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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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TRIADISMO 975 TRINDADE<br />

(Inst. theol, 31). Sobre essas três fases da emanação<br />

Hegel moldou suas três íases da sua<br />

dialética, que consistem respectivamente: I a na<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um conceito consigo mesmo; 2 a<br />

na contradição ou na alienação do conceito em<br />

relação a si mesmo; 3 a na conciliação e na unida<strong>de</strong><br />

das duas primeiras fases (v. Ene. §§ 79-<br />

82). Segundo essa divisão T., Hegel interpretou<br />

tanto a lógica quanto a natureza e o espírito<br />

( Wissenschaft <strong>de</strong>r Logik, ed. Glockner, II. pp.<br />

340 ss.). Hmbora Hegel atribua a Kant o mérito<br />

<strong>de</strong>ssa triadidda<strong>de</strong> dos processos racionais e —<br />

portanto — <strong>de</strong> toda a realida<strong>de</strong> (Ibid., p. 3^4),<br />

a justificação <strong>de</strong> Kant para o fato <strong>de</strong> suas "divisões<br />

em <strong>filosofia</strong> pura serem quase sempre T."<br />

é completamente diferente e provém da lógica.<br />

Kant disse: "Se for necessário fazer uma divisão<br />

apriori, esta po<strong>de</strong>rá ser: analítica, segundo<br />

o princípio <strong>de</strong> contradição, e então será feita<br />

sempre em duas partes (quodlibet ensest aiitA<br />

aut mm A); ou sintética, e nesse caso <strong>de</strong>verá<br />

<strong>de</strong>rivar <strong>de</strong> conceitos apriorii...) e conterá (l y )<br />

a condição, (2 y ) um condicionado e (3 Q ) o conceito<br />

que nasce da união da condição com o<br />

condicionado, acabando assim por ser necessariamente<br />

uma tricotomia" (Cr/7. do Juízo. Intr..<br />

Nota final).<br />

TRIADISMO (in. Triadism. fr. Triadisme.<br />

ai. Tnalismus. it. Triadismoou Trialismo). Doutrina<br />

<strong>de</strong> origem estóica que consi<strong>de</strong>ra o homem<br />

formado por três princípios: alma. coipo<br />

e pneuma ou espírito; é repetida nas epístolas<br />

<strong>de</strong> S. Paulo (v. PNKUMA).<br />

TRIBUNAL (in. Tribunal; fr. Tribunal, ai.<br />

Gerichtshof, it. Tribunale). Esse termo foi usado<br />

por Kant para <strong>de</strong>finir a finalida<strong>de</strong> da <strong>filosofia</strong><br />

crítica: "A crítica da razão pura po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

o verda<strong>de</strong>iro T. para todas as suas controvérsias,<br />

porque esta não se imiscui nas controvérsias<br />

que se referem imediatamente aos<br />

objetos, mas é instituída para <strong>de</strong>terminar e<br />

para julgar os direitos da razão em geral, segundo<br />

os princípios da sua primeira instituição"<br />

(Crít. R. Pura, Doutr. do mét., cap. I, seç. 2).<br />

TRICOTOMIA (in. Tricbotomy, fr. Trichotomie-,<br />

ai. Trichotomie. it. Tricotomia). Divisão<br />

em três partes, elementos ou classes. Esse termo<br />

é usado quase exclusivamente para a doutrina<br />

da tríplice composição da alma, que se<br />

chama também triadismo.<br />

A teoria lógica cia T. foi elaborada no séc.<br />

XVII, com a advertência <strong>de</strong> que é preciso reduzir<br />

a T. à dicotomia sempre que dois membros<br />

da dicotomia tenham uma noção em comum.<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer que o triângulo po<strong>de</strong> ser retângulo<br />

ou obliquángulo, poclendo-se ainda dividir<br />

o triângulo obliquángulo em obtusângulo e<br />

acutângulo (v. JKNGUS, Lógica hamburgensís,<br />

1638. IV, 7, 13).<br />

TRILEMA (in. Trilemnia-, fr. Trilemme-, ai.<br />

Trilemma-, it. Trilemnia). Os lógicos do séc.<br />

XIX <strong>de</strong>ram esse nome ao esquema <strong>de</strong> inferência<br />

que tenha como premissa maior uma<br />

tricotomia, em vez da dicotomia do dilema<br />

(v.): "Cada coisa é ou Fou Q ou M\ 5 não é<br />

nem A/nem Q; logo, Sé P". No mesmo sentido,<br />

fala-se <strong>de</strong> tetralema ou <strong>de</strong> polilema, mas<br />

trata-se <strong>de</strong> esquemas <strong>de</strong> inferência pouquíssimo<br />

aplicados.<br />

TRINDADE (in. Trinity, fr. Triuitó; ai.<br />

Dreifaltígkeit; it. Trinilã). Um dos dogmas fundamentais<br />

do cristianismo, que afirma a unida<strong>de</strong><br />

da substância divina na T. das pessoas. A fórmula<br />

<strong>de</strong>sse dogma foi fixada pelo Concilio <strong>de</strong><br />

Nicéia em 325, e em sua formulação <strong>de</strong>sempenharam<br />

papéis importantes a obra do bispo Atanásio<br />

e a polêmica contra a doutrina <strong>de</strong> Ário,<br />

que. tendia a acentuar a subordinação do Filho<br />

em relação ao Pai e praticamente ignorava a terceira<br />

pessoa da Trinda<strong>de</strong>. A explicação clássica<br />

<strong>de</strong>sse dogma [assim como do dogma da enccimaçàoiv.)]<br />

foi dada por S. Tomás, por meio<br />

do conceito da relação. A relação, por um lado,<br />

constitui as pessoas divinas na sua distinção e.<br />

por outro, i<strong>de</strong>ntifica-se com a mesma e única essência<br />

divina. As pessoas divinas são constituídas<br />

por suas relações <strong>de</strong> origem: o Pai, pela paternida<strong>de</strong><br />

(ou seja, pela relação com o Filho); o<br />

Filho, pela filiação ou geração (ou seja, pela relação<br />

com o Pai); o Espírito, pelo amor (ou seja,<br />

pela relação recíproca <strong>de</strong> Pai e Filho). Essas relações<br />

em Deus não são aci<strong>de</strong>ntais (nada existe<br />

<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntal em Deus) mas reais; subsistem<br />

realmente na substância divina. Portanto, a substância<br />

divina em sua unida<strong>de</strong>, ao implicar as relações,<br />

implica as diferenças das pessoas (S. Th..<br />

I, q. 27-32 e esp. q. 29, a. 4). Esta interpretação<br />

basta, segundo S. Tomás, para mostrar que "o<br />

que a fé revela não é impossível". Do ponto <strong>de</strong><br />

vista lógico, implica uma doutrina historicamente<br />

importante sobre a natureza das relações (v.<br />

RKLAÇÂO).<br />

No último período da escolástica, porém, o<br />

dogma da T. recebeu duas interpretações: foi<br />

consi<strong>de</strong>rado "verda<strong>de</strong> prática", por Duns Scot<br />

(Op. O.x.. Prol. q. 4, n" 31), ou algo que está além<br />

<strong>de</strong> qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento,<br />

como fez Ockham (In Sent., I. d. 30, q. 1 H).

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