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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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OBJETOS, TEORIA DOS 725 OBSERVAÇÃO<br />

medida em que foi produzida e organizada <strong>de</strong><br />

modo sistemático por meio da investigação;<br />

prolepticamente, objetos são os objetivos da<br />

investigação. A ambigüida<strong>de</strong> que se po<strong>de</strong>ria encontrar<br />

no uso do termo, neste sentido (pois <strong>de</strong><br />

regra a palavra se aplica às coisas observadas e<br />

pensadas), é apenas aparente, visto que as coisas<br />

existem como O. para nós só se tiverem<br />

sido preliminarmente <strong>de</strong>terminadas como resultados<br />

<strong>de</strong> investigação" (Logic, cap. 6; trad.<br />

it., p. 175). É fácil ver que a diferença entre<br />

essas <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> O. 6 apenas a diferença<br />

entre as ativida<strong>de</strong>s ou as operações consi<strong>de</strong>radas:<br />

O. é o termo do significado, se consi<strong>de</strong>rarmos<br />

a linguagem e, em geral, o uso dos signos; é o<br />

termo <strong>de</strong> uma operação <strong>de</strong> investigação se consi<strong>de</strong>rarmos<br />

a pesquisa científica; e assim por<br />

diante; mas em todo caso é (como já julgavam<br />

os escolásticos) o termo ou o limite <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada<br />

operação.<br />

A.s.sim, a palavra O. é o termo mais geral <strong>de</strong><br />

que dispõe a linguagem filosófica. Kant tinha<br />

razão ao afirmar que, se "o conceito mais elevado<br />

<strong>de</strong> que se costuma partir na <strong>filosofia</strong><br />

transcen<strong>de</strong>ntal é a divisão entre possível e impossível",<br />

visto que toda divisão pressupõe<br />

um conceito a ser dividido, "<strong>de</strong>ve-se aduzir um<br />

conceito ainda mais elevado, que é o conceito <strong>de</strong><br />

O. em geral, assumido <strong>de</strong> modo problemático,<br />

sem <strong>de</strong>cidir se ele é algo ou nada" (Crít. R.<br />

Pura, Anal. dos Princ, Nota às anfibolias dos<br />

conceitos da reflexão). É óbvio que o conceito<br />

<strong>de</strong> O. não coinci<strong>de</strong> inteiramente com nenhuma<br />

<strong>de</strong> suas especificações possíveis. As coisas, os<br />

corpos físicos, as entida<strong>de</strong>s lógicas e matemáticas,<br />

os valores, os estados psíquicos, etc, são<br />

todos O., especificados ou especificáveis por<br />

meio <strong>de</strong> modos <strong>de</strong> ser particulares ou procedimentos<br />

<strong>de</strong> verificação particulares; mas nenhuma<br />

<strong>de</strong>ssas classes <strong>de</strong> O. possui uma objetivida<strong>de</strong><br />

privilegiada e nenhuma se presta a exprimir,<br />

em seu âmbito, a característica do O. em geral.<br />

OBJETOS, TEORIA DOS (ai. Gegenstandsibeorie).<br />

Foi assim que A. Meinong chamou a<br />

ciência que consi<strong>de</strong>ra os O. como O. sem levar<br />

em conta suas especificações (realida<strong>de</strong><br />

ou irrealida<strong>de</strong>, etc). Essa ciência não é a metafísica<br />

no sentido tradicional porque esta consi<strong>de</strong>ra<br />

a totalida<strong>de</strong> dos O. existentes, que são<br />

apenas uma pequena parte dos objetos possíveis<br />

(cf. Uber Annahmen. 1902; (íegeustandstheorie,<br />

1904; Zur Gnmdlegutig <strong>de</strong>r aligemeinen<br />

Werththeorie, 1923) (v. OBJKTIVO;<br />

OBJI-.TO).<br />

OBRIGAÇÃO (lat. Obligatio; in. Obligationir.<br />

Obligation; ai. Verpflichtung; it. Obbligazione).<br />

1. Caráter coercitivo, conferido a uma relação<br />

interpessoal por lei jurídica ou por norma<br />

moral. Esse caráter é diferente da necessida<strong>de</strong><br />

(v.), segundo a qual é impossível que a coisa<br />

seja ou aconteça <strong>de</strong> modo diferente; a O. não<br />

impe<strong>de</strong> que a relação <strong>de</strong> fato, por ela regida, se<br />

configure <strong>de</strong> modo diferente, mas implica, neste<br />

caso, a intervenção <strong>de</strong> uma sanção. Algumas<br />

vezes o caráter obrigatório da relação expressase<br />

com a noção <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> moral ou i<strong>de</strong>al<br />

(v. NECESSIDADE), sem que com isto se pretenda<br />

reduzi-lo à necessida<strong>de</strong> propriamente dita.<br />

Bergson foi o único que procurou substancialmente<br />

reduzir O. a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato, enten<strong>de</strong>ndo<br />

por O. os costumes sociais e por O. em<br />

geral "o costume <strong>de</strong> contrair costumes" (Deux<br />

sources. cap. I).<br />

2. Na lógica terminista medieval, o compromisso<br />

em vista do qual um interlocutor admite<br />

na discussão algo que antes não admitia. Esta é<br />

a <strong>de</strong>finição dada por Ockham (Summa log., III,<br />

38), que admite seis espécies <strong>de</strong> obrigações:<br />

instituição, petição, posição, <strong>de</strong>posição, dubitaçào<br />

e o sít verum.<br />

A instituição (iustitutio) consiste em atribuir<br />

a um vocábulo um significado novo durante<br />

a discussão, e não mais (Summa log., IN.<br />

III, 38). A petição (petitio) consiste em obrigar<br />

o interlocutor a este ou aquele ato que diga<br />

respeito à sua função, como p. ex. a conce<strong>de</strong>r<br />

uma proposição (Ibid., III, III, 39). A <strong>de</strong>posição<br />

(<strong>de</strong>pôsitio) é a obrigação <strong>de</strong> sustentar uma proposição<br />

como falsa (Ibid., III, III, 42). A dubitação<br />

(dubitatio) é a obrigação <strong>de</strong> sustentar alguma<br />

coisa como dúbia (Ibid., III, III, 43). Quanto a<br />

posiçãoc o sít verum, ver os verbetes respectivos.<br />

OBSERVAÇÃO (in. Observatioujr. Observatioii;<br />

ai. Beobacbtung). Verificação ou constatação<br />

<strong>de</strong> um fato, quer se trate <strong>de</strong> uma verificação<br />

espontânea ou ocasional, quer se trate<br />

<strong>de</strong> uma verificação metódica ou planejada. A<br />

O. foi algumas vezes restringida ao primeiro<br />

significado; neste caso, contrapõe-se a experiência<br />

ou experimentação como verificação<br />

<strong>de</strong>liberada ou metódica (cf. C. BHRNARD, Introduction<br />

ã l étu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ia medicine expérimentale,<br />

1865, I, cap. 1). Outras vezes foi restringida ao<br />

segundo significado, caso em que se contrapõe<br />

a experiência ingênua, primitiva, comum ou<br />

ocasional (nesse sentido, este termo é empregado<br />

habitualmente na linguagem científica

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