22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ALMA DO MUNDO 34 ALTERIDADE<br />

rior" (Formalísmus, p. 226). Mas, no uso contemporâneo,<br />

essa expressão assumiu um significado<br />

irônico e motejador, <strong>de</strong>signando a atitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> quem vive satisfeito com a sua suposta<br />

perfeição moral, ignorando ou <strong>de</strong>sconhecendo<br />

os problemas efetivos, as dificulda<strong>de</strong>s e as lutas<br />

que tornam difícil o exercício da ativida<strong>de</strong><br />

moral eficaz. Essa reviravolta <strong>de</strong> apreciação <strong>de</strong>vese,<br />

provavelmente, a Nietzsche, que, em<br />

Genealogía da moral (I, § 10), <strong>de</strong>screveu os<br />

puros <strong>de</strong> coração, as A. belas que emban<strong>de</strong>iram<br />

poeticamente suas virtu<strong>de</strong>s, como "homens do<br />

ressentimento", que estremecem com um espírito<br />

subterrâneo <strong>de</strong> vingança contra aqueles que<br />

encarnam a riqueza e o po<strong>de</strong>r da vida (v. RES-<br />

SENTIMENTO).<br />

ALMA DO MUNDO (gr. uxyáA.r| yx>yj\; lat.<br />

Anima mundi; in. World-soul; fr. Âmedu mon<strong>de</strong>;<br />

ai. Weltseele, it. Anima <strong>de</strong>i mondo). Noção<br />

recorrente na cosmologia tradicional, que, freqüentemente,<br />

concebe o mundo como "um<br />

gran<strong>de</strong> animal", dotado, portanto, <strong>de</strong> A. própria.<br />

Assim Platão concebeu o mundo em Timeu<br />

e imaginou que a A.<strong>de</strong>le fosse construída e distribuída<br />

geometricamente pelo Demiurgo (Tim.,<br />

34 b). — Essa noção foi retomada pelos estóicos,<br />

que i<strong>de</strong>ntificaram Deus com o mundo e<br />

conceberam-no como "um animal imortal, racional,<br />

perfeito, inteligente e bem-aventurado"<br />

(DIÓG. L, VII, 137). Para Plotino, a A. do mundo<br />

é a segunda emanação do Uno ou Deus e<br />

proce<strong>de</strong> do Intelecto, que é a primeira emanação,<br />

assim como este proce<strong>de</strong> do Uno. A A.<br />

universal está voltada, <strong>de</strong> um lado, para o intelecto<br />

e, <strong>de</strong> outro, para as coisas inferiores ou<br />

materiais que ela or<strong>de</strong>na e governa (Enn., V, 1,<br />

2). Na Escolástica, a A. do mundo foi, às vezes,<br />

i<strong>de</strong>ntificada com o Espírito Santo, como em<br />

Abelardo (Theol. Christ., I, 17) e em alguns representantes<br />

da Escola <strong>de</strong> Chartres (Bernardo<br />

Silvestre, Teodorico <strong>de</strong> Chartres). No Renascimento,<br />

essa doutrina foi retomada por Giordano<br />

Bruno, para quem Deus é o intelecto universal,<br />

"que é a primeira e principal faculda<strong>de</strong> da A. do<br />

mundo, e esta é forma universal daquele [do<br />

próprio mundo]" {De Ia causa, III); essa doutrina<br />

foi comumente aceita por todos os que admitiram<br />

a valida<strong>de</strong> da magia, que foram muitos<br />

(Cornélio Agripa, Paracelso, Fracastoro, Cardano,<br />

Campanella, etc), já que consi<strong>de</strong>rada como o<br />

fundamento da "simpatia universal" entre as<br />

coisas do mundo, que o mago utiliza em seus<br />

encantamentos e em suas operações miraculosas.<br />

Schelling utilizou o conceito <strong>de</strong> A. do mundo<br />

(Sobre a A. do mundo, 1798) para <strong>de</strong>monstrar<br />

a continuida<strong>de</strong> do mundo orgânico e do mundo<br />

inorgânico num todo, que é também um<br />

organismo vivo, enquanto Hegel negava a "A.<br />

mundial", pois consi<strong>de</strong>rava que a A. "tem a sua<br />

verda<strong>de</strong> efetiva só como individualida<strong>de</strong>, subjetivida<strong>de</strong>"<br />

(Ene, § 391). Com o predomínio da<br />

ciência e da concepção mecânica do mundo, a<br />

noção <strong>de</strong> A. do mundo tornou-se, obviamente,<br />

inútil.<br />

ALÓGICO (in. Alogical; fr. Alogique, ai. Alogisch;<br />

it. Alogico). 1. O mesmo que a-racional<br />

(v.).<br />

2. O que não po<strong>de</strong> ser reduzido a algum<br />

tipo particular <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> lógica. O<br />

substantivo alógica foi empregado nesse sentido<br />

por Jaspers: "Nesse ponto nasce uma alógica<br />

racional (vernunftige Alogik), isto é, o movimento<br />

verda<strong>de</strong>iro da razão que alcança o seu<br />

objetivo só quando quebra a lógica do intelecto"<br />

(Vernunft undExistem, 1935, IV, 2, trad.<br />

it., p. 128).<br />

ALOGLOSSIA (fr. Alloglossie). Troca ou confusão<br />

no significado das palavras. Esse termo é<br />

usado por Leibniz (V. Lettre ã Clarke, § 45).<br />

ALTERAÇÃO (gr. àM.oí

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!