22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PERCOLUÇÃO 75" PERFEITO<br />

sujeito. Esse nome foi cunhado por analogia<br />

com coucept (conceito).<br />

PERCOLUÇÃO. PF.RFORMATIVO.<br />

PERFECCIONISMO (in. Perfectionism, fr.<br />

Perfedionisme-, ai. Perfektíonismus, Perfektihilistnus;<br />

it. Perfezionismó). Esta palavra é (raramente)<br />

empregada em dois significados: 1 Q<br />

para indicar o i<strong>de</strong>al moral que consiste em perseguir<br />

a própria perfeição moral ou <strong>de</strong> outrem,<br />

ou seja, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agir em conformida<strong>de</strong><br />

com o <strong>de</strong>ver, que implica também a cultura das<br />

faculda<strong>de</strong>s físicas e mentais do homem. Neste<br />

sentido, é P. o i<strong>de</strong>al moral expresso por Kant<br />

na introdução ao segundo volume da Metafísica<br />

dos costumes-, 2- para indicar a crença no<br />

progresso, acompanhada pelo compromisso <strong>de</strong><br />

contribuir para ele. Neste sentido, a palavra às<br />

vezes é usada na <strong>filosofia</strong> anglo-saxônica contemporânea.<br />

PERFECTIHABIA. Foi assim qtie Ermolao<br />

Bárbaro traduziu para o latim o termo grego<br />

"enteléquia" (cf. LEIBNIZ, Monad., § 48).<br />

PERFEIÇÃO (in. Perfection; fr. Perfection;<br />

ai. Volkommenhcil; it. Perfezione). E.sta palavra<br />

foi usada pelos filósofos somente em relação<br />

aos significados 1 - e 3" cio adjetivo correspon<strong>de</strong>nte:<br />

não se consi<strong>de</strong>ra P. a P. relativa, ou seja,<br />

o estado <strong>de</strong> uma coisa excelente entre as <strong>de</strong><br />

sua espécie. S. Tomás <strong>de</strong> Aquino diz: "A P. <strong>de</strong><br />

uma coisa é dúplice, ou seja, primeira e segunda.<br />

A primeira P. é aquela em virtu<strong>de</strong> da qual<br />

uma coisa é perfeita na sua substância, e esta P.<br />

é a forma do todo que emerge da integrida<strong>de</strong><br />

das partes. A segunda P. é a do fim; mas o fim é<br />

a operação (assim como o fim do citarista é tocar<br />

citara) ou é a coisa à qual se chega através<br />

tia operação (assim como o fim do construtor<br />

é a casa que ele constrói). A primeira P. é causa<br />

da segunda: a forma é com efeito o princípio<br />

das operações" (S. Tb., 1, q. 73, a. 1). Esse mesmo<br />

conceito era com exatidão exposto por<br />

Kant: "A P. indica âs vezes um conceito que<br />

pertence à <strong>filosofia</strong> transcen<strong>de</strong>ntal, o da totalida<strong>de</strong><br />

dos elementos diferentes que, reunidos,<br />

constituem uma coisa; mas po<strong>de</strong> ser entendido<br />

também como pertencente â teologia, e então<br />

significa o acordo das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma<br />

coisa com um fim 1 ' (Met. <strong>de</strong>r Sitteti, Intr., V, A;<br />

cf. Crít. do Juízo, § 15). Estas <strong>de</strong>terminações reduzem<br />

a P.: 1" à integrida<strong>de</strong> do todo; 2" à realização<br />

do fim. Mas ten<strong>de</strong>m na realida<strong>de</strong> a privilegiar<br />

o primeiro conceito, que, ao ser aplicado<br />

à totalida<strong>de</strong> do ser, levou a tradição filosófica a<br />

i<strong>de</strong>ntificar P. e realida<strong>de</strong>.<br />

S. Tomás <strong>de</strong> Aquino mesmo <strong>de</strong>screveu a P.<br />

<strong>de</strong> Deus e da criatura como consistente na posse<br />

do ser: "Deus, que é a totalida<strong>de</strong> do seu ser,<br />

possui o ser segundo a virtu<strong>de</strong> integral do ser,<br />

e não po<strong>de</strong> carecer <strong>de</strong> nenhuma nobreza que<br />

pertença a coisa alguma. Assim como toda a<br />

nobreza e a P. inerem a uma coisa porque a<br />

coisa é. também o <strong>de</strong>feito inere a ela porque,<br />

<strong>de</strong> algum modo, ela não é" (Contra Gent., I, 28).<br />

Deste ponto <strong>de</strong> vista, uma coisa é tanto mais<br />

perfeita quanto maior a sua posse do ser; e<br />

como Deus possui todo o ser, é totalmente<br />

perfeito. Essas equações constituíam lugarescomuns<br />

da escolástica medieval. Duns Scot repete-as,<br />

afirmando que a forma nas criaturas<br />

implica alguma perfeição porque é forma partilhada<br />

e parcial, enquanto a forma não tem imperfeição<br />

em Deus porque não é nem participação<br />

nem parte (Op. Ox., I, d. 8, q. 4, a. 3, n.<br />

22). Descartes recorreu exatamente a esse conceito<br />

<strong>de</strong> P. ao afirmar que as idéias "que representam<br />

substâncias são sem dúvida algo mais e<br />

contêm em si mais realida<strong>de</strong> objetiva, ou seja,<br />

participam por representação <strong>de</strong> mais graus <strong>de</strong><br />

ser ou <strong>de</strong> P. do que as que representam só modos<br />

ou aci<strong>de</strong>ntes" (Méd., III). Spinoza i<strong>de</strong>ntificava<br />

explicitamente realida<strong>de</strong> e P. (Et.. II, <strong>de</strong>f.<br />

6), e Leibniz <strong>de</strong>clarava enten<strong>de</strong>r por P. "a gran<strong>de</strong>za<br />

da realida<strong>de</strong> positiva tomada precisamente,<br />

pondo-se <strong>de</strong> lado os limites das coisas que a<br />

possuem" (Monad., § 41). Kant falava neste<br />

sentido <strong>de</strong> uma P. transcen<strong>de</strong>ntal, que é "a<br />

integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada coisa em seu gênero", e <strong>de</strong><br />

uma P. metafísica, como "integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

coisa simplesmente como coisa em geral", distinguindo<br />

<strong>de</strong>las a P. como aptidão ou conveniência<br />

<strong>de</strong> uma coisa a vários fins (Crít. ti. Prática.<br />

I, I, cap. I, escol. II).<br />

O conceito <strong>de</strong> P. foi lixado, no curso ulterior<br />

da <strong>filosofia</strong>, pelas seguintes <strong>de</strong>terminações:<br />

como integrida<strong>de</strong> do todo ou correspondência<br />

ao objetivo; no primeiro significado,<br />

foi constantemente i<strong>de</strong>ntificado com o conceito<br />

<strong>de</strong> ser. Fora <strong>de</strong> sua persistência metafísica<br />

e teológica, a noção <strong>de</strong> P. é pouquíssimo utilizada<br />

na <strong>filosofia</strong> contemporânea. Quando é<br />

utilizada, a referência aos significados tradicionais<br />

é evi<strong>de</strong>nte: assim acontece, p. ex., em<br />

Bergson. que i<strong>de</strong>ntifica a P. com o absoluto, e<br />

ambos com a totalida<strong>de</strong> cio ser ("Introduction<br />

à Ia métaphisique". em I.apenséeel le mouvant,<br />

3 a ecl., 1934, p. 204).<br />

PERFEITO (gr. xétetoç; lat. Perfech fr. Parfait;<br />

ai. Vollkommeu; it. Perfeito). Aristóteles

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!