22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ENUNCIADO 337 EPICURISMO<br />

feita <strong>de</strong> indução. Com efeito, para Bacon, essa<br />

indução é "um expediente pueril, que leva a<br />

conclusões precárias, expõe ao perigo dos casos<br />

contrários e conclui como po<strong>de</strong> <strong>de</strong> um número<br />

menor <strong>de</strong> provas do que as necessárias".<br />

A essa indução Bacon contrapõe a verda<strong>de</strong>ira,<br />

que prece<strong>de</strong> por eliminação e exclusão e é<br />

semelhante ao procedimento diairético <strong>de</strong> Platão<br />

(Nov. Org., I, 105). A crítica da indução por E.<br />

simples foi <strong>de</strong>pois repetida por Stuart Mill<br />

(Logic, III, 3, § 2). A E. simples, nesse sentido,<br />

parece ser a indução <strong>de</strong> que falava Aristóteles<br />

(v. INDUÇÃO).<br />

ENUNCIADO (gr. àÇícQLioc; lat. Enuntiatum,<br />

Enuntiatio-, in. Sentence, fr. Enonce, ai. Aussage,<br />

it. Enunciató). 1. Expressão lingüística <strong>de</strong><br />

sentido completo, que é verda<strong>de</strong>ira ou falsa.<br />

Neste sentido, também se costuma falar <strong>de</strong> E.<br />

indicativo ou <strong>de</strong>clarativo, ou <strong>de</strong> asserção (v.).<br />

Conquanto corresponda ao logos apophantikósàe<br />

Aristóteles (De interpr., 4, 17 a 2), essa<br />

noção foi formulada claramente pelos estóicos,<br />

que <strong>de</strong>finiram o E. (axiomà) como aquilo<br />

que po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>iro ou falso e o distinguiram<br />

da interrogação, do comando, do juramento,<br />

da apóstrofe e da expressão dubitativa (DIÓG.<br />

L. VII, 65-68). Nos gramáticos latinos ao termo<br />

estóico correspon<strong>de</strong> o termo effatum ou proloquium<br />

(AULO GÉLIO, Noct. Àti, XVI, 18, 2-8;<br />

APULEIO, De interpr, p. 205), e Cícero preferiu<br />

enunciatum (De fato, I, 1). Na lógica medieval,<br />

esse termo foi usado alternadamente com<br />

proposição. Pedro Hispano diz que "proposição",<br />

"questão", "conclusão" e "enunciação" são termos<br />

substancialmente idênticos que só se distinguem<br />

porque a questão é aquilo <strong>de</strong> que se<br />

duvida, a conclusão aquilo que se <strong>de</strong>monstra<br />

com um argumento, a proposição é aquilo que<br />

se põe na premissa e a enunciação é aquilo<br />

que se pronuncia sem condições (absolute)<br />

(Summ. log., 5.06). Esta i<strong>de</strong>ntificação continua<br />

na lógica posterior (cf. p. ex. JUNGIUS, Lógica<br />

hamburgensis, 1638, II, I, 2).<br />

Freqüentemente esse termo é usado com o<br />

significado acima <strong>de</strong>finindo na lógica contemporânea<br />

(cf. CARNAP, Lntroduction to Semantics,<br />

§ 37; CHURCH, lntroduction to Mathematical<br />

Logic, § 04). Na lógica, E. não eqüivale à simples<br />

emissão <strong>de</strong> voz (utterancê), mas a uma<br />

fórmula ou esquema repetível, uma norma<br />

aproximavel. QUINE consi<strong>de</strong>ra-o uma seqüência<br />

(em sentido matemático) dos seus sucessivos<br />

caracteres ou fonemas ( Word and Object,<br />

§ 40). Quando, conforme ocorre com freqüên-<br />

cia, se distingue E. <strong>de</strong> proposição, diz-se que o<br />

E. é verda<strong>de</strong>iro quando exprime uma proposição<br />

verda<strong>de</strong>ira (KNEALE AND KNEALE, The<br />

Development of Logic, 1962, p. 53). Sobre a<br />

relação entre E. e proposição, v. PROPOSIÇÃO.<br />

2. Qualquer expressão lingüística <strong>de</strong> sentido<br />

completo. Neste sentido, mais estritamente gramatical,<br />

o termo indica não só a expressão <strong>de</strong>clarativa<br />

(asserção ou proposição), como também<br />

as dúvidas, os comandos, as exortações,<br />

as apóstrofes, etc, frases que não po<strong>de</strong>m ser<br />

<strong>de</strong>claradas verda<strong>de</strong>iras ou falsas.<br />

3. Mais raramente, quaisquer expressões lingüísticas,<br />

também <strong>de</strong> sentido não completo;<br />

p. ex., uma palavra isolada como "vermelho"<br />

ou "quadrado". QUINE também consi<strong>de</strong>ra E. uma<br />

interjeiçâo como "ai" (Word and Object, 1960,<br />

§3).<br />

ENVOLVER (lat. Lnvolvere, in. involu; ai.<br />

Lnvolvieren; it. Lnvolgere). Implicar, conter. Spinoza<br />

dizia, com referência à Causa Primeira,<br />

que "sua essência envolve a existência" (Et., I,<br />

Def. 1). Esse termo correspon<strong>de</strong> ao inglês to<br />

enta.il, usado para indicar a implicação estrita<br />

ou forma. V. IMPLICAÇÃO.<br />

EONS (gr. ociwveç). Termo empregado pelos<br />

gnósticos (séc. II), especialmente por Valentino,<br />

para <strong>de</strong>signar Deus e os seres "eternos"<br />

que <strong>de</strong>le emanam (CLEMENTE, Strorn., IV, 13.89).<br />

EPAGÓGICO (gr. ÈTraYWyiKÓÇ; in. Epagogic,<br />

fr. Épagogique; ai. Epagogik, it. Epagogico).<br />

Indutivo (v, INDUÇÃO).<br />

EPICURISMO (in. Epicureanism; fr. Épicuréisme,<br />

ai. Epikureismus; it. Epicureismo). Escola<br />

filosófica fundada por Epicuro <strong>de</strong> Samos no<br />

ano 306 a.C. em Atenas. Suas características,<br />

que têm em comum com as <strong>de</strong>mais correntes<br />

filosóficas do período alexandrino a preocupação<br />

<strong>de</strong> subordinar a investigação filosófica à exigência<br />

<strong>de</strong> garantir a tranqüilida<strong>de</strong> do espírito ao<br />

homem, são as seguintes: 1 B sensacionísmo,<br />

princípio segundo o qual a sensação é o critério<br />

da verda<strong>de</strong> e do bem (este último i<strong>de</strong>ntificado,<br />

portanto, com o prazer); 2 9 atomismo, com que<br />

Epicuro explicava a formação e a transformação<br />

das coisas por meio da união e da separação<br />

dos átomos, e o nascimento das sensações como<br />

ação dos estratos <strong>de</strong> átomos provenientes<br />

das coisas sobre os átomos da alma; 3 S semíateísmo,<br />

pelo qual Epicuro acreditava na existência<br />

dos <strong>de</strong>uses, que, no entanto, não <strong>de</strong>sempenham<br />

papel nenhum na formação e no<br />

governo do mundo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!