22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

SENTIDO COMPOSTO e DIVIDIDO 874 SENTIMENTO<br />

§ 7, etc). Nesta acepção, o S. compreen<strong>de</strong> tanto<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber sensações quanto a<br />

consciência que se tem das sensações e, em<br />

geral, das próprias ações: capacida<strong>de</strong> que na<br />

<strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna é chamada mais freqüentemente<br />

<strong>de</strong> S. interno ou reflexão (cf. LOCKE, Ensaio,<br />

II, I, 4; KANT, Crít. R. Pura, Estética, § 1).<br />

e às vezes <strong>de</strong> 5, íntimo(WÍAiNV. DE BIRAN, Journal<br />

Intime, I, pp. 13-14; CEuvres, ed. Tisserand, p.<br />

15, etc.) ou consciência (v.).<br />

2. Sensação ou conjunto <strong>de</strong> sensações,<br />

como quando se diz "os S. mostram que...", ou<br />

então apetites sensíveis, em especial os <strong>de</strong>sejos<br />

sexuais.<br />

3. Órgãos dos S., aquilo que se chama mais<br />

propriamente <strong>de</strong> sensório, ou. na terminologia<br />

mo<strong>de</strong>rna, receptor.<br />

4. O mesmo que significado (v.).<br />

SENTIDO COMPOSTO e DIVIDIDO, FA-<br />

LÁCIA DO. V. COMPOSIÇÃO; DlVISÀO.<br />

SENTIMENTAL (in. Sentimental: fr. Sentimental;<br />

ai. Sentimentalisch; it. Sentimentale).<br />

O significado <strong>de</strong>ste adjetivo, no uso comum,<br />

não tem relação com o significado geral <strong>de</strong><br />

sentimento, mas costuma referir-se a uma emoção<br />

particular, o amor. "Problemas $.", "crises<br />

S.", etc. são expressões que se referem a situações<br />

em que está em jogo o amor, mais precisamente<br />

o amor sexual. Freqüentemente esse<br />

adjetivo também inclui referência ao amor em<br />

sentido romântico (v.), como acontece no título<br />

<strong>de</strong> dois romances famosos: A viagem S. <strong>de</strong><br />

Sterne e Educação S. <strong>de</strong> Flaubert.<br />

Em sentido específico, esse adjetivo foi empregado<br />

por F. Schiller para indicar uma e.spécie<br />

<strong>de</strong> poesia, em oposição à poesia ingênua<br />

(v. INGENUIDADE).<br />

SENTIMENTALIDADE ou SENTIMENTA-<br />

LISMO (in. Senti mentalism, fr. Sentimentalisme;<br />

ai. Sentimentallitãt; it. Sentimentalitã<br />

ou Sentimentalismo). Consiste em entregar-se<br />

às emoções próprias ou alheias, em exaltar-se<br />

com elas <strong>de</strong>sproporcionalmente à força, aos limites<br />

e à função <strong>de</strong>ssas emoções. Kant viu no<br />

sentimentalismo a fraqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar-se dominar,<br />

até contra a vonta<strong>de</strong>, pela participação no<br />

estado emocional <strong>de</strong> outrem. Por isso, opôs à<br />

S. o autodomínio, que possibilita a sutileza <strong>de</strong> sentimentos<br />

graças à qual as emoções alheias não<br />

são julgadas segundo a força <strong>de</strong> quem julga,<br />

mas segundo a fraqueza <strong>de</strong> quem sente. Diante<br />

do autodomínio, é ridículo e pueril <strong>de</strong>ixar-se<br />

dominar pela emoção alheia, compartilhando-a<br />

indiscriminadamente (Antr., I, § 62). Na realida-<br />

<strong>de</strong>, porém, existe sentimentalismo mesmo<br />

quando alguém se entrega às suas próprias<br />

emoções ou à sua manifestação externa, iludindo-se<br />

quanto à sua força e consistência, e<br />

aumentando sua importância.<br />

SENTIMENTO (in. Sentiment; fr. Sentiment;<br />

ai. Gefühl; it. Sentimento). Esse termo po<strong>de</strong><br />

significar: I a o mesmo que emoção, no significado<br />

mais geral, ou algum tipo ou forma superior<br />

<strong>de</strong> emoção. Para este significado, v. EMOçÀO;<br />

2- pressentimento, no sentido em que se<br />

usam frases como "sinto que algo não vai bem"<br />

para dizer que se tem uma opinião que não é<br />

possível justificar naquele momento; quanto a<br />

esse sentido, v. OPINIÃO; 3 U fonte <strong>de</strong> emoções,<br />

como princípio, faculda<strong>de</strong> ou órgão que presi<strong>de</strong><br />

às emoções, e do qual elas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m, ou<br />

como categoria na qual elas se enquadram.<br />

É com este último sentido que essa palavra<br />

é comumente empregada hoje, p. ex. quando<br />

se opõe o "S." à "razão" (consi<strong>de</strong>rada como<br />

órgão ou faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimentos objetivos),<br />

em frases como "não se faz política com<br />

sentimentos". Este emprego é justificado por<br />

uma tradição filosófica relativamente recente,<br />

só encontrada na Ida<strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rna. Isto porque<br />

a <strong>filosofia</strong> antiga e a medieval não conheceram<br />

o S. como fonte ou princípio das afeições, afetos<br />

ou emoções e portanto não usam essa noção<br />

como categoria para organizar e classificar<br />

as afeições da alma. Nem a psicologia platônica,<br />

que distingue uma alma racional, uma concupiscível<br />

e uma irascível (Rep., IV, 12-15), nem<br />

a psicologia aristotélica, que distingue um princípio<br />

vegetativo, um sensitivo e um intelectivo<br />

(De an., II, 2), reconhecem uma fonte e<br />

um princípio autônomos das emoções: estas<br />

são repartidas entre as várias divisões ou<br />

princípios admitidos, sem exclusão do princípio<br />

racional ou intelectivo. O mesmo acontece<br />

com a <strong>filosofia</strong> medieval, que segue as<br />

pegadas da psicologia aristotélica. Na realida<strong>de</strong>,<br />

o reconhecimento <strong>de</strong> Lima fonte ou<br />

princípio autônomo das emoções relaciona-se<br />

com o reconhecimento da subjetivida<strong>de</strong> humana<br />

como algo irredutível a um conjunto <strong>de</strong> elementos<br />

objetivos ou objetiváveis ou a modificações<br />

passivas produzidas por tais elementos.<br />

Este reconhecimento caracteriza os primórdios<br />

da <strong>filosofia</strong> mo<strong>de</strong>rna e é, como todos sabem,<br />

uma contribuição do cartesianismo.<br />

Os pressupostos <strong>de</strong>sse reconhecimento <strong>de</strong>vem<br />

ser buscados na linha <strong>de</strong> pensamento que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!