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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SILOGISTICA 900 SILOGISTICA<br />

ticular afirmativa [/]; particular negativa [o]);<br />

com B, E, D, F, indicaram os quatro modos da<br />

primeira figura, <strong>de</strong>signando-os com as palavras-fórmulas<br />

Barbara, Celarent, Darii, Ferio,<br />

em que as únicas letras significativas são as iniciais<br />

e as três vogais (que indicam o tipo <strong>de</strong><br />

proposição no que diz respeito à premissa<br />

maior, à premissa menor e à conclusão). Quanto<br />

aos modos das outras três figuras, as três primeiras<br />

vogais têm o significado <strong>de</strong> costume; as<br />

iniciais indicam a que modo da primeira figura<br />

se reduzem; além disso, são significativas algumas<br />

letras minúsculas pospostas à vogai, que<br />

indicam operações a serem realizadas nas proposições<br />

indicadas por aquela vogai:s: conversão<br />

"simplíciter"; p: conversão "per acci<strong>de</strong>ns";<br />

m: metátese das premissas; c. "reduetio ad<br />

impossibile". Ora, teoricamente, os modos matematicamente<br />

possíveis em qualquer figura<br />

são 16, obtidos com a combinação dois a dois<br />

em todos os modos possíveis (com repetição);<br />

as quatro letras a. e, /', o (pois no silogismo o<br />

que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> são as premissas, e as premissas<br />

são duas): aa, ea, ia, oct; ae, ee, ie, oe-, ai, ei, ii,<br />

oi; ao, eo, io, oo. Portanto, resultariam 64 modos,<br />

mas <strong>de</strong>sses são válidos somente os seguintes<br />

19:<br />

I a figura: Barbara, Celarent, Darii, Ferio;<br />

2 a figura: Cesare. Camestres, Festino, Baroco;<br />

3 a figura: Darapti, Disamis, Datisi, Felapton,<br />

Bocardo, Feriso;<br />

4 a figura: Baralipton, Celantesíou Calemes),<br />

Dabitis, Fapesmo, Frisesmorum.<br />

Mais os modos "fracos": Barbari, Celaront,<br />

Cesaro, Camestros, Calemos (obtidos <strong>de</strong> Barbara,<br />

Celarent, Cesare, Camestres, Calemes).<br />

Foram também os lógicos da Ida<strong>de</strong> Média<br />

que introduziram o silogismo com proposições<br />

singulares (como "Todos os homens são mortais;<br />

Sócrates é homem; logo Sócrates é mortal"),<br />

que não se incluíam na S. propriamente<br />

aristotélica, totalmente baseada na acepção universal<br />

dos termos, portanto no uso dos operadores<br />

"tudo" e "em parte" [alguns].<br />

De origem estóica, mas <strong>de</strong>vido em gran<strong>de</strong><br />

parte à elaboração dos lógicos medievais (a<br />

partir <strong>de</strong> Boécio) é o importante capítulo da teoria<br />

do silogismo hipotético e disjuntivo. O silogismo<br />

hipotético consiste em uma premissa<br />

(dita maior) que estabelece implicação entre<br />

um enunciado e outro ("se A, B"), em uma premissa<br />

(dita menor) que afirma (modusponens)<br />

ou nega (modus tollens), respectivamente, o<br />

antece<strong>de</strong>nte ou o conseqüente da implicação<br />

contida na maior; a conclusão afirma ou<br />

respectivamente nega o conseqüente ou o antece<strong>de</strong>nte:<br />

modus ponens: se A, B modus tollens: se A, B<br />

A não/J<br />

logo B logo não-/)<br />

Analogamente, o silogismo disjuntivo consiste<br />

em uma premisssa (maior) em que são<br />

afirmadas (modus tollendo ponens) ou reciprocamente<br />

negadas (modus ponendo tollens)<br />

duas proposições, em uma premissa (menor)<br />

em que é negada, ou, respectivamente, afirmada<br />

uma das disjuntas da premissa maior, e na<br />

conclusão, que consiste em afirmar ou, respectivamente,<br />

negar, a outra disjunta:<br />

modus tollendo ponens: A ou B A ou B<br />

TãiQ-B não-/)<br />

logo A logo B<br />

modus ponendo tollens: ou A ou B ou A ou B<br />

A B<br />

logo não-/J logo não-^4<br />

Apesar <strong>de</strong> certas analogias forçadas, estes tipos<br />

<strong>de</strong> "silogismo" representam uma estrutura<br />

completamente diferente da do silogismo categórico,<br />

<strong>de</strong> tal maneira que, se não se levasse<br />

em consi<strong>de</strong>ração a etimologia, dificilmente po<strong>de</strong>riam<br />

ser chamados <strong>de</strong> silogismo; com efeito,<br />

para usarmos a linguagem da lógica contemporânea,<br />

eles pertencem ao cálculo proposidonal<br />

simples e baseiam-se em implicações materiais,<br />

ao passo que os modos do silogismo categórico<br />

pertencem ao cálculo das funções proposicionais<br />

e baseiam-se em implicações formais.<br />

Não obstante, na lógica mo<strong>de</strong>rna,<br />

principalmente no séc. XIX, foi feita uma tentativa<br />

(mas em bases mais gnosiológicas e<br />

epistemológicas que propriamente lógicas) <strong>de</strong><br />

reduzir o silogismo categórico a silogismo hipotético,<br />

interpretando o primeiro como inferência<br />

bipotético-<strong>de</strong>dutíva: "se todos os homens<br />

são mortais, e se Sócrates é homem,<br />

Sócrates é mortal". Mas a exposição lógica<br />

completa <strong>de</strong>sta última forma <strong>de</strong> inferência mostra<br />

que na realida<strong>de</strong> ela não se reduz a nenhuma<br />

das duas formas clássicas, per<strong>de</strong>ndo-se a<br />

concisão rigorosa e a estrutura ternária <strong>de</strong>stas.<br />

Faltaria consi<strong>de</strong>rar o silogismo indutivo, mas<br />

seu estudo não pertence à S. propriamente dita<br />

(v. INDUÇÃO). G.P.

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