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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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PRESUNÇÃO 790 PREVISÃO<br />

das). A eliminação dos P. também tem o fim<br />

<strong>de</strong> evitar que. em certo campo <strong>de</strong> investigações,<br />

atuem crenças pertencentes a campos<br />

diferentes que limitem a investigação <strong>de</strong><br />

modo não controlável. Husserl fez uso mais<br />

restrito e técnico do princípio da eliminação<br />

dos ['.. lançando mão <strong>de</strong>le para <strong>de</strong>limitar a<br />

esfera fenomenológica (Lof>iscbc inlersiicbini-<br />

!>en, II, Intr., § 7).<br />

2. O mesmo ([Lie premissa, postulado ou<br />

hipótese. Kste segundo significado po<strong>de</strong> levar<br />

a confusões.<br />

PRESUNÇÃO (lat. Praesiimptio: in. Presitmplioii;<br />

fr. Présomptiou, ai. Prãsuniptiuii; it.<br />

Presimzio)ie).\. Juízo antecipado e provisório.<br />

que se consi<strong>de</strong>ra válido até prova em contrário.<br />

P. ex., "V. <strong>de</strong> culpa" é um juízo <strong>de</strong> culpabilida<strong>de</strong><br />

que se mantém até que seja aduzida uma<br />

prova em contrário; têm significado análogo as<br />

expressões "P. <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>" ou "P. favorável"<br />

ou "P. contrária" a uma proposição qualquer.<br />

1. Confiança excessiva em suas próprias<br />

possibilida<strong>de</strong>s; e neste senlido chama-se <strong>de</strong><br />

presunçoso quem alimenta tal confiança.<br />

PRETERIÇÃO (in. Prctcritioii; fr. Prélcritioir,<br />

it. Prctcrizionc). Conceito utilizado pela<br />

teologia calvinísta para atenuar a doutrina da<br />

dupla pre<strong>de</strong>stinação: os réprobos são assim<br />

porque Deus "os preteriu" em sua escolha (et.<br />

Calvin, Iiistitutions <strong>de</strong> kl religion cbréticimc,<br />

111. cap. 2^1<br />

PREVISÃO (gr. Trpóyvcuotç; in. Predictioit,<br />

fr. Prévision: ai. Xorausscige; it. Precisionc). l : m<br />

dos objetivos fundamentais da explicação científica,<br />

ou a própria explicação. Na ciência antiga,<br />

a importância tia P. foi acentuada apenas<br />

em medicina (HIPOCRATKS, Prognoslikon. 1).<br />

Galileu expunha esse conceito afirmando que<br />

"chegar ao conhecimento <strong>de</strong> tini único efeito<br />

para suas causas abre-nos o intelecto ao entendimento<br />

e á certeza <strong>de</strong> outros efeitos, sem<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer à experiência" (Discorsi<br />

inlonio a clue m/oreseienze. Opere, ed. Utet,<br />

II, p. 799). A P. foi utilizada por Hume em sua<br />

crítica da causalida<strong>de</strong>: "Por sermos levados<br />

pelo costume a transferir o passado para o tuturo.<br />

em todas as nossas inferências, sempre<br />

que o passado se manifesta regular e uniforme,<br />

esperamos o acontecimento com a máxima<br />

certeza e não damos ocasião a suposições contrárias"<br />

(liKj. (À)iic. Vn<strong>de</strong>rst.. VI). Comte pôs<br />

esse conceito em primeiro plano com sua fórmula<br />

"Ciência, portanto P.-. P.. portanto ação"<br />

(Cours <strong>de</strong>pbil. pos., 1830. I. p. SI). Heltz ex-<br />

pressou-o nas palavras <strong>de</strong> abertura da Introdução<br />

a Prinzipien <strong>de</strong>rMecbíi)rik(lti9^): "O problema<br />

mais imediato e, certamente, o mais<br />

importante que nosso conhecimento da natureza<br />

permite resolver é a previsão dos acontecimentos<br />

futuros, <strong>de</strong> tal modo que possamos organizar<br />

nossas ativida<strong>de</strong>s presentes <strong>de</strong> acordo<br />

com tais previsões". Para Peirce, a P. é a base<br />

da verda<strong>de</strong> prática da hipótese científica: "Na<br />

indução não é o fato previsto que, em alguma<br />

medida, <strong>de</strong>termina a verda<strong>de</strong> da hipótese ou a<br />

torna provável, mas sim o fato <strong>de</strong> ele ter sido<br />

previsto com sucesso e <strong>de</strong> ser uma amostra<br />

aleatória cie todas as P. que po<strong>de</strong>m basear-se<br />

na hipótese e que constituem a verda<strong>de</strong> prática<br />

<strong>de</strong>la" (Co//. Pap.. 6.527).<br />

No neoempirismo contemporâneo, alguns<br />

filósofos ten<strong>de</strong>m a reduzir a P. à explicação;<br />

outros, a reduzir a explicação à previsão. No<br />

primeiro sentido, Carnap expressa-se dizendo<br />

que "a natureza cie uma P.. no que diz respeito<br />

á confirmação ou à comprovação, é a mesma<br />

<strong>de</strong> um enunciado sobre um evento presente<br />

não diretamente observado por nós, como p.<br />

ex. sobre um processo em curso no interior <strong>de</strong><br />

uma máquina ou um acontecimento político na<br />

China ("Testability and Meaning", em Keadings<br />

in tbe Pbil, of Science. 1953. p. 87). No segundo<br />

sentido. Quine <strong>de</strong>clara acreditar que o<br />

esquema conceituai da ciência é, em última<br />

análise, um instrumento para prever a experiência<br />

futura à luz da experiência passada<br />

(From a I.ogical Point of Vicie. II, 6). A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

entre lógica da P. e lógica da explicação<br />

foi asseverada por Feigl (em Readini>s. cit., p.<br />

•417-]H), enquanto Hempel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a tese da<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> estrutural (ou da simetria) entre<br />

explicação e P., no sentido cie que "toda explicação<br />

a<strong>de</strong>quada é potencialmente uma P., e. inversamente,<br />

toda P. a<strong>de</strong>quada é potencialmente<br />

uma explicação" (Aspccls of Scieiitific<br />

tixpkiiuitiou, 1965, p. 367). Popper. <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

afirmar que todas as ciências teóricas, inclusive<br />

as sociais, são ciências <strong>de</strong> P.. ressaltou a distinção<br />

entre a P. científica e a profecia histórica,<br />

porque esta última carece do caráter condicional<br />

da primeira: "As P. comuns cia ciência são<br />

condicionais. Asseveram que certas mudanças<br />

(p. ex., da temperatura da água numa chaleira)<br />

serão acompanhadas por certas transformações<br />

(p. ex., a ebulição da água)" ((Jonjecliires and<br />

Refutatioiis. 1965, p. 339).<br />

Reichenbach usou o termo pós-visibilida<strong>de</strong><br />

(post-dictability) para indicar a possibilida<strong>de</strong>

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