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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SEMENTES 870 SENSAÇÃO<br />

forma, ainda que sejam substancialmente diferentes;<br />

neste sentido sào S. um quadrado<br />

maior e um menor, bem como duas linhas<br />

retas <strong>de</strong>siguais; 2" são S. as coisas que têm a<br />

mesma forma, mas estão sujeitas a variações<br />

quantitativas, quando suas quantida<strong>de</strong>s são<br />

iguais; 3" são S. as coisas que têm em comum<br />

a mesma afeição, como p. ex. o branco; 4 Ü sào S..<br />

as coisas cujas afeições iguais são mais numerosas<br />

que as afeições diferentes (Met., X, 3.<br />

1054 b 3). É graças ao primeiro significado que<br />

em geometria as figuras são chamadas <strong>de</strong> S.<br />

(cf. EUCUDES, KL, VI, <strong>de</strong>f. 1, 3; <strong>de</strong>f. 11, etc). Na<br />

tradição posterior, a semelhança foi entendida<br />

especialmente em relação à qualida<strong>de</strong> comum<br />

(PKDKO HISPANO, Summ. log., 3. 29), mas às<br />

vezes também com relação à forma (S. TOMÁS,<br />

Contra GenL. I, 29; cf. S. Th.. I, q. 4a 3). Mais<br />

genericamente, Wolff dizia que "são S. as coisas<br />

que são idênticas naquilo em que <strong>de</strong>veriam<br />

distinguir-se uma da outra" (Ont., § 195). Determinações<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong>finem pouco e dizem<br />

apenas que os critérios <strong>de</strong> semelhança<br />

po<strong>de</strong>m ser variados in<strong>de</strong>finidamente; o importante<br />

é que sejam <strong>de</strong>clarados explicitamente<br />

em cada caso.<br />

Foi só na matemática mo<strong>de</strong>rna que a noção<br />

<strong>de</strong> semelhança recebeu <strong>de</strong>finição diferente,<br />

graças à teoria dos conjuntos. Sào consi<strong>de</strong>rados<br />

S. os conjuntos que apresentem relação <strong>de</strong><br />

termo a termo. Russell, p. ex., diz: "Diz-se que<br />

uma classe é S. a outra quando existe uma relação<br />

<strong>de</strong> termo a termo, em que uma classe é dominante<br />

enquanto a outra é o dominante inverso"<br />

(Introductioti to Mathematical Philosophy,<br />

cap. II, trad. it., p. 27). Esta noção tem gran<strong>de</strong><br />

importância para <strong>de</strong>finição matemática do infinito<br />

(v.).<br />

SEMENTES (gr. O7iép|!0CTa; lat. Se mina).<br />

Assim foram chamados freqüentemente os elementos<br />

últimos das coisas. Anaxágoras foi o<br />

primeiro a usar esse termo para <strong>de</strong>signar as<br />

partículas que Aristóteles chamou <strong>de</strong> homeomerias<br />

(Fr. 4, Diels). Esse termo foi usado <strong>de</strong>pois<br />

por Epicuro (Fr. 250, Uesener) e por<br />

Lucrécio (Derer. nat., VI, 201 ss.; VI, 444, etc).<br />

A mesma metáfora está presente na noção<br />

estóica <strong>de</strong> razões seminais (v.).<br />

SEMIOSE (in. Semiosis). O processo em<br />

que algo funciona como signo, que é o objeto<br />

da semiótica, no sentido <strong>de</strong> Morris (Fonndations<br />

of the Theory of Signs, 1938, II, 2). Essa<br />

palavra é equivalente à expressão comportamento<br />

gestual (por sinais), que o próprio<br />

Morris preferiu no volume Signs, Language<br />

and Behavior, 1946, I, 2 (v. SIGNO).<br />

SEMIÓTICA (gr. xò GTIUICOXIKÓV; in. Semiotic,<br />

fr. Sémiolique, ai. Semiotik. it. Semiótica).<br />

Este termo, usado inicialmente para indicar a<br />

ciência dos sintomas em medicina (cf. GALENO,<br />

Op., ed. Kün, XIV. 689), foi proposto por Locke<br />

para indicar a doutrina dos signos, correspon<strong>de</strong>nte<br />

à lógica tradicional (Ensaio, IV, 21, 4);<br />

<strong>de</strong>pois foi empregado por Lambert como título<br />

da terceira parte do seu Novo Organon (1764).<br />

Na <strong>filosofia</strong> contemporânea, E. Morris utilizou<br />

o conceito <strong>de</strong> S. como teoria da semiose (v.),<br />

mais do que do signo, dividindo a S. em três<br />

partes, que correspon<strong>de</strong>m às três dimensões<br />

da semiose: semântica, que consi<strong>de</strong>ra a relação<br />

dos signos com os objetos a que se referem;<br />

pragmática, que consi<strong>de</strong>ra a relação dos<br />

signos com os intérpretes; e sintática, que consi<strong>de</strong>ra<br />

a relação formal dos signos entre si<br />

(Foundations of the lheory of Signs, 1938, II,<br />

3). Aceita por Carnap (Foundations of Logic<br />

and Mathematics. 1939, I, 2), essa distinção<br />

difundiu-se amplamente em <strong>filosofia</strong> e lógica<br />

contemporâneas (V. PRAGMÁTICA; SKMÂNTICA; SIN-<br />

TAXE).<br />

SEM-LEI (it. eslege). Viço dá esse nome ao<br />

estado que "a providência divina impôs aos ferozes<br />

e violentos que se conduzissem para a<br />

humanida<strong>de</strong> e se organizassem em nações,<br />

<strong>de</strong>spertando neles uma idéia eonfusa <strong>de</strong> divinda<strong>de</strong>...<br />

E assim, por temor a tal divinda<strong>de</strong> imaginada,<br />

começaram a organizar-se <strong>de</strong> algum<br />

modo" (Scienza nuova, dign. 31). Segundo<br />

Viço esse tempo <strong>de</strong> estado prova a função que<br />

a religião exerceu no surgimento da socieda<strong>de</strong><br />

civilizada.<br />

SENSAÇÃO (gr. aía6r|oiç; lat. Sensus, Sensio;<br />

in. Sensation; fr. Sensation; ai. Empfindnng;<br />

it. Sensazione). Este termo tem dois significados<br />

fundamentais: 1 Q um significado generalíssimo,<br />

em virtu<strong>de</strong> do qual <strong>de</strong>signa a totalida<strong>de</strong><br />

do conhecimento sensível, ou seja, todos<br />

e cada um <strong>de</strong> seus elementos; 2 e um significado<br />

específico, em virtu<strong>de</strong> do qual <strong>de</strong>signa os<br />

elementos do conhecimento sensível, ou seja,<br />

as partes últimas, indivisíveis, <strong>de</strong> que supostamente<br />

é constituído. Este segundo significado<br />

aparece somente na <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna.<br />

I o Para Aristóteles esse termo significa: a) as<br />

qualida<strong>de</strong>s elementares, como branco, preto,<br />

doce, etc (Dean., 111, 2 passim); b) a percepção<br />

do objeto real, chamada <strong>de</strong> S. em ato, que<br />

coinci<strong>de</strong> com a realida<strong>de</strong> do objeto: pelo que

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