22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ONTOLOGISMO 728 OPERACIONISMO<br />

ONTOLOGISMO (in. Ontologism, fr. Ontologisme;<br />

ai. Ontologism us; it. Ontologisnio).<br />

Doutrina segundo a qual "o trabalho filosófico<br />

não começa no homem, mas em Deus; não<br />

sobe do espírito ao Ente, mas <strong>de</strong>sce cio Ente ao<br />

espírito" (GIOBKRTI, Intr. alio studío <strong>de</strong>lia fil.<br />

1840, 11, p. 175). O O. opõe-se ao psicologismo,<br />

que segue caminho oposto e é consi<strong>de</strong>rado<br />

típico da <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna, a partir <strong>de</strong> Descartes.<br />

A tese fundamental do O. é <strong>de</strong> que o homem<br />

possui uma visão ou intuição imediata<br />

direta do ente: ou do ente genericamente entendido<br />

como noção geral cio ser (como julga<br />

Rosmini) ou do ente entendido como o próprio<br />

Ente supremo. Deus (como julga Gioberti). Esta<br />

tese fundamental <strong>de</strong>riva do agostinismo<br />

escolástico, que sempre insistiu na iluminação<br />

direta do intelecto humano por Deus. e. mais<br />

imediatamente, dos ocasionalistas e cie Malebranche,<br />

que reduziram toda espécie <strong>de</strong> conhecimento<br />

à visão em Deus (v. AGOSTINISMO;<br />

OCASIONAUSMO). Contudo, o O. inclui-se no<br />

quadro do retorno romântico ã tradição que<br />

domina a <strong>filosofia</strong> européia na primeira meta<strong>de</strong><br />

do séc. XIX e ressalta os dois conceitos interligados,<br />

revelação e tradição. De tato, intuição<br />

do ente é entendida como a revelação que o<br />

ente faz <strong>de</strong> si próprio ao homem.<br />

O O. <strong>de</strong> Rosmini limita essa revelação ã noção<br />

geral cio ser ou "ser possível", entendido<br />

como forma fundamental e originária da mente<br />

humana e como condição <strong>de</strong> qualquer conhecimento,<br />

que seria síntese entre a idéia do ser<br />

e um dado sensível (Nuuru saggio sull'origine<br />

<strong>de</strong>llei<strong>de</strong>e, 1830, §§ 492, 537). O ato do conhecimento<br />

assim entendido é a percepção intelectiva<br />

(v.). Para Gioberti, porém. Deus revela-se<br />

ao homem (à intuição) em sua própria ativida<strong>de</strong><br />

criadora, e a intuição expressa-se plenamente<br />

na fórmula "o Ente cria o existente', que<br />

relaciona três realida<strong>de</strong>s: causa primeira, substâncias<br />

criadas e ação criadora (Int. alio studio<br />

<strong>de</strong>lia fil, 1840, II, p. 183). Tanto Rosmini quanto<br />

Gioberti tacham a <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna ele<br />

subjetivista, <strong>de</strong> psicologista e <strong>de</strong> niilista, mas na<br />

realida<strong>de</strong>, como já dissemos, sua doutrina é<br />

francamente romântica e encontra correspondência<br />

na <strong>filosofia</strong> do segundo Schelling, na <strong>de</strong><br />

Schleiermacher e na <strong>de</strong> outros expoentes românticos.<br />

Uma continuação do O. na <strong>filosofia</strong><br />

contemporânea po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada a <strong>filosofia</strong><br />

<strong>de</strong> P. Carabelle.se, que procurou conciliar<br />

Rosmini com Kant. Carabellese consi<strong>de</strong>ra a<br />

consciência, que é o ponto <strong>de</strong> partida e o úni-<br />

co fundamento da <strong>filosofia</strong>, como a consciência<br />

que o sujeito tem do ser, mas, ao contrário <strong>de</strong><br />

Rosmini e cie Gioberti, consi<strong>de</strong>ra o ser como<br />

absolutamente imanente à própria consciência.<br />

No entanto, também Carabellese chama esse<br />

ser <strong>de</strong> Deus e consi<strong>de</strong>ra-o fundamento da objetivida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todas as coisas particulares que a<br />

consciência po<strong>de</strong> atingir (Critica <strong>de</strong>i concreto,<br />

1921; II problema teológico come <strong>filosofia</strong>, 1931).<br />

ONTOTEOLOGIA. V. TKOLOGIA, 2 Q .<br />

OPERAÇÃO (lat. Operatio; in. Operationjr.<br />

Opératíon, ai. Operation: it. Operazione). 1.<br />

Ativida<strong>de</strong> em geral. Este é o significado do termo<br />

na Ida<strong>de</strong> Média, quando foi usado como<br />

tradução do grego ènérgeia, que eqüivale a<br />

atualida<strong>de</strong> ou ativida<strong>de</strong>. Foi neste sentido que<br />

S. Tomás <strong>de</strong> Aquino empregou essa palavra (p.<br />

ex.. S. Th., II, I, q.3, a.2); para ele, vale o princípio<br />

<strong>de</strong> que "o modo <strong>de</strong> agir <strong>de</strong> cada coisa<br />

segue seu modo <strong>de</strong> ser" (Ibid., I, q. 89, a. 1).<br />

2. Função no significado 1: ativida<strong>de</strong> caracterizada<br />

por certo tini e própria <strong>de</strong> um ser <strong>de</strong>terminado.<br />

Neste sentido se diz, p. ex., que "a O.<br />

da física é calcular resultados que possam ser<br />

confrontados com a experimentação", ou que<br />

"a O. da ciência é <strong>de</strong>monstrar", etc.<br />

3. Função no significado 2: relação ou correlação.<br />

Neste sentido, fala-se <strong>de</strong> O. matemáticas<br />

ou lógicas.<br />

4. Técnica manual, procedimento manipulativo<br />

a ser efetuado segundo <strong>de</strong>terminadas<br />

regras; p. ex., O. <strong>de</strong> medida, O. <strong>de</strong> produção,<br />

etc.<br />

OPERACIONISMO (in. Operationism; fr.<br />

Opératkmisme, ai. Operationismns; it. Operazionismo).<br />

Doutrina segundo a qual o significado<br />

<strong>de</strong> um conceito científico consiste unicamente<br />

em <strong>de</strong>terminado conjunto <strong>de</strong> operações.<br />

O primeiro a propor essa doutrina foi P. W.<br />

Brídgman. que assim a ilustrou, com um exemplo<br />

que ficou clássico: "Conhecemos aquilo<br />

que chamamos <strong>de</strong> comprimento só se po<strong>de</strong>mos<br />

dizer qual é o comprimento <strong>de</strong> qualquer<br />

objeto, e o físico não exige mais que isso. Para<br />

encontrar o comprimento <strong>de</strong> um objeto <strong>de</strong>vemos<br />

executar certas operações físicas. Portanto,<br />

o conceito <strong>de</strong> comprimento é fixado quando<br />

são fixadas as operações com as quais o comprimento<br />

é medido, ou seja, o conceito <strong>de</strong><br />

comprimento implica nada mais nada menos<br />

que o conjunto <strong>de</strong> operações com as quais o<br />

comprimento é <strong>de</strong>terminado. Fm geral, por um<br />

conceito não enten<strong>de</strong>mos nada mais que con-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!