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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SIGNO 896 SILOGISMO<br />

classificação foi <strong>de</strong>pois reexposta pelo próprio<br />

Peirce com outra terminologia, mais aceita.<br />

Chamou <strong>de</strong> tipo a forma <strong>de</strong>finidamente significante,<br />

que não é uma coisa única ou um<br />

evento único, que não existe por si mas é <strong>de</strong>terminada<br />

por coisas que existem; chamou <strong>de</strong><br />

ocorrência (tok.en) o evento singular que ocorre<br />

uma única vez, assim como uma palavra que<br />

se encontra numa única linha <strong>de</strong> uma única página<br />

<strong>de</strong> uma única cópia <strong>de</strong> um livro; e chamou<br />

<strong>de</strong> tom (tone) o caráter significante in<strong>de</strong>finidamente<br />

significante, como o tom <strong>de</strong> voz<br />

(Co//. Pap., 4.537). Essas três espécies correspon<strong>de</strong>m<br />

ao legissigno, sinsigno e qualissigno<br />

da classificação anterior (v. PALAVRA; TIPO).<br />

Teve muito sucesso (imerecido) a classificação<br />

proposta por Og<strong>de</strong>n e Richards em The<br />

Meaning of Meaning (1923). Distinguiram o<br />

uso simbólico do uso emotivo dos S.; o uso simbólico<br />

é a asserçào, ou seja, a referência do S. a<br />

um objeto; o uso emotivo ten<strong>de</strong> a expressar e a<br />

produzir sentimentos e atitu<strong>de</strong>s. "Na função<br />

simbólica incluem-se tanto a simbolização da<br />

referência quanto a comunicação <strong>de</strong>la ao<br />

ouvinte, vale dizer, a produção <strong>de</strong> referência<br />

semelhante no ouvinte. Na função emotiva<br />

incluem se tanto a expressão <strong>de</strong> emoções, atitu<strong>de</strong>s,<br />

disposições, intenções, etc. do falante,<br />

quanto a comunicação <strong>de</strong>ssas emoções, etc,<br />

que é a sua evocação no ouvinte" (The Meaning<br />

of Meaning, 10 a ed., 1952, p. 149). Essa<br />

classificação foi utilizada (especialmente por E.<br />

L. STKVENSON, Fthics and Language, 1944) na<br />

análise da linguagem da moral e, em geral, da<br />

linguagem normativa, mas seus fundamentos<br />

não são consistentes, sobretudo pela impossibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> propor um critério simples e suficientemente<br />

seguro para se fazer a distinção<br />

proposta nos casos particulares. Classificação<br />

mais a<strong>de</strong>quada e menos preconcebida é a <strong>de</strong><br />

Morris, que distingue os i<strong>de</strong>ntificadores, que<br />

significam a localização no espaço e no tempo;<br />

os <strong>de</strong>signadores, que significam as características<br />

do meio-, os apreciadores, que significam<br />

um status preferencial; os prescrítores, que<br />

significam a solicitação <strong>de</strong> respostas específicas<br />

(Signs, Language and Behavior, 1946, III, 2;<br />

trad. it., p. 97). Desses S., chamados em conjunto<br />

<strong>de</strong> lexicais, Morris distingue os S. formadores,<br />

que significam que "a situação significada<br />

<strong>de</strong> outro modo é uma situação alternativa"<br />

(Ibid., VI, 1). Estes últimos são divididos por<br />

sua vez em <strong>de</strong>terminadores, como "todos",<br />

"alguns", "nenhum"; em conectores, como vír-<br />

gulas, parênteses, cópula, conjunções e, ou,<br />

etc; e em modalizadores, que são, p. ex., pontos<br />

<strong>de</strong> exclamação, etc Morris revalidou na<br />

<strong>filosofia</strong> contemporânea a teoria do S. estabelecida<br />

por Peirce, introduzindo uma terminologia<br />

útil: chamou <strong>de</strong> veículo o objeto ou o<br />

acontecimento que serve como S.; <strong>de</strong> <strong>de</strong>signado<br />

o objeto a que o S. se refere; <strong>de</strong> ínterpretante<br />

o efeito do S. sobre o intérprete, ou<br />

seja, o sentido do S.; e <strong>de</strong> intérprete o sujeito<br />

do processo semiológico (Foiindations of the<br />

Theory of Signs, 1938, II, 2). Na esteira <strong>de</strong><br />

Peirce, Morris também insistiu no caráter<br />

comportamental do processo semiológico;<br />

aliás, procurou <strong>de</strong>finir o S. em termos exclusivamente<br />

comportamentais. A <strong>de</strong>finição a que<br />

chegou é a seguinte: "Se A orienta o comportamento<br />

para um objetivo <strong>de</strong> maneira semelhante<br />

(mas não necessariamente idêntica) á maneira<br />

como B orientaria o comportamento para<br />

o mesmo objetivo no caso <strong>de</strong> se observar B,<br />

então A é um S." (Ibid., I, 2; trad. it., p. 21). É<br />

evi<strong>de</strong>nte a influência que a teoria cios reflexos<br />

condicionados exerceu sobre essa <strong>de</strong>finição (v.<br />

AÇÃO REELKXA). Carnap — e com ele muitos<br />

outros — aceitou os fundamentos da teoria <strong>de</strong><br />

Morris, bem como a divisão da semiótica geral<br />

nas três partes por ele propostas (cf. R. CAKNAI\<br />

Foiindations of Logic and Mathematics, 1939,1,<br />

2; trad. it., pp. 6-7) (v. SEMIÓTICA).<br />

SILÊNCIO (lat. Silentium; in. Silence, fr. Silence-,<br />

ai. Schweígen; it. Silenzio). Atitu<strong>de</strong> mística<br />

diante da inefabilida<strong>de</strong> do ser supremo (cf,<br />

p. ex., BOAVF.NTURA, Itínerarium mentis in<br />

Deum, VII, 5). Segundo Jaspers, a atitu<strong>de</strong> diante<br />

do ser da Transcendência (Phil., III, p.<br />

223)- Segundo Wittgenstein, a atitu<strong>de</strong> diante<br />

dos problemas da vida: "Sobre o que não se<br />

po<strong>de</strong> falar, <strong>de</strong>ve-se calar" (Tractatns, 7).<br />

SILOGISMO (gr. auÀXoyiOLtóç; lat. Syllogismus;<br />

in. Syllogisni; fr. Syllogisme, ai. Syllogismus;<br />

it. Síllogismo). Essa palavra, que na origem<br />

significava cálculo e era empregada por<br />

Platão para o raciocínio em geral (cf. Teet., 186<br />

d), foi adotada por Aristóteles para indicar o<br />

tipo perfeito do raciocínio <strong>de</strong>dutivo, <strong>de</strong>finido<br />

como "um discurso em que, postas algumas<br />

coisas, outras se seguem necessariamente" (An.<br />

pr. I, 1, 24 b 18; I, 32, 47a 34). As características<br />

fundamentais do S. aristotélico são: l' J caráter<br />

mediato; 2- necessida<strong>de</strong>. O caráter mediato<br />

do S. <strong>de</strong>corre do tato <strong>de</strong> ser a contrapartida lógico-lingüística<br />

do conceito metafísico <strong>de</strong> substância.<br />

Em virtu<strong>de</strong> disto, a relação entre duas

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