22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

OCORRÊNCIA 727 ONTOLOGICA, PROVA<br />

causas (segundas ou finitas) são apenas ocasiões<br />

<strong>de</strong> que Deus se vale para levar a cabo seus<br />

<strong>de</strong>cretos. Esta doutrina foi <strong>de</strong>fendida pela primeira<br />

vez pela seita filosófica árabe dos Motakallimun<br />

(cf. MAIMÔNIDES. Gui<strong>de</strong> <strong>de</strong>s égarés, I,<br />

73), sendo <strong>de</strong>pois retomada na ida<strong>de</strong> cartesiana<br />

pelos pensadores que quiseram utilizar a doutrina<br />

<strong>de</strong> Descartes para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r crenças religiosas<br />

tradicionais (Louis De La Forge, Gérard<br />

<strong>de</strong> Cor<strong>de</strong>moy, J. Clauberg e A. Geulincx, que<br />

viveram no séc. XVII). Geulincx foi o melhor<br />

expositor da doutrina, que visa substancialmente<br />

a negar ao homem qualquer po<strong>de</strong>r efetivo no<br />

mundo e a atribuí-lo a Deus. Ao O. opuseramse<br />

Spinoza e Leibniz; era <strong>de</strong>fendido por Malebranche,<br />

que a respeito concluía que, não<br />

po<strong>de</strong>ndo ser produzido pelas coisas (que não<br />

são causas), o conhecimento humano é uma<br />

visão das coisas em Deus (Recherche <strong>de</strong> Ia véritó.<br />

1674-75).<br />

OCORRÊNCIA (in. Token). Esse foi o nome<br />

que Peirce <strong>de</strong>u ao sinsigno, ou seja, "um acontecimento<br />

singular, que ocorre só uma vez, cuja<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> limita-se a essa única ocorrência e<br />

ao objeto ou coisa singular que é um espaço<br />

singular ou um único instante do tempo". P.<br />

ex., quando se diz que a palavra "o" aparece<br />

vinte vezes em dada página <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado<br />

livro, diz-se que o "o" é uma O.; no entanto,<br />

quando se fala do artigo "o" na língua portuguesa,<br />

fala-se <strong>de</strong> um tipoiColl. Pap., 4.537).<br />

Esse termo passou a ser empregado comumente<br />

em <strong>filosofia</strong> <strong>de</strong> língua inglesa. Assim, tokensentence,<br />

ou token-reflexive, é um enunciado<br />

do tipo "o enunciado da lousa está mal escrito",<br />

ou então um enunciado aduzido puramente<br />

como exemplo, como o discutido por Aristóteles<br />

(De int., 9. 19 a segs.): "Amanhã haverá uma<br />

batalha naval".<br />

OCULTAS, QUALIDADES. V. OCULTO.<br />

OCULTISMO (in. Occultismjv. Occultisme:<br />

ai. Okkultismus; it. Ocultismo). Crença em fenômenos<br />

que se julgam produzidos por forças<br />

ocultas ou crença na valida<strong>de</strong> das ciências ocultas.<br />

Por O. po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r o conjunto <strong>de</strong> tais<br />

ciências: magia, astrologia, metapsíquica, teosofia,<br />

etc. (v. verbetes específicos).<br />

OCULTO (in. Occult; fr. Occulte; ai. Okkult;<br />

it. Occulto). O que se escapa à visão e só po<strong>de</strong><br />

ser <strong>de</strong>scoberto por quem tem uma segunda<br />

visão, no sentido <strong>de</strong> ser iniciado numa forma superior<br />

<strong>de</strong> saber. Neste sentido ciência oculta é,<br />

em primeiro lugar, a magia: Cornélio Agripa, em<br />

DeoceultaphilosophiadSlQ), incluía na magia<br />

todas as ciências possíveis. Mas hoje também se<br />

chama <strong>de</strong> ciências O. a teosofia, a para psicologia,<br />

etc, seja por lidarem com fenômenos consi<strong>de</strong>rados<br />

manifestações <strong>de</strong> forças O. seja porque<br />

se ache que o estudo <strong>de</strong> tais fenômenos <strong>de</strong>ve<br />

ser reservado a quem se iniciou numa or<strong>de</strong>m<br />

superior <strong>de</strong> conhecimentos esotéricos. A partir<br />

do séc. XVII começou-se a chamar <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>sO.<br />

as causas formais e finais do aristotelismo<br />

e da escolástica, preten<strong>de</strong>ndo-se ressaltar com<br />

essa expressão que recorrer a tais causas eqüivalia<br />

a recorrer a fatores mais <strong>de</strong>sconhecidos<br />

que os próprios fenômenos, incapazes, portanto,<br />

<strong>de</strong> explicá-los. "Os aristotélicos" — dizia<br />

Newton — "não <strong>de</strong>ram o nome <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s<br />

O. às qualida<strong>de</strong>s manifestadas, mas às qualida<strong>de</strong>s<br />

que supunham estar nos corpos como causas<br />

<strong>de</strong>sconhecidas <strong>de</strong> efeitos manifestados"<br />

(Opticks, 1704, III, 1, q. 3D.<br />

OFELIMIDADE (in. Ophelimity- fr. Ophélimité:<br />

ai. Ophelimitát; it. Ofelimitã). Termo<br />

criado por Vilfredo Pareto (Conrs d'éamomie<br />

politic/ue, Lausanne, 1896) para <strong>de</strong>signara qualida<strong>de</strong><br />

fundamental dos objetos econômicos,<br />

que é o valor do uso, que nem sempre coinci<strong>de</strong><br />

com a utilida<strong>de</strong>; p. ex., um estupefaciente tem<br />

O., mas não utilida<strong>de</strong>.<br />

OLIGARQUIA. V. GOVERNO, FORMAS DK.<br />

ONIROLOGIA. Interpretação dos sonhos (v.<br />

Sonho).<br />

ONIPOTÊNCIA, ONISCIÊNCIA. V. TEO-<br />

DICÉIA.<br />

ÔNTICOün. Otitiejr. Ontique/A. Ontisch;<br />

it. Ontíco). Existente: distinto <strong>de</strong> ontológico,<br />

que se refere ao ser categorial, isto é, à essência<br />

ou à natureza do existente. V. ex., a proprieda<strong>de</strong><br />

empírica <strong>de</strong> um objeto é uma proprieda<strong>de</strong><br />

O.; a possibilida<strong>de</strong> ou a necessida<strong>de</strong> é uma<br />

proprieda<strong>de</strong> ontológica. Essa distinção foi ressaltada<br />

por Hei<strong>de</strong>gger: "'Ontológico', no sentido<br />

dado à palavra pela vulgarização filosófica<br />

(e aqui se mostra a confusão radical) significa<br />

aquilo que, ao contrário, <strong>de</strong>veria ser chamado<br />

<strong>de</strong> O., ou seja, uma atitu<strong>de</strong> tal em relação ao<br />

ente que o <strong>de</strong>ixe ser em si mesmo, no que é e<br />

como é. Mas nem por isso se propôs ainda o<br />

problema dosei; e muito menos se atingiu aquilo<br />

que <strong>de</strong>ve constituir o fundamento para a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma 'ontologia'" ( Vom Wesen <strong>de</strong>s<br />

Gniu<strong>de</strong>s. I, n y 14; trad. it., p. 23).<br />

DE.<br />

ONTOGÊNESE. V. BIOGENÉTICA, LKI.<br />

ONTOLOGIA. V. METAFÍSICA.<br />

ONTOLÓGICA, PROVA. V. DEUS, PROVAS

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!