <strong>de</strong> vista em matéria religiosa:<br />

"O racionalista, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse mesmo<br />

título, <strong>de</strong>ve manter-se nos limites da capacida<strong>de</strong><br />

humana. Portanto, nunca usará o tom contun<strong>de</strong>nte<br />

do naturalista nem contestará a possibilida<strong>de</strong><br />

nem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma revelação. (...)<br />

Porquanto sobre tais assuntos nenhum homem<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir o que quer que seja pela razão"<br />

(Religiou, IV, seç. I: trad. it., Durante, p. 169).<br />

Por outro lado. Hegel foi o primeiro a caracterizar<br />

como R. a corrente que vai <strong>de</strong> Descartes<br />

a Spinoza e Leibniz, opondo-o ao empirismo<br />

<strong>de</strong> origem lockiana. Por R. ele enten<strong>de</strong>u a "metafísica<br />

do intelecto", que é a "tendência á substância,<br />

em virtu<strong>de</strong> da qual se afirma, contra o<br />

dualismo, uma única unida<strong>de</strong>, um único pensamento,<br />

cia mesma maneira como os antigos<br />

afirmavam o ser" (Geschichte <strong>de</strong>r Philosophie.<br />

ed. Glockner, III. pp. 329 ss.; trad. it.. III, 2, pp.<br />

68 ss.). A contraposição entre racionalismo e<br />

empirismo fixou-se <strong>de</strong>pois nos esquemas tradicionais<br />

cia história da <strong>filosofia</strong>, por mais que o<br />

próprio Hegel notasse seu caráter aproximativo.<br />

Quanto ao "R. religioso", Hegel afirmava<br />

que ele é "o oposto da lilosofia" porque coloca<br />

"o vazio no lugar do céu" e porque sua forma<br />

é um raciocinar sem liberda<strong>de</strong>, e não um enten-<br />

<strong>de</strong>r conceitualmente" (Ibid., 1. p. 113: trad. it.. I,<br />

p. 95). Com base nessas observações históricas,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que o termo em foco<br />

compreen<strong>de</strong> os seguintes signilicados:<br />

1" O R. religioso <strong>de</strong>signa algumas correntes<br />

protestantes, ou um ponto <strong>de</strong> vista semelhante<br />

ao cie Kant.<br />

2" O R. filosófico <strong>de</strong>signa propriamente a<br />

doutrina <strong>de</strong> Kant (que adotou esse termo), ou<br />

então a corrente metafísica da <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna,<br />

cie Descartes a Kant.<br />

3" F.m sua significação genérica, po<strong>de</strong> ser<br />

usado para indicar qualquer orientação filosófica<br />

que recorra á razão. Mas. nessa acepção tão<br />

vasta, esse termo po<strong>de</strong> indicar as <strong>filosofia</strong>s mais<br />

díspares e carece <strong>de</strong> qualquer capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

individu;)]>y.:)ç:)o.<br />

RACIONALIZAÇÃO (in. Rationalization. ir.<br />

Ralioualisatíon: ai. Rationcilisienmg, it. Razioualizzazioue).<br />

1. Esse foi o nome ás vezes<br />

dado ao processo <strong>de</strong> constituição das ciências<br />

da natureza em disciplinas teóricas, com adoção<br />

dos procedimentos da matemática; supunha-se<br />

que esse processo se realizaria perfeitamente<br />

na mecânica racional (cf. HISSF.RL. hleeii.<br />

I, § 9). O i<strong>de</strong>al da R. foi atualmente substituído<br />

pelo da axiomatização (v. AXIOMATICA).<br />

2. Termo freqüentemente empregado por<br />

psicólogos e sociólogos para indicar a tendência<br />

a procurar argumentos e justificações para<br />

crenças cuja força não está nesses processos racionais,<br />

mas em emoções, interesses, instintos,<br />

preconceitos, hábitos, etc.<br />

RACISMO (in. Racialism. fr. Racisme. ai.<br />

Rcissisnws; it. Rnzzismo). Doutrina segundo a<br />

qual todas as manifestações histórico-sociais<br />

do homem e os seus valores (ou <strong>de</strong>svalores)<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da raça; também segundo essa doutrina<br />

existe uma raça superior ("ariana" ou<br />

"nórdica") que se <strong>de</strong>stina a dirigir o gênero humano.<br />

O fundador <strong>de</strong>ssa doutrina foi o francês<br />

Gobineau. em seu lisscii sur 1'inégalité <strong>de</strong>s races<br />

bumcihies (1853-55), que visava a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ra<br />

aristocracia contra a <strong>de</strong>mocracia. No início do<br />

séc. XX. um inglês naturalizado alemão, Houston<br />

Stewart Chamberlain, difundiu o mito do<br />

arianismo na Alemanha (Die Gniudlagen <strong>de</strong>s<br />

XIX labrhun<strong>de</strong>rts. 1899). i<strong>de</strong>ntificando a raça<br />

superior com a alemã. Como o anti-semitismo<br />

era antigo na Alemanha, a doutrina cio <strong>de</strong>terminismo<br />

racial e da raça superior encontrou<br />

fácil difusão, traduzindo-se no apoio dado ao<br />

preconceito contra os ju<strong>de</strong>us e ã crença <strong>de</strong><br />

eme existe uma conspiração judaica para do-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!