22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

UNIDADE 980 UNIFORME<br />

/.as contínuas existiriam se não tivessem unida<strong>de</strong>.<br />

Divida-se uma gran<strong>de</strong>za: per<strong>de</strong>ndo a U.. seu<br />

ser se transforma. O mesmo acontece para os<br />

corpos das plantas e dos animais, que. se per<strong>de</strong>m<br />

a L\ e .se divi<strong>de</strong>m em muitas partes, per<strong>de</strong>m<br />

o ser que possuíam e não são mais o que<br />

eram; transformam-se em outros seres que, em<br />

sendo, são um ser cada um (EIDL. VI. 9,1). Essas<br />

consi<strong>de</strong>rações foram <strong>de</strong>cisivas para a história<br />

ulterior cio conceito <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>. Repetidas por<br />

Proclo (Inst. theol., 21, etc.) e por Dionísio, o<br />

Areopagita (Dediv. iiom., XIII, C-D), passaram<br />

para a <strong>filosofia</strong> medieval (v. S. TOMÁS, S. Tio., I,<br />

q. II, a. 1) e foram retomadas por Nicolau <strong>de</strong><br />

Gusa (Dedocta ignor., I, 5), que i<strong>de</strong>ntificou a U.<br />

absoluta com o máximo absoluto e ambas as<br />

coisas com Deus, inspirando as especulações<br />

correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> G. Bruno sobre o assunto. A<br />

substância das coisas consiste na U. (Dela cansa,<br />

princípio et uno. V, em O/;., ed. Guzzo e Ameno,<br />

p. -1Õ9).<br />

Locke foi o primeiro a polemizar o conceito<br />

<strong>de</strong> II. substancial. Afirma que "a U. <strong>de</strong> substância"<br />

não permite enten<strong>de</strong>r as várias espécies <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, como p. ex. a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da substância<br />

do homem, da pessoa, etc, e que tais<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser esclarecidas ou explicadas<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente umas das outras (Ensaio,<br />

II. 27, 8). Mas já Leibniz voltava à <strong>de</strong>fesa<br />

da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> substancial, "única II. verda<strong>de</strong>ira<br />

e real" (Nour. ess., II, 27, 4). Wolff re<strong>de</strong>finiu a<br />

U. no sentido tradicional, enten<strong>de</strong>ndo-a como<br />

"a inseparabilida<strong>de</strong> das coisas por meio das<br />

quais o ente é <strong>de</strong>terminado" (Ont., § 328); segundo<br />

Wolff, <strong>de</strong>terminação do ente nada mais<br />

é que a razão ou a forma do ente (Ibid., § 116).<br />

O papel <strong>de</strong>terminante que Kant atribui à síntese<br />

(v.). em todos os graus e formas do conhecimento<br />

e, em geral, da ativida<strong>de</strong> humana,<br />

orienta-se pelo mesmo privilégio concedido à<br />

noção <strong>de</strong> tinida<strong>de</strong>. Para Kant, U. é sinônimo <strong>de</strong><br />

síntese ou <strong>de</strong> nexo necessário. Seu caráter específico<br />

é, em outros termos, a inseparabilida<strong>de</strong><br />

do que é unificado ou sintetizado. Como fundamento<br />

<strong>de</strong> todos os grátis ou formas <strong>de</strong> U.,<br />

que constituem as formas e os graus do conhecimento,<br />

Kant põe "a U. objetiva da percepção",<br />

que se manifesta com o uso da cópula é.<br />

em sentido objetivo. Segundo Kant, essa cópula<br />

<strong>de</strong>signa "a LI. necessária" do sujeito com o<br />

predicado e a relação <strong>de</strong>ssa U. necessária com<br />

a apercepção originária. Isso não quer dizer<br />

que as representações ligadas pela cópula sejam<br />

"necessariamente subordinadas uma à<br />

outra", mas sim que elas são "subordinadas<br />

uma à outra por meio da LI. necessária da apercepção"<br />

(Cr/7. R. Pura. § 19). Como se vê, o uso<br />

kantiano do conceito <strong>de</strong> II. é, rigorosamente,<br />

tradicional: Kant transfere para o eu penso, oti<br />

"V. necessária da apercepção", o fundamento<br />

da V. necessária dos objetos, mas a noção mesma<br />

<strong>de</strong> II. necessária" é aristotélica. Nem mesmo<br />

Hegel se afasta <strong>de</strong>ssa noção, lamentando que<br />

ela pti<strong>de</strong>sse ser entendida como 'reflexão subjetiva"<br />

e afirmando que <strong>de</strong>veria, ao contrário,<br />

ser entendida no sentido <strong>de</strong> "não-separaçào e<br />

inseparabilida<strong>de</strong>". Mas este é justamente o<br />

conceito aristotélico <strong>de</strong> l'. ( Wissenschaft <strong>de</strong>r<br />

Logik. I. livro I, seç. I, cap. I, n. 2). O uso <strong>de</strong>sse<br />

termo, presente em toda a obra <strong>de</strong> Hegel para<br />

indicar o terceiro momento da dialética, o da I'.<br />

ou i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos opostos, conforma-se perfeitamente<br />

a esse conceito.<br />

No uso filosófico corrente, esse termo nem<br />

sempre conserva o significado próprio <strong>de</strong> indivisibilicla<strong>de</strong><br />

ou inseparabilida<strong>de</strong>, ou seja. <strong>de</strong><br />

nexo necessário. Contudo, esse significado está<br />

presente quando se fala da l'. <strong>de</strong> Deus, do mundo,<br />

da natureza, ou da história, e mesmo quando<br />

se fala <strong>de</strong> LI. idéias ou normativas, como "U.<br />

da humanida<strong>de</strong>" ou "U. cia família", etc.<br />

2. Em correlação com o significado acima,<br />

os filósofos chamam <strong>de</strong> LI. os elementos constitutivos<br />

ou os princípios gerais do ser. Sabemos<br />

que. nesse sentido, para os pitagóricos "a<br />

li. é o princípio <strong>de</strong> todas as coisas" (DKXÍ. L.<br />

VIII, 25; J. STOBEO, Hei, I, 2, 58). No mesmo<br />

sentido, o neoplatonismo falou em Manadas<br />

ou <strong>de</strong> Éna<strong>de</strong>siPROCLO, Inst. theol.. 64) e Leibniz<br />

chamou <strong>de</strong> Manadas (\.) as substâncias espirituais<br />

que, segundo ele, seriam os elementos<br />

do mundo. Nesses tisos, o termo conserva<br />

o significado <strong>de</strong> substância indivisível.<br />

3. Em sentido genérico e impróprio o mesmo<br />

que um/uno (v.).<br />

UNIFICAÇÃO DAS CIÊNCIAS. V. ENCICLO-<br />

PÉDIA.<br />

UNIFORME (gr. óu.O£lôí|Ç: lat. Uniformis;<br />

in. Uniforrn; fr. Uniforme, ai. Einfõrmig, it. Uniforme).<br />

1. O que pertence â mesma espécie ou<br />

à mesma essência ou substância; esse era o sentido<br />

atribuído por Aristóteles (Met., V, 2. 1013<br />

b 31; I, 9, 991 b 23; VII. 7, 1032a 24, etc.) e<br />

aceito por S. Tomás (In Sent.. II. d. 48, q. I, a. 1).<br />

Assim, qualificam-se <strong>de</strong> V. os objetos que têm o<br />

mesmo gênero, a mesma espécie ou, em geral,<br />

a mesma natureza.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!