22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

CASA DOS PLANETAS 119 CATALÉPTICA, REPRESENTAÇÃO<br />

1162 a 18 e ss.); contudo, tanto Platão quanto<br />

Aristóteles achavam indispensável que o Estado<br />

interviesse para regulamentar as modalida<strong>de</strong>s<br />

do C. Neste caso, o fim exclusivo do C. é a<br />

procriação e a educação da prole.<br />

2 Q ) C. como instituição contratual. É <strong>de</strong>ssa<br />

forma que foi entendido pelo direito romano e<br />

pelo direito canônico. Nesse caso, mesmo consi<strong>de</strong>rando<br />

que seu fim é a procriação e a educação<br />

da prole, <strong>de</strong>ste se distingue a. forma, ou<br />

essência, do C, consi<strong>de</strong>rado como associação<br />

ou comunhão <strong>de</strong> vida (consortium omnis vitae,<br />

DiÓG. XXI, 23, 2), ou então como "alguma conjunção<br />

indissolúvel <strong>de</strong> almas", como diz S. Tomás<br />

(S. Th., III, 1. 29, a. 2), cuja condição indispensável<br />

é o consentimento, expresso nas<br />

formas estabelecidas pela lei civil ou religiosa.<br />

Kant insistia no aspecto contratual do C, <strong>de</strong>finindo-o<br />

como "união <strong>de</strong> duas pessoas <strong>de</strong> sexo<br />

diferente para a posse recíproca <strong>de</strong> suas faculda<strong>de</strong>s<br />

sexuais durante toda a vida"; consi<strong>de</strong>rou-o<br />

como fonte <strong>de</strong> um direito real, além <strong>de</strong><br />

pessoal, no sentido <strong>de</strong> que cada uma das<br />

duas pessoas é adquirida pela outra como coisa,<br />

mas viu na reciprocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa aquisição o<br />

resgate da personalida<strong>de</strong> dos dois cônjuges<br />

(Met. <strong>de</strong>r Sitten, I, § 24-25). Hegel, ao contrário,<br />

insistia na unida<strong>de</strong> ético-sentimental do C:<br />

''O C. não é essencialmente união meramente<br />

natural, bestial, nem puro contrato civil, mas<br />

união moral do sentimento, do amor e da confiança<br />

mútua, que transforma duas pessoas em<br />

uma" (PhilosophíscbePropü<strong>de</strong>utik, I, § 51; Ene,<br />

§519; Fil. dodir, § 162).<br />

3 a ) C. como instituição social. Esse é o ponto<br />

<strong>de</strong> vista dos antropólogos e sociólogos que<br />

encontraram nos diversos grupos humanos todas<br />

as formas possíveis <strong>de</strong> C: <strong>de</strong> um homem<br />

e uma mulher, <strong>de</strong> um homem e várias mulheres,<br />

<strong>de</strong> vários homens e várias mulheres (cf.,<br />

p. ex., W. N. STEPHENS, The Family in Cross-<br />

Cultural Perspective, 1963). Desse ponto <strong>de</strong><br />

vista, Lévi-Strauss consi<strong>de</strong>rou as regras do C.<br />

como uma espécie <strong>de</strong> linguagem, um tipo<br />

<strong>de</strong> comunicação, mais especificamente a<br />

comunicação das mulheres no seio <strong>de</strong> um<br />

grupo (Structures élémentaires <strong>de</strong> Ia parente,<br />

1949; cf. Anthropologie structurale, 1958, pp.<br />

69 ss.).<br />

CASAS DOS PLANETAS (lat. Domus planetaruní).<br />

C. dos planetas é o nome que os<br />

astrólogos (cf. Pico DEIXA MIRANDOLA, Adv.<br />

astrol. divin., VI, III) dão às doze posições<br />

em que os planetas se encontram, segundo<br />

as quais exercem diferentes influências sobre<br />

a vida humana.<br />

CASUALISMO (in. Casualism-, fr. Casualisme,<br />

it. Casualismó). Doutrina segundo a qual<br />

o acaso não é somente expressão da ignorância<br />

humana a respeito das causas <strong>de</strong> certos<br />

acontecimentos, mas uma condição ou situação<br />

objetiva <strong>de</strong> in<strong>de</strong>terminação nas próprias<br />

coisas. Peirce chamou essa doutrina <strong>de</strong> tiquismo<br />

{Chance, Love and Logic, II, 3; Coll. Pap., 6.47<br />

ss.), <strong>de</strong> lú/Tl, que na realida<strong>de</strong> significa sorte.<br />

Um C. radical é o sustentado por Wittgenstein.<br />

"Fora da lógica tudo é acaso", diz ele (Tractatus,<br />

6.3). Deve-se lembrar que a lógica trata somente<br />

<strong>de</strong> tautologiasiv.), que nada significam.<br />

CASUÍSTICA (in. Casuistry, fr. Casuistique,<br />

ai. Kasuistik, it. Casistica). Análise e classificação<br />

dos "casos <strong>de</strong> consciência", isto é, dos problemas<br />

que nascem da aplicação das normas<br />

morais ou religiosas à vida humana. Na Antigüida<strong>de</strong>,<br />

os cínicos e os estóicos tiveram uma<br />

casuística. Houve e há uma C. cristã, que, a<br />

partir <strong>de</strong> Pascal, muitas vezes foi acusada (Provinciales,<br />

1657) <strong>de</strong> moralida<strong>de</strong> relaxada e comodista.<br />

A exigência <strong>de</strong> uma C. moral foi encarada<br />

por Kant, que esclareceu o seu conceito<br />

da seguinte forma: "A ética, pela ampla margem<br />

que conce<strong>de</strong> aos <strong>de</strong>veres imperfeitos,<br />

conduz inevitavelmente a questões que levam<br />

o juízo a ter <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir como a norma <strong>de</strong>ve ser<br />

aplicada aos casos particulares ou que norma<br />

particular (subordinada) fornecer por sua vez<br />

(<strong>de</strong>sse modo, po<strong>de</strong>mos sempre perguntar qual<br />

é o principio <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>ssas normas, segundo<br />

os casos que se apresentam); e assim, a<br />

ética <strong>de</strong>semboca na C". A C. não é ciência<br />

nem parte <strong>de</strong> ciência, pois nesse caso seria<br />

dogmática, mas é "um exercício que ensina como<br />

a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser procurada" (Met. <strong>de</strong>r Sitten,<br />

II, Intr., 18, nota).<br />

CATALÉPTICA, REPRESENTAÇÃO (gr<br />

(pocvTOcaíoc KaTaAji7iTiKr|; lat. Fantasia comprehensiva,<br />

ai. Kataleptische Vorstellung, it. Rappresentazione<br />

cataletticd). Critério da verda<strong>de</strong>,<br />

segundo os estóicos, que chamaram <strong>de</strong> C, ou<br />

seja, compreensiva, a representação evi<strong>de</strong>nte<br />

ou que torna evi<strong>de</strong>nte o objeto que a produz.<br />

Segundo um testemunho <strong>de</strong> Cícero (Acad., II,<br />

144), Zenão atribuía o significado da representação<br />

C. à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r ou<br />

compreen<strong>de</strong>r o objeto: por isso, comparava a<br />

mão aberta à representação pura e simples; a<br />

mão que faz o gesto <strong>de</strong> agarrar, ao assentimento;<br />

a mão em punho, à compreensão C; as duas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!