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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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VERDADE DUPLA 999 VERIFICAÇÃO<br />

VERDADE DUPLA. V. DUPLA VERDADE.<br />

VERDADEIRO (gr. á^riGéç; lat. Vemm; in.<br />

True, fr. Vrai; ai. Wahr, it. Vero). Os estóicos<br />

distinguiam V. <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, porque o V. é um<br />

enunciado, logo é incorpóreo, enquanto a verda<strong>de</strong>,<br />

como ciência que contém todos os V.. é<br />

um modo <strong>de</strong> ser da parte hegemônica do homem,<br />

portanto corpórea. A<strong>de</strong>mais, o V. é simples,<br />

enquanto a verda<strong>de</strong> consta <strong>de</strong> muitos V.,<br />

e a verda<strong>de</strong> pertence à ciência, portanto ao<br />

sábio, enquanto o V. po<strong>de</strong> ser também do néscio<br />

(SEXTO EMPÍRICO, Pirr. hyp., II, 81-83; Adv.<br />

dogm., I, 38-42).<br />

Na Kscolástica o V. foi consi<strong>de</strong>rado um dos<br />

Iransce<strong>de</strong>ntais (v.), isto é, dos caracteres que<br />

pertencem às coisas como tais, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos seus gêneros, e por V. foi entendida<br />

a inteligibilida<strong>de</strong> da coisa (S. TOMÁS, 5. 777., q.<br />

16, a. 3; ad. 3").<br />

VERÍDICO (in. Veridical, fr. Véridique, ai.<br />

Wabrhaftig; it. Verídico). 1. O mesmo que vera<br />

z ou verda<strong>de</strong>iro (v. VERACIDADE).<br />

2. O que contém uma parte ou um indício <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>. P. ex., "sonho V", "alucinação V.", etc.<br />

VERIFICABILIDADE. V. VERIFICAÇÃO.<br />

VERIFICAÇÃO (in. Verification-h. Verificatiori;<br />

ai. Verifikation; it. Verificazione). 1. Em<br />

gera), qualquer procedimento que permita estabelecer<br />

a verda<strong>de</strong> ou a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um enunciado<br />

qualquer. Uma vez que os graus e os instrumentos<br />

da V. po<strong>de</strong>m ser inumeráveis, esse<br />

termo tem alcance generalíssimo e indica a aplicação<br />

<strong>de</strong> qualquer procedimento <strong>de</strong> atestaçào<br />

ou prova (v.). Esse termo também po<strong>de</strong> ser<br />

usado para indicar a aferição <strong>de</strong> uma situação<br />

qualquer com base em regras ou instrumentos<br />

idôneos; nes.se sentido, fala-se em verificar as<br />

contas, os graus <strong>de</strong> um ângulo ou a autenticida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> certos documentos, etc. Neste sentido<br />

geral, esse termo também é empregado sem<br />

referência à experiência ou aos fatos, po<strong>de</strong>ncio-se<br />

falar em V. <strong>de</strong> uma expressão matemática,<br />

<strong>de</strong> um enunciado analítico da lógica, assim<br />

como em V. <strong>de</strong> um enunciado factual ou hipótese<br />

científica. Por outro lado, a noção <strong>de</strong> V. às<br />

vezes é ampliada para nela incluir não só o<br />

procedimento que permite estabelecer a verda<strong>de</strong><br />

ou a falsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um enunciado, mas também<br />

o que permite estabelecer a verda<strong>de</strong>, a<br />

falsida<strong>de</strong> ou a in<strong>de</strong>terminação do enunciado:<br />

isso com referência a uma lógica <strong>de</strong> três valores,<br />

e não <strong>de</strong> dois (cf. REICHENBACH, "The Principie<br />

of Anomaly in Quantum Mechanics", 1948,<br />

em Reading in the Phil. of Science, 1953, pp.<br />

519-20).<br />

2. Em sentido restrito e específico, a V. diz<br />

respeito aos enunciados factuais e é um procedimento<br />

que recorre à experiência ou aos<br />

fatos. Foi exatamente nesse sentido que o empirismo<br />

lógico (v.) enten<strong>de</strong>u a V. como critério<br />

do significado das proposições: critério que o<br />

Círculo <strong>de</strong> Viena (v.) interpretava da forma<br />

mais rigorosa, <strong>de</strong>clarando <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> sentido<br />

todos os enunciados que não se prestassem<br />

a uma absoluta verificação empírica. Esse<br />

ponto <strong>de</strong> vista foi expresso com todo o rigor<br />

por Carnap em sua obra Der logische Aufbau<br />

<strong>de</strong>r Welt (1928). A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma verificação<br />

absoluta foi, porém, negada, no âmbito<br />

do próprio Círculo <strong>de</strong> Viena, por K. Popper (Logik<br />

<strong>de</strong>r Forschung, 1935) e <strong>de</strong>pois por Lewis<br />

("Experience and Meaning", em Phüosophical<br />

Reriew, 1934) e por Nagel (em Journal of Philosophy,<br />

1934). Assim, o próprio Carnap modificava<br />

seu ponto <strong>de</strong> vista, e num ensaio <strong>de</strong> 1936<br />

("Testability and Meaning", agora em Readings<br />

in the Phil. of Science. 1953, p, 47-92) falava <strong>de</strong><br />

confirmação (confirmation) dos enunciados,<br />

em vez <strong>de</strong> V. Sempre qiie a V. completa não seja<br />

possível (e quase nunca é possível no campei da<br />

ciência), o princípio da verificabilida<strong>de</strong> expressa<br />

a exigência <strong>de</strong> uma confirmação gradualmente<br />

crescente (Ihid., p. 49). Deste ponto <strong>de</strong> vista,<br />

a aceitação ou a recusa <strong>de</strong> um enunciado factual<br />

contém sempre um componente convencional,<br />

que consiste na <strong>de</strong>cisão prática que se <strong>de</strong>ve<br />

tomar para consi<strong>de</strong>rar o grau <strong>de</strong> confirmação <strong>de</strong><br />

um enunciado como suficiente para a sua aceitação.<br />

Este ponto <strong>de</strong> vista é hoje amplamente<br />

aceitei.<br />

3. No que diz respeito ao procedimento <strong>de</strong><br />

V. factual, pouco foi dito até agora pelos filósofos.<br />

Reichenbach dividiu esse procedimento<br />

em duas fases, que são: 1'-' introdução <strong>de</strong> uma<br />

classe fundamental O <strong>de</strong> enunciados observacionais,<br />

ou seja, <strong>de</strong> significados primitivos ou<br />

diretos que não estão sob indagação durante o<br />

curso da análise; 1- um conjunto <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>rivativas<br />

(ou regras <strong>de</strong> transformação) D, que<br />

permitem ligar alguns termos com as bases O.<br />

Depois <strong>de</strong> <strong>de</strong>finidas por indagação específica<br />

tanto a base O quanto as relações <strong>de</strong>rivativas /),<br />

o termo "verificado" po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como "o<br />

ser <strong>de</strong>rivado da base O nos termos das relações<br />

D'. A esta <strong>de</strong>scrição Reichenbach acrescenta<br />

uma <strong>de</strong>terminação importante: a condição do sig-

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