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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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FILOSOFIA PRIMEIRA 457 FEVALISMO<br />

a qual os resultados da F. <strong>de</strong>vem ser provados<br />

no domínio moral e político, ou seja, no campo<br />

das relações humanas em geral, e <strong>de</strong>vem constituir<br />

um instrumento <strong>de</strong> progresso nesse campo<br />

[cf. os textos Se o gênero humano está progredindo<br />

constantemente para o melhor, <strong>de</strong><br />

1798, Sobre o Ilumínismo, 1784, bem como<br />

os citados antes neste verbete, II, b], É também<br />

à experiência inter-humana que Dewey<br />

se refere para submeter à prova resultados da<br />

F., ou seja, propostas que ela formula para a<br />

conduta <strong>de</strong> vida inteligente (Expertence and<br />

Nature, cap. X). Por outro lado, o existencialismo<br />

<strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>gger, embora não planeje pôr à<br />

prova os resultados <strong>de</strong> suas análises, toma os<br />

dados <strong>de</strong>sta análise na existência cotidiana comum,<br />

naquilo que acontece entre os homens<br />

"acima <strong>de</strong> tudo e na maioria das vezes" (Sein<br />

undZeit, § 9)- Finalmente, po<strong>de</strong>mos inserir nesse<br />

mesmo panorama a F. consi<strong>de</strong>rada como<br />

análise da linguagem, que discerne nesta o fato<br />

intersubjetivo fundamental e, portanto, na aclaração<br />

e na retificação da linguagem o instrumento<br />

mais apto a eliminar equívocos e a retificar<br />

relações intersubjetivas. Esta pelo menos<br />

pareceria a significação mais importante <strong>de</strong> tal<br />

F. Mas não se tem essa significação quando ela<br />

é entendida simplesmente como "terapia", cujo<br />

objetivo é livrar das dúvidas (consi<strong>de</strong>radas fictícias)<br />

produzidas pela <strong>filosofia</strong>. Neste caso, uma<br />

vez que ninguém, salvo o interessado, po<strong>de</strong><br />

julgar se está suficientemente "curado", a prova<br />

a que se submeteria a F. teria como campo<br />

a vida privada do indivíduo.<br />

FILOSOFIA PRIMEIRA (gr TCpÓTT) (piX-Oacxpía;<br />

lat. Prima philosophia-, in. Firstphilosophy,<br />

fr. Philosophie première, ai. Ersten Philosophie,<br />

it. Filosofia prima). Foi esse o nome<br />

que por vezes Aristóteles <strong>de</strong>u à F. como ciência<br />

do ser (ou teologia), para distingui-la da física<br />

(F. segunda) e da matemática (.Fts., I, 9, 191 a<br />

36; Met., VI, 1, 1026 a 16; etc). Bacon usou<br />

esse termo para indicar a "ciência universal",<br />

que seria uma árvore da qual partem, como<br />

tantos ramos, as ciências específicas, que tem<br />

por objeto os princípios comuns às ciências<br />

(Deaugm. scient., III, 1) (v. FILOSOFIA). Na significação<br />

aristotélica, esse vocábulo foi substituído<br />

por metafísica (v.).<br />

FIM (gr. xéXoq, oi) eveKCX; lat. Finis; in. End,<br />

Purpose, fr. Fin, But; ai. Zweck, it. Fine). Esta palavra<br />

tem as seguintes significações principais:<br />

I a limite, no sentido com que Aristóteles<br />

diz: "a natureza procura sempre o F.", ou seja,<br />

"foge do infinito" (Degen. an., I, 1, 715 b, 16,<br />

15). Dewey usou essa palavra no mesmo sentido:<br />

"Po<strong>de</strong>mos conceber o F. como <strong>de</strong>vido ao<br />

cumprimento, à consecução perfeita, à sacieda<strong>de</strong>,<br />

à exaustão, à dissolução, a alguma coisa que<br />

diminuiu ou ce<strong>de</strong>u"; em outras palavras, os F.<br />

são só "termos ou conclusões <strong>de</strong> episódios<br />

temporais" favoráveis ou <strong>de</strong>sfavoráveis, bons ou<br />

ruins (Experience and Nature, pp. 97 ss.);<br />

2- término ou perfeição, com o sentido que<br />

freqüentemente tem a palavra grega télos. Neste<br />

sentido diz-se que uma coisa "chegou ao F."<br />

sobre uma coisa que foi terminada;<br />

3 a motivo ou causa final, no sentido da quarta<br />

das quatro causas aristotélicas (v. CAUSALIDA-<br />

DE). Neste sentido a palavra italiana scopo, a<br />

francesa but, a inglesa purpose são mais bem<br />

empregadas, pois têm caráter objetivo, quer se<br />

entenda o F. como imanente à natureza, quer<br />

se entenda como motivo <strong>de</strong> um comportamento<br />

humano: é o termo final do projeto ou do plano<br />

ao qual se refere;<br />

4 a intuito ou alvo, ou seja, F. em seu aspecto<br />

subjetivo, como aquilo que tem em mira<br />

certa intenção, mas que po<strong>de</strong> ser diferente do<br />

alvo atingido na realida<strong>de</strong>.<br />

FINALIDADE (in. Purposiveness, Finality,<br />

fr. Finalité, ai. Zweckmãssigkeit; it. Finalità).<br />

Correspondência entre um conjunto <strong>de</strong> coisas<br />

ou <strong>de</strong> acontecimentos e um fim. Assim, p. ex.,<br />

a F. <strong>de</strong> um plano ou <strong>de</strong> um projeto é a correspondência<br />

ou a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong>sse plano ao fim<br />

a que visa. A F. da natureza é a correspondência<br />

da natureza com os seus supostos fins, etc.<br />

Essa palavra não se aplica, pois, exclusivamente<br />

à causalida<strong>de</strong> dos fins da natureza (à qua! se<br />

aplica a palavra finalismo), mas em geral <strong>de</strong>signa<br />

certa forma <strong>de</strong> organização ou or<strong>de</strong>m.<br />

FLNAIISMO (in. Finalism; fr. Finalisme, ai.<br />

Finalismus; it. Finalismo). Doutrina que admite<br />

a causalida<strong>de</strong> do fim, no sentido <strong>de</strong> que o<br />

fim é a causa total da organização do mundo<br />

e a causa dos acontecimentos isolados. Essa<br />

doutrina implica duas teses: I a o mundo está<br />

organizado com vistas a um fim; 2 a a explicação<br />

<strong>de</strong> qualquer evento do mundo consiste em<br />

aduzir o fim para o qual esse evento se dirige.<br />

Essas duas teses freqüentemente estão unidas<br />

ou confundidas, mas às vezes elas são diferentes<br />

e procura-se admitir uma sem admitir<br />

a outra. Segundo relato <strong>de</strong> Platão e <strong>de</strong> Aristóteles,<br />

Anaxágoras foi o primeiro dos antigos a admitir<br />

a causalida<strong>de</strong> do fim (PLATÃO, Fed., 97C;<br />

ARISTÓTELES, Met., I, 3, 984 b 18). Platão apre-

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