22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ESQUEMA 358 ESSÊNCIA<br />

jaz já no fundo <strong>de</strong> toda E., consiste na transcendência...<br />

Só porque constitui a transcendência,<br />

a liberda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> revelar-se, no Dasein existente,<br />

como modo particular <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong>, isto<br />

é, como autocausalida<strong>de</strong>" (Vom Wesen <strong>de</strong>s<br />

Grun<strong>de</strong>s, 1929, III; trad. it., p. 65).<br />

ESQUEMA (gr. O5cn|i.a; in. Scheme, fr. Schéma-,<br />

ai. Schema; it. Schemã). No significado<br />

simples <strong>de</strong> forma ou figura, essa palavra é<br />

empregada comumente pelos filósofos. Foi<br />

Kant quem <strong>de</strong>u sentido específico a esse termo,<br />

enten<strong>de</strong>ndo com ele o intermediário entre<br />

as categorias e o dado sensível; esse intermediário<br />

teria a função <strong>de</strong> eliminar a heterogeneida<strong>de</strong><br />

dos dois elementos da síntese, sendo<br />

geral como a categoria e temporal como o<br />

conteúdo da experiência. Nesse sentido o E.<br />

ou, mais precisamente, o E. transcen<strong>de</strong>ntal, é<br />

"a representação <strong>de</strong> um procedimento geral<br />

graças ao qual a imaginação oferece sua imagem<br />

a um conceito" (Crít. R. Pura, Anal. dos<br />

Princ, cap. I). Kant distingue vários tipos <strong>de</strong><br />

E., segundo os quatro gaipos <strong>de</strong> categorias, e<br />

inclui neles o número (E. da quantida<strong>de</strong>) e a<br />

coisalida<strong>de</strong> (E. da qualida<strong>de</strong>). Em geral, os E.<br />

são <strong>de</strong>terminações do tempo e constituem, por<br />

isso, fenômenos ou conceitos sensíveis <strong>de</strong><br />

objetos <strong>de</strong> acordo com uma categoria <strong>de</strong>terminada<br />

(Ibid., Anal. dos Princ, cap. I). O E. foi<br />

entendido por Schelling <strong>de</strong> modo semelhante,<br />

distinguindo-se <strong>de</strong> imagem (em relação à qual<br />

é mais geral) e <strong>de</strong> símbolo; para Schelling, E.<br />

era a "a intuição da regra segundo a qual o<br />

objeto po<strong>de</strong> ser produzido", esclarecendo-se<br />

essa noção com o exemplo do artífice que<br />

<strong>de</strong>ve criar um objeto <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>terminada e<br />

em conformida<strong>de</strong> com um conceito (.System<br />

<strong>de</strong>s transzen<strong>de</strong>ntalen I<strong>de</strong>alismus, 1800, III, cap.<br />

II, 3 a época; trad. it., p. 183). Esse significado<br />

atribuído por Kant e Schelling é o único significado<br />

técnico <strong>de</strong>ssa palavra, que às vezes ainda<br />

reaparece (cf., p. ex., LEWIS, An Analysis of<br />

Knowledge and Valuation, p. 134). Fora <strong>de</strong>le;<br />

esse termo significa simplesmente mo<strong>de</strong>lo,<br />

imagem geral, forma (como ocorre, p. ex., em<br />

BERGSON, Matière et mêmoire, pp. 130 ss.; Énergie<br />

spirituelle, p. 161; La pensée et le mouvant, p.<br />

216) ou projeto geral.<br />

ESQUEMATISMO (gr. axriU-OCTia|ióç; in.<br />

Schematism; fr. Schématisme, ai. Schematismus;<br />

it. Schematismo). 1. Configuração ou<br />

estrutura. Esse é o significado comum do<br />

termo grego, a que Bacon se referiu quando<br />

falou do E. latente como <strong>de</strong> um dos dois as-<br />

pectos fundamentais dos fenômenos naturais<br />

(o outro é o processo latente ou processo para a<br />

forma). Por latente Bacon enten<strong>de</strong>u a configuração<br />

ou estrutura dos corpos consi<strong>de</strong>rados estaticamente<br />

(De augm. scíent., II, 1), <strong>de</strong> sorte<br />

que o estudo do E. foi comparado por ele ao<br />

que é a anatomia para os corpos orgânicos<br />

(Nov. org., 11, 7).<br />

2. Kant enten<strong>de</strong>u por E. "comportamento<br />

intelectual por esquemas" (Crít. R. Pura, Anal.<br />

dos Princ, cap. I), e Schelling usava essa palavra<br />

em sentido análogo (System <strong>de</strong>s transzen<strong>de</strong>ntalen<br />

I<strong>de</strong>alismus, III, cap. II, 3 a época).<br />

Sobre a doutrina kantiana do E., cf. E. PACI,<br />

"Critica <strong>de</strong>llo schematismo trascen<strong>de</strong>ntale" em<br />

Rivista di Filosofia, 1955, n. 4; 1956, n. 1.<br />

ESQUERDA HEGELIANA (in. Hegelian<br />

left; fr. Gaúche hegélienne, ai. Hegelsche Linke,<br />

it. Sinistra hegeliand). Enquanto a direita hegeliana(y.)<br />

é a escolástica do hegelianismo, a E.<br />

hegeliana ten<strong>de</strong> a contrapor à doutrina <strong>de</strong> Hegel<br />

os traços ou características do homem que nela<br />

não foram a<strong>de</strong>quadamente reconhecidos. No<br />

plano religioso, essa tendência abre caminho<br />

para a crítica radical dos textos bíblicos e para a<br />

tentativa <strong>de</strong> reduzir a mito toda a doutrina da<br />

religião (David Strauss, 1808-74). A religião era<br />

consi<strong>de</strong>rada por Ludwig Feuerbach (1804-72)<br />

como "a autoconsciência do homem, ou seja,<br />

como a projeção na divinda<strong>de</strong> do que o homem<br />

quer ser". No plano histórico-político, a<br />

E. hegeliana contrapôs à concepção hegeliana<br />

da história como racionalida<strong>de</strong> absoluta a<br />

interpretação materialista, que consi<strong>de</strong>ra a história<br />

em função das necessida<strong>de</strong>s humanas (K.<br />

MARX, 1818-83; F. ENGELS, 1820-95) (v. MATERIA-<br />

LISMO HISTÓRICO).<br />

ESSÊNCIA (gr. xí eoiiV; lat. Essenta; in.<br />

Essence, fr. Essence, ai. Wesen; it. Essenza). Por<br />

este termo, enten<strong>de</strong>-se Em geral qualquer resposta<br />

à pergunta: o quê? P. ex., nas expressões<br />

"Quem foi Sócrates? Um filósofo", "O que é o<br />

açúcar? Uma coisa branca e doce", "O que é o homem?<br />

Um animal racional", as palavras "um<br />

filósofo", "uma coisa branca e doce", "um animal<br />

racional" exprimem a E. das coisas a que<br />

se faz referência nas respectivas perguntas.<br />

Algumas <strong>de</strong>ssas respostas limitam-se a indicar<br />

uma qualida<strong>de</strong> do objeto (p. ex., a <strong>de</strong> ser branco<br />

e doce), ou um caráter (como o <strong>de</strong> ser filósofo)<br />

que o objeto também po<strong>de</strong>ria não ter.<br />

Outras, como p. ex. a que afirma que o homem<br />

é um animal racional, parecem indicar algo a<br />

mais, um caráter que qualquer coisa chamada

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!