22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

HOMEOMERIAS 516 HOMO HOMO<br />

forma, no passado, e que, portanto, o passado<br />

condiciona, em certos limites (consi<strong>de</strong>rados<br />

mais ou menos amplos), o futuro do homem.<br />

É neste sentido que Hei<strong>de</strong>gger disse que o projeto<br />

é o modo <strong>de</strong> ser fundamental do H. (Sein<br />

undZeít, § 31) e Sartre falou <strong>de</strong> um projeto fundamental<br />

do mundo (L'êtreet le néant, p. 540).<br />

No mesmo sentido, John Dewey falou da mutabilida<strong>de</strong><br />

da natureza humana e dos seus chamados<br />

instintos ou impulsos fundamentais<br />

(Human Nature and Conduct, pp. 95 ss.; 106<br />

ss.). Hei<strong>de</strong>gger insistiu também sobre a limitação<br />

da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetar, uma vez que<br />

todo projeto incidiria e se achataria naquilo<br />

que já foi, nisso consistindo a facticida<strong>de</strong> do H.<br />

(v. PROJETO). Sartre insistiu na liberda<strong>de</strong> absoluta<br />

da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projetar e consi<strong>de</strong>rou<br />

puramente arbitrária ou gratuita a escolha <strong>de</strong><br />

um projeto qualquer (L'être et le néant, p. 721).<br />

Por outro lado, Dewey retomou o conceito<br />

iluminista <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong> (que é ao mesmo<br />

tempo condicionamento e liberda<strong>de</strong>) dos projetos<br />

humanos, e o existencialismo positivo<br />

<strong>de</strong>u ênfase aos mesmos caracteres <strong>de</strong> autoprojeção<br />

(cf. ABBAGNANO, Possibilita e liberta,<br />

1956,1, 7; II, 3; etc). Aliás, hoje parece que até<br />

os biólogos compartilham <strong>de</strong>ssa concepção. G.<br />

G. Simpson diz: "O H. po<strong>de</strong> optar por <strong>de</strong>senvolver<br />

suas capacida<strong>de</strong>s como animal superior<br />

e tentar erguer-se ainda mais, ou sua escolha<br />

po<strong>de</strong> ser outra. A escolha é responsabilida<strong>de</strong><br />

sua e apenas sua. Não existe automatismo que<br />

o eleve sem escolha ou esforço, nem existe<br />

uma tendência unilateral na direção certa. A<br />

evolução rião tem objetivos; o H. <strong>de</strong>ve dar<br />

objetivos a si mesmo" (The Meaning of Evolution,<br />

6 a ed., 1952, p. 310).<br />

HOMEOMERIAS (gr. ÓLiotOLiépetat; in.<br />

Homeomeries; fr. Homéoméries; ai. Homoiomerien;<br />

it. Omeomerié). Com esta palavra, que<br />

significa "partes semelhantes", Aristóteles <strong>de</strong>nominou<br />

as partículas, ou seja, as partes (que<br />

não são elementos, porque sempre divisíveis)<br />

que, segundo Anaxágoras, compõem um corpo<br />

e que são semelhantes a esse corpo. Assim,<br />

mesmo que em cada corpo existam partículas<br />

ou grãos <strong>de</strong> todos os outros corpos, em cada<br />

um predomina certa espécie <strong>de</strong> partículas, que<br />

dá nome ao corpo (ARISTÓTELES, De cael., III,<br />

3, 302b 3; Met., I, 3, 984a 14; cf. DIÓG. L, II, 8;<br />

LUCRÉCIO, De rer. nat., I, 830; SEXTO EMPÍRICO,<br />

Adv. math., X, 25).<br />

HOMINISMO (ai. Hominismus). Termo<br />

criado por Win<strong>de</strong>lband para <strong>de</strong>signar o relati-<br />

vismo, doutrina em que o homem é a medida<br />

<strong>de</strong> todas as coisas (v. RELATIVISMO).<br />

HOMO FABER. É a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> homem<br />

feita por Bergson, que viu na inteligência, característica<br />

fundamental do homem, a faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fabricar instrumentos inorganizados (La<br />

pensée et le mouvant, 1934, p. 105) (v. INTELI-<br />

GÊNCIA).<br />

HOMOGENEIDADE (in. Homogeneity, fr.<br />

Homogénéité, ai. Homogeneitát; it. Omogeneitã).<br />

Relação entre coisas que pertencem ao<br />

mesmo gênero (p. ex., branco e preto), ou que<br />

têm a mesma composição (p. ex., as partes <strong>de</strong><br />

um objeto composto do mesmo material), ou<br />

que têm entre si partes semelhantes, que se<br />

correspon<strong>de</strong>m termo a termo (p. ex., dois relógios<br />

construídos da mesma maneira). Spencer<br />

usou esse termo no sentido <strong>de</strong> não diferenciação<br />

e <strong>de</strong>finiu a evolução como a passagem do<br />

homogêneo para o heterogêneo, ou seja, do<br />

que não é diferenciado para o que é diferenciado<br />

em partes entre si diferentes (First Principies,<br />

§ 145).<br />

Kant <strong>de</strong>nominou "princípio da H." a norma<br />

da razão <strong>de</strong> procurar unificações conceptuais<br />

cada vez mais amplas, gêneros cada vez mais<br />

elevados; essa norma seria a contraposição simétrica<br />

da norma <strong>de</strong> especificação (v.), com<br />

esta confluindo na lei <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong> (v.) (Crít. R.<br />

Pura, Apêndice à dialética transcen<strong>de</strong>ntal). Hamilton<br />

repetiu substancialmente essas noções<br />

<strong>de</strong> Kant e <strong>de</strong>nominou "lei <strong>de</strong> H." o enunciado<br />

segundo o qual "dois conceitos, por mais diferentes<br />

que sejam um do outro, sempre po<strong>de</strong>m<br />

subordinar-se a um conceito superior; em<br />

outros termos, as coisas mais <strong>de</strong>ssemelhantes<br />

<strong>de</strong>vem, em alguns aspectos, ser semelhantes".<br />

Ao lado <strong>de</strong>sta, Hamilton enunciou também "a<br />

lei <strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong>", segundo a qual "todo<br />

conceito contém abaixo <strong>de</strong> si outros conceitos<br />

e por isso, quando dividido, <strong>de</strong>sce sempre para<br />

outros conceitos, nunca para indivíduos; em<br />

outros termos, as coisas mais homogêneas ou<br />

semelhantes <strong>de</strong>vem, sob certos aspectos, ser<br />

heterogêneas ou <strong>de</strong>ssemelhantes". Segundo<br />

Hamilton, essas duas leis governam toda a classificação<br />

das coisas em gêneros e espécies (HA-<br />

MILTON, Lectures on Logic, § 40; vol. I, 2 S ed.,<br />

1865, pp. 209-10).<br />

HOMO HOMO. É a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sábio feita<br />

pelo humanista francês Charles <strong>de</strong> Bouelles<br />

(1470 ou 1475-1553 aproximadamente) em seu<br />

livro De sapicutc. O sábio é a perfeição do homem<br />

porque é o homem que se formou com a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!