22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

RECIPROCO<br />

mo tenha valorizado ao máximo essa noção,<br />

<strong>de</strong> caráter tão nitidamente metafísico e espiritualista.<br />

Schelling afirma (System <strong>de</strong>s transzen<strong>de</strong>ntalen<br />

I<strong>de</strong>alismus, p. 228) que "a relação <strong>de</strong><br />

causalida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser construída sem a<br />

ação recíproca", enquanto Hegel (Ene, §§ 154<br />

ss.) vê na passagem da causalida<strong>de</strong> á ação recíproca<br />

a passagem da necessida<strong>de</strong> ao <strong>de</strong>svendamento<br />

da necessida<strong>de</strong>, ou seja, ã liberda<strong>de</strong>.<br />

O que tudo isso significa é expresso com toda<br />

a clareza por Lotze, em Microcosmo (III 2 , p.<br />

482): "A ação recíproca das substâncias finitas<br />

no mundo só po<strong>de</strong>rá ser entendida se elas forem<br />

partes <strong>de</strong> Lima Substância infinita que as<br />

abranja todas em si mesma." Essa noção é freqüente<br />

nas concepções espiritualistas do mundo,<br />

não passando cie transcrição, em termos<br />

mais mo<strong>de</strong>rnos, da simpatia universal (v. SIMPA-<br />

TIA) que as concepções mágicas (v. MAGIA) admitiam<br />

entre as coisas do mundo. Portanto,<br />

não é <strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r que Schopenhauer afirmasse<br />

que "a ação recíproca não existe", porquanto<br />

"ela pressuporia que o efeito 6 a causa<br />

da sua causa, e que aquilo que segue é, ao<br />

mesmo tempo, o que prece<strong>de</strong>" (Uber die<br />

vierfacbe Witrzel <strong>de</strong>s Salzes vom zureichen<strong>de</strong>n<br />

Gran<strong>de</strong>, 1813, § 20).<br />

RECÍPROCO (in. Reciprocai; Converse, fr.<br />

Reciproque, ai. Reziprok it. Reciproco). Em lógica,<br />

chama-se <strong>de</strong> recíproca a proposição obtida<br />

pela conversão da proposição dada, isto é,<br />

pela troca entre sujeito e predicado. O termo<br />

latino tradicional para tal proposição é conversa,<br />

e foi empregado por Boécio (De syllogismo<br />

categórico, P. L, 64. col. 804; cf. HAMILTON,<br />

I.ectures o)i Logic, II, p. 259). Por "inversa'Enten<strong>de</strong>-se<br />

comumente a negativa <strong>de</strong> uma proposição<br />

(v. CONVERSÃO).<br />

RECONCILIAÇÃO. V. SÍNTESE.<br />

RECONHECIMENTO (in. Recognition; acknowledgment;<br />

Ir. Reconnaissance-, ai. Anerknnung;<br />

it. Riconoscimento). 1. Em geral, conhecer<br />

algo por aquilo que é. Neste sentido diz-se,<br />

p. ex., "Reconheci-o como ladrão", ou "Reconheço<br />

a justiça <strong>de</strong>ssa observação".<br />

2. Um dos aspectos constitutivos da memória,<br />

porquanto os objetos lhe são dados como<br />

já conhecidos (v. MEMÓRIA).<br />

RECORDAÇÃO. V. MEMÓRIA.<br />

RECORRÊNCIA (in. Recurrence, fr. Récurrence;<br />

ai. Recntrenz; it. Ricorrenza). 1. Aquilo<br />

que volta a acontecer ou se repete a intervalos<br />

regulares ou irregulares. Neste sentido, chamase<br />

<strong>de</strong> recorrente um acontecimento que se re-<br />

836 REDUÇÃO<br />

pete mais ou menos do mesmo modo, a intervalos.<br />

2. Designa-se também com este termo o<br />

raciocínio reflexivo ou auto-reflexivo cjue dá<br />

origem às antinomias lógicas (v. ANTINOMIAS).<br />

3. Em matemática a expressão "raciocínio<br />

por R." <strong>de</strong>signa o princípio da indução mateniática<br />

(v. INDUÇÃO MATEMÁTICA).<br />

RECUSA, GRANDE (in. Grecit refusal; fr.<br />

Orand refus; it. Grau rifiuto). É a recusa da<br />

realida<strong>de</strong> em favor da imaginação e das possibilida<strong>de</strong>s<br />

que ela <strong>de</strong>svenda em arte. Essa expressão<br />

foi empregada com esse sentido por<br />

André Breton no primeiro manifesto dos<br />

surrealistas (1924) (Les manifestes du suiréalisme,<br />

1946). Foi adotada por H. Marcuse para<br />

«VLUCW "O protesto contai A repressão supéiflua,<br />

a luta pela forma <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>:<br />

viver sem angústia" (Erosand Civilization, 1954,<br />

cap. VII). V. UTOPIA.<br />

REDENÇÃO (in. Salvation; fr. Salut; ai.<br />

fieil; it. Salvezza). Libertação <strong>de</strong> um mal mortal<br />

que ameace o corpo ou a alma do homem. A<br />

R. po<strong>de</strong> ser entendida: l p como libertação <strong>de</strong><br />

um mal específico que pese sobre o homem no<br />

nuindo; este é o sentido com que o termo é<br />

entendido mesmo fora da religião; 2- como<br />

libertação do mundo, entendido como um mal<br />

em sua totalida<strong>de</strong>; portanto, é o rompimento<br />

<strong>de</strong>finitivo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> nascimentos (budismo),<br />

ou libertação <strong>de</strong> sofrimentos, dores ou punições.<br />

Neste sentido, o termo tem significado<br />

especificamente religioso (v. REUGIÀO).<br />

REDUÇÃO (in. Reduetionjr. Réduction.ú.<br />

Reduktion; it. Riduzione). 1. Transformação <strong>de</strong><br />

um enunciado em outro eqüipolente mais simples<br />

ou mais preciso, ou capaz <strong>de</strong> revelar a<br />

verda<strong>de</strong> ou a falsida<strong>de</strong> do enunciado originário.<br />

Fala-se também <strong>de</strong> "R. da ciência aos termos da<br />

experiência imediata" (QUINE, From a Logical<br />

point ofView, II, 5) ou <strong>de</strong> R. das extensões às<br />

intenções, das classes ás proprieda<strong>de</strong>s (CARNAP,<br />

Meaning and Necessity, §§ 23, 33).<br />

2. Explicação que consiste em consi<strong>de</strong>rar<br />

que certas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> fenômenos estão sujeitas<br />

a leis mais bem estabelecidas ou mais precisas<br />

que uma outra or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> fenômenos; p. ex., a<br />

que consiste em consi<strong>de</strong>rar que os fenômenos<br />

orgânicos estão submetidos âs leis dos fenômenos<br />

físicos, enquanto estes últimos estão sujeitos<br />

âs leis dos fenômenos mecânicos. (Sobre<br />

este tipo <strong>de</strong> explicação, cf. E. NAGEL, "The<br />

Meaning of the Reduction in the Natural<br />

Sciences", 1949, em Science and Civilization,<br />

ed. R. T. Staufer, 1949, pp. 99-138.)<br />

T

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!