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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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VARIAÇÕES CONCOMITANTES 993 VELEIDADE<br />

si<strong>de</strong>raçào da relação existente entre meios e<br />

fins, <strong>de</strong> tal modo que não se po<strong>de</strong> julgar dos<br />

fins a nào ser julgando ao mesmo tempo dos<br />

meios que servem para alcançá-los (Theory of<br />

Valuation, 1939, p. 53)- Por outro lado, a crítica<br />

dos V. não po<strong>de</strong>ria ser eficazmente instituída<br />

sem levar em conta outro aspecto dos V. em<br />

que R. Frondizi insistiu muito: a conexão entre<br />

V. e situação: "A organização econômica e jurídica,<br />

os hábitos, a tradição, as crenças religiosas<br />

e muitas outras formas <strong>de</strong> vida que transcen<strong>de</strong>m<br />

a ética contribuem para configurar <strong>de</strong>terminados<br />

valores que, ao contrário, são consi<strong>de</strong>rados<br />

existentes num mundo estranho à<br />

vida do homem. Embora o V. não possa <strong>de</strong>rivar<br />

exclusivamente <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> fato, tampouco<br />

po<strong>de</strong> prescindir <strong>de</strong> conexão com a realida<strong>de</strong>.<br />

Uma separação <strong>de</strong>ssas con<strong>de</strong>na quem a<br />

executa a manter-se no plano <strong>de</strong>sencarnado<br />

das essências" (Qué son los valores?, 1958, p.<br />

127). Os estudos contemporâneos, elaborados<br />

com base nesse pressuposto negativo, evi<strong>de</strong>nciaram<br />

os seguintes aspectos:<br />

l e O V. nào é somente a preferência ou o<br />

objeto da preferência, mas é o preferível, o <strong>de</strong>sejável,<br />

o objeto <strong>de</strong> uma antecipação ou <strong>de</strong> uma<br />

expectativa normativa (v. DEWEY, The Field of<br />

Value: a Cooperative Inquiry, ed. Ray Lepley,<br />

1949, p. 68; Q.YDi-, KLUCKOHN e outros, em 7bward<br />

a General Theory ofAction, ed. Parsons e<br />

Schils, 1951, p. 422).<br />

2" Por outro lado, não é um mero i<strong>de</strong>al que<br />

possa ser total ou parcialmente posto <strong>de</strong> lado<br />

pelas preferências ou escolhas efetivas, mas é<br />

guia ou norma (nem sempre seguida) das escolhas<br />

e, em todo caso, seu critério <strong>de</strong> juízo (v. C.<br />

MORRIS, Varieties ofHuman Value, 1956, cap. I).<br />

3 a Conseqüentemente, a melhor <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> V. é a que o consi<strong>de</strong>ra como possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> escolha, isto é, como uma disciplina inteligente<br />

das escolhas, que po<strong>de</strong> conduzir a eliminar<br />

algumas <strong>de</strong>las ou a <strong>de</strong>clará-las irracionais<br />

ou nocivas, e po<strong>de</strong> conduzir (e conduz) a privilegiar<br />

outras, ditando a sua repetição sempre<br />

que <strong>de</strong>terminadas condições se verifiquem.<br />

Em outros termos, uma teoria do V., como crítica<br />

dos V., ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>terminar as autênticas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> escolha, ou seja, as escolhas que,<br />

po<strong>de</strong>ndo aparecer como possíveis sempre nas<br />

mesmas circunstâncias, constituem pretensão<br />

do V. à universalida<strong>de</strong> e à permanência.<br />

VARIAÇÕES CONCOMITANTES, METO<br />

DO DAS (in. Method of concomitant variations;<br />

fr. Métho<strong>de</strong> <strong>de</strong>s variations concomitantes; ai.<br />

Metho<strong>de</strong> <strong>de</strong>r einan<strong>de</strong>r begleilen<strong>de</strong>n Verãn<strong>de</strong>rungen;<br />

it. Método <strong>de</strong>lle variazioni concomitanti).<br />

Foi esse o nome dado por J. Stuart<br />

Mill a um dos métodos indutivos já ilustrados<br />

por Herschel (A Discourse on the Study qf Natural<br />

Philosophy, § 145), que se expressa com<br />

a seguinte regra: ''Qualquer fenômeno que varie<br />

<strong>de</strong> qualquer maneira sempre que outro fenômeno<br />

variar <strong>de</strong> alguma maneira particular é<br />

causa ou efeito <strong>de</strong>sse fenômeno ou está ligado<br />

a ele por meio <strong>de</strong> algum fato <strong>de</strong> causaçâo"<br />

(Logic, III, VIII, § 6). As outras regras da indução<br />

são o método da concordância, o método da<br />

diferença e o método dos resíduos, sobre os<br />

quais v. os respectivos verbetes.<br />

VARIÁVEL. V. CONSTANTE.<br />

VEDANTA (in. Vedanta, fr. Vedanta; ai. Vedânta;<br />

it. Vedanta). Um dos gran<strong>de</strong>s sistemas filosóficos<br />

da índia antiga, codificado no Brahmasutra<br />

ou Vedântasutra, atribuído a Badarayana<br />

(talvez séc. III d.C). O princípio do sistema é o<br />

Brahman ou Átman, consi<strong>de</strong>rado como única<br />

realida<strong>de</strong>: o mundo é aparência enganadora,<br />

maya. Segundo esse sistema, Sankara supunha<br />

cjue o eu individual é idêntico a Brahman ou<br />

Atman, enquanto Ramanuja elaborava um sistema<br />

teísta, distinguindo <strong>de</strong> Brahman tanto o mundo<br />

criado quanto as almas individuais (DAS GUFIA,<br />

A History of Indian Philosophy, 1932-55, III; C.<br />

Tucci, Storia <strong>de</strong>lia <strong>filosofia</strong> indiana, 1957, pp.<br />

136 ss.).<br />

VEÍCULO SIGNITIVO (in. Sign Vehicle). Um<br />

dos quatro componentes do processo semiológico<br />

(ao lado do <strong>de</strong>signado, do interpretante e<br />

do intérprete), segundo Morris; mais precisamente,<br />

o objeto ou coisa que funciona como<br />

signo (Foundations ofthe Theory ofSigns, 1938,<br />

§ 2) (v. SIGNO).<br />

VELEIDADE (in. Velleity, fr. Velléité, ai. Velleitàt;<br />

it. Velleitã). Esforço impotente ou malsucedido.<br />

Esse termo encontra-se em Locke, que<br />

com ele <strong>de</strong>signa "a gradação mais baixa do <strong>de</strong>sejo,<br />

que está mais próxima da inexistência"<br />

(Ensaio, II, 20, 6). Esse termo aparece com<br />

sentido análogo em Leibniz, para quem é "uma<br />

espécie bastante imperfeita <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> condicional",<br />

ou seja, <strong>de</strong> uma vonta<strong>de</strong> que, se pu<strong>de</strong>sse,<br />

se empenharia, mas não po<strong>de</strong> (Théod.,<br />

III, 404). Esta consi<strong>de</strong>ração está muito mais<br />

próxima do significado mo<strong>de</strong>rno do termo, sendo<br />

também, por outro lado, o significado mais<br />

antigo. S. Tomás entendia por V. uma vonta<strong>de</strong><br />

antece<strong>de</strong>nte, que po<strong>de</strong> ser ou permanecer sus-

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