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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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EPIFENÔMENO 338 ÉPOCA<br />

EPIFENÔMENO (in. Epipbenomenon; fr.<br />

Épiphénomène, ai. Epiphãnomenon; it. Epifenomeno).<br />

Em alguns positivistas ingleses do<br />

séc. XIX (Huxley, Clifford, etc), essa palavra<br />

<strong>de</strong>signou a consciência, consi<strong>de</strong>rada fenômeno<br />

secundário ou acessório que acompanha os fenômenos<br />

corpóreos, mas é incapaz <strong>de</strong> reagir<br />

sobre eles (V. MATERIALISMO).<br />

EPIGÊNESE (in. Epigenesis; fr. Épigénèse, ai.<br />

Epigenese, it. Epigenesí). Com esse nome G.<br />

F. Wolff <strong>de</strong>signou sua teoria sobre a geração<br />

dos organismos animais, segundo a qual os<br />

órgãos <strong>de</strong> um ser vivo não estão preformados<br />

no óvulo ou no embrião, mas se originam ex<br />

novo <strong>de</strong> uma matéria indiferenciada (Teoria da<br />

geração, 1759). Essa teoria, que Wolff baseava<br />

em observação microscópica dos órgãos das<br />

plantas e do embrião do pintainho, foi um golpe<br />

ru<strong>de</strong> na teoria do preformismo, que tinha sido<br />

<strong>de</strong>fendida no mesmo século por Malpighi e<br />

Bonnet. Kant observava, a propósito <strong>de</strong>ssa teoria,<br />

que ela tem a vantagem <strong>de</strong> atribuir à natureza<br />

uma ação própria que difere do simples<br />

<strong>de</strong>senvolvimento; <strong>de</strong>sse modo, ''lançando mão<br />

o menos possível do sobrenatural, <strong>de</strong>ixa por<br />

conta da natureza tudo o que se segue ao primeiro<br />

começo" (Crít. do Juízo, § 81). Kant chamou<br />

a sua própria doutrina <strong>de</strong> "E. da razão<br />

pura", ao admitir que as categorias do intelecto<br />

são o fundamento da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> experiência,<br />

ao contrário da doutrina tradicional,<br />

segundo a qual é a experiência que torna possíveis<br />

as categorias (Crít. R. Pura, § 27) (v. PRE-<br />

FORMAÇÃO).<br />

EPIQUÉIA. V. EQÜIDADE.<br />

EPIQUIREMA (gr. è7UXeípr||Lioc; lat. Epichirema;<br />

in. Epicheirema; fr. Épichérèm; ai.<br />

Epicheirem; it. Epicherema). Esse termo, que<br />

significa empresa ou "tentativa", foi <strong>de</strong>finido por<br />

Aristóteles como "raciocínio dialético" (Top., VIII,<br />

11, 162 a 16) (v. DIALÉTICA). Na realida<strong>de</strong>, esse<br />

termo também é usado por Aristóteles para indicar<br />

o artifício que consiste em escon<strong>de</strong>r ou<br />

expor só imperfeitamente algumas premissas<br />

da argumentação. Por isso, na Lógica mo<strong>de</strong>rna,<br />

o termo E. passou a indicar um prossilogismo<br />

(v.) cujas premissas são expressas <strong>de</strong> forma incompleta.<br />

G. P.<br />

EPISSILOGISMOün. Episyllogisni; fr. Épisyllogism;<br />

ai. Episyllogismus; it. Episillo-gismo). Silogismo<br />

que assume como uma das suas premissas<br />

a conclusão <strong>de</strong> outro silogismo. Este último<br />

será então chamado <strong>de</strong> prossilogismo (v.). Kant<br />

usou a expressão per episyllogismos para indi-<br />

car, numa ca<strong>de</strong>ia polissilogística, o sentido em<br />

direção ao condicionado, e a expressão perprosvllogismos<br />

para indicar o sentido em direção<br />

às condições. As duas expressões são usadas<br />

na dialética transcen<strong>de</strong>ntal para esclarecer o procedimento<br />

mediante o qual a razão chega às<br />

idéias transcen<strong>de</strong>ntais, obtidas proce<strong>de</strong>ndo per<br />

prosyllogisnios, quando se consi<strong>de</strong>ra como dada<br />

e completa a série <strong>de</strong> condições, ou seja, a totalida<strong>de</strong><br />

das premissas (Crít. R. Pura, Dialética, 1,<br />

seç. 2) (v. POLISSILOGISMO).<br />

EPISTEMOLOGIA. V. CONHECIMENTO, TEO-<br />

RIA DO.<br />

ÉPOCA (gr. inoyr\\ in. Epoch; fr. Époque, ai.<br />

Epoche, it. Época). Tendo como referência o antigo<br />

significado astronômico <strong>de</strong> É. como ponto<br />

do tempo em relação ao qual são <strong>de</strong>finidas as<br />

posições dos astros e contados seus movimentos<br />

(cf. PTOLOMEU, Alm., III, 9), essa palavra às<br />

vezes é usada para indicar um acontecimento<br />

<strong>de</strong> especial importância, que estabelece ou permite<br />

reconhecer o caráter <strong>de</strong> um período histórico.<br />

Nesse sentido, diz-se que certo acontecimento<br />

"faz É.". Essa palavra passa a significar<br />

o período histórico caracterizado pelo acontecimento.<br />

Essa noção distingue-se <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (v.)<br />

porque, enquanto esta última é o conceito <strong>de</strong><br />

uma lei <strong>de</strong> sucessão dos períodos históricos, a<br />

É. é o conceito do caráter central e <strong>de</strong>terminante<br />

<strong>de</strong> certo acontecimento histórico. Nesse sentido,<br />

no início do séc. XIX, Saint-Simon distinguia as<br />

É. "críticas" e as "orgânicas" (v. CRISE). Hegel falava<br />

das É. da história do mundo como <strong>de</strong> vários<br />

graus (Stufen) do <strong>de</strong>senvolvimento unitário<br />

<strong>de</strong>ssa história, distinguindo a É. caracterizada<br />

pela unida<strong>de</strong> do espírito com a natureza, que é<br />

o Mundo oriental, a É. caracterizada pela separação<br />

dos dois termos, que se realizou no mundo<br />

grego como i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> individual e no<br />

mundo romano como subordinação do indivíduo<br />

ao Estado, e É. germânica, que se realizou<br />

no mundo cristão, na qual "o espírito divino<br />

veio ao mundo e assumiu seu lugar no indivíduo,<br />

que agora está completamente livre, tendo<br />

em si a liberda<strong>de</strong> substancial" (Phílosophie <strong>de</strong>r<br />

Geschichte, ed. Lasson, pp. 136-37).<br />

Mas foi Dilthey quem introduziu a noção <strong>de</strong><br />

É. na. metodologia historiográfica. Segundo<br />

ele, É. é uma estrutura que tem centro em si<br />

mesma e por isso interliga num todo único<br />

todas as suas manifestações. Cada pessoa que<br />

nela vive tem em comum a medida das suas<br />

ações, <strong>de</strong> seus sentimentos e sua compreensão.<br />

A tarefa da análise histórica é rastrear a

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