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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SOCIEDADE 91 i SOCIOLOGIA<br />

concepção a doutrina <strong>de</strong> Hegel, para quem a<br />

"S. civil" é uma fase imperfeita ou preparatória<br />

do Estado, que é a Idéia Divina realizada na<br />

terra: "A substância que. enquanto espírito, se<br />

parliculariza abstratamente em muitas pessoas<br />

(a família é uma só pessoa), em famílias ou em<br />

indivíduos, que por si estão em liberda<strong>de</strong>, são<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e particulares, e per<strong>de</strong> seu caráter<br />

ético; isso porque essas pessoas, enquanto<br />

tais, não têm na consciência e como objetivo a<br />

unida<strong>de</strong> absoluta, mas sua própria particularida<strong>de</strong><br />

e seu ser por si: daí nasce o sistema da<br />

atomística". Este sistema é precisamente a socieda<strong>de</strong><br />

civil como "conexão universal e mediadora<br />

<strong>de</strong> extremos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong> seus<br />

interesses particulares" ou como "listado exterior"<br />

(Fnc, § 523; Fil. do clir., § 184). Neste<br />

sentido, segundo Hegel, a S. civil compreen<strong>de</strong>,<br />

em primeiro lugar, o sistema das necessida<strong>de</strong>s;<br />

em segundo lugar, a administração da justiça;<br />

em terceiro lugar, a polícia e a corporação,<br />

ou seja, os órgãos que <strong>de</strong>têm a tutela dos interesses<br />

particulares (Fil. do clir., § 188). O próprio<br />

Marx manteve inalterado este conceito da<br />

S. civil, mas inverteu sua relação com o Estado<br />

e adotou-o como princípio <strong>de</strong> explicação do<br />

próprio Estado e, em geral, <strong>de</strong> todo o mundo<br />

i<strong>de</strong>ológico: "Por meus estudos, fui levado à<br />

conclusão <strong>de</strong> que nem as relações jurídicas nem<br />

as formas do Estado po<strong>de</strong>riam ser compreendidas<br />

por si mesmas ou pelo chamado <strong>de</strong>senvolvimento<br />

geral cio espírito humano, mas <strong>de</strong><br />

que estão enraizadas nas relações materiais da<br />

existência, cujo conjunto é enfeixado por Hegel<br />

com o nome <strong>de</strong> S. ciril: a anatomia <strong>de</strong>ssa S. civil<br />

<strong>de</strong>ve ser buscada na economia política"<br />

(Ziir Krílik <strong>de</strong>r politischeti Òkonomíe, 1859,<br />

Pref.; trad. it., Cantimorí. p. 10). Conceito análogo<br />

<strong>de</strong> S. pareceu a Bergson ser o próprio<br />

i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> S. "aberta", ou S. mística. "Uma S. mística<br />

que abarque toda a humanida<strong>de</strong> e que.<br />

animada por uma vonta<strong>de</strong> comum, marche<br />

para a criação incessantemente renovada <strong>de</strong><br />

Lima humanida<strong>de</strong> mais completa, certamente<br />

se realizará no porvir tanto quanto no passado<br />

existiram S. humanas funcionando <strong>de</strong> maneira<br />

orgânica â semelhança das S. animais. A aspiração<br />

pura é um limite i<strong>de</strong>al como a obrigação<br />

nua" (Deuxsources. I, trad. it., p. 87).<br />

3" Na linguagem comum e nas disciplinas<br />

sociológicas a palavra S. costuma ser usada no<br />

terceiro significado, <strong>de</strong> conjunto <strong>de</strong> indivíduos<br />

caracterizado por uma atitu<strong>de</strong> comum ou institucionalizada.<br />

Neste sentido, <strong>de</strong>signa tanto um<br />

grupo <strong>de</strong> indivíduos quanto a instituição que<br />

caracteriza esse grupo, como acontece nas expressões<br />

"S. comercial", "S. capitalista", etc.<br />

Esse emprego é tão óbvio que em geral não é<br />

sequer <strong>de</strong>finido. As vezes é <strong>de</strong>finido em relação<br />

com cultura, como fazem Kluckhohn e<br />

Kelly: "S. refere-se a um grupo cie pessoas que<br />

apren<strong>de</strong>ram a agir em conjunto; cultura referese<br />

aos modos <strong>de</strong> vida que distinguem esse grupo<br />

<strong>de</strong> pessoas" (R. ÜNTON, 'lhe Science of Man<br />

in the World Crisis. 7 J ed., 1952, p. 79).<br />

SOCINIANISMO (in. Socinicuiism: fr. Sociiiicniisnte,<br />

ai. Sociiiicmisnms; it. Socinianesinio).<br />

Doutrina religiosa <strong>de</strong> Lelio Socini (1525-<br />

62) e Fausto Socini (1539-160)), que exerceu<br />

influência especialmente na Polônia; seus principais<br />

pontos são os seguintes: 1" negação do<br />

dogma trinitário: 2 o negação do pecado original<br />

e da pre<strong>de</strong>stinação; 3" negação do valor das<br />

obras e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mediação eclesiástica;<br />

4" recurso direto à Bíblia como meio único<br />

<strong>de</strong> salvação; 5" recurso à razão como único instrumento<br />

para a interpretação autêntica da Bíblia.<br />

Além da Polônia, o S. difundiu-se na Holanda<br />

e na Inglaterra, mas sua influência foi<br />

enorme em toda a cultura liberal mo<strong>de</strong>rna (d.<br />

D. CANTIMORÍ. Frelici ilctlhmi <strong>de</strong>i Cincjiieceiito,<br />

Florença, 1939).<br />

SOCIOCRACIA, SOCIOLATRIA (in. 5o<br />

ciocracy, sociolatiy, fr. Soeíocracie, sociolatrie,<br />

ai. Soziokratie, Soziolatrie, it. Sociocrazia, soziolatria).<br />

Termos criados por A. Comte para<br />

<strong>de</strong>signar, respectivamente, o regime político<br />

baseado na sociologia, que ele concebe como<br />

análogo ou correspon<strong>de</strong>nte à teocracia medieval,<br />

baseada na teologia (Poliliqne positive,<br />

1851, I, p. 403), e o culto da socieda<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>veria<br />

tomar o lugar das religiões positivas<br />

(Catéchísme posiliiisle, VI).<br />

SOCIOLOGIA (in. Sociology-, fr. Socíologie;<br />

ai. Soziologic* it. Sociologia). É a ciência da socieda<strong>de</strong>,<br />

enten<strong>de</strong>ndo-se por socieda<strong>de</strong> o campo<br />

das relações intersubjetivas. Esse termo foi<br />

criado em 1838 por A. Comte, para indicar "a<br />

ciência <strong>de</strong> observação dos fenômenos sociais"<br />

(Cours <strong>de</strong> phil. positive, IV, 1838), e é usado<br />

atualmente para qualquer tipo ou espécie <strong>de</strong><br />

análise empírica ou teoria que se refira aos<br />

fatos sociais, ou seja. âs efetivas relações intersubjetivas,<br />

em oposição ás "<strong>filosofia</strong>s" ou "metafísicas"<br />

da socieda<strong>de</strong>, que preten<strong>de</strong>m explicar<br />

a natureza ela socieda<strong>de</strong> como um todo,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente dos fatos e <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>finitivo.<br />

Sem dúvida, na história cio pensamento

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