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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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BIOSFERA 111 BUDISMO<br />

nascimento <strong>de</strong> um homem é justamente a manifestação<br />

<strong>de</strong> uma enteléquia, manifestação que<br />

termina com a morte. Os indivíduos são, portanto,<br />

partes da vida suprapessoal da enteléquia<br />

(Phüosophie<strong>de</strong>sOrganischen, 1908-9; Ordnungslehre,<br />

1925).<br />

BIOSFERA (fr. Biosphère). Foi esse o nome<br />

dado por Le Roy à vida em sua totalida<strong>de</strong>, na<br />

medida em que está para os indivíduos assim<br />

como o pensamento está para as idéias que<br />

produz: é a força ou o princípio criador <strong>de</strong>les<br />

(L'exigence idéalistique et lefait <strong>de</strong> 1'évolution,<br />

1927). Com a aparição do homem na Terra,<br />

começa o reino da noosfera, isto é, o reino do<br />

progresso espiritual que o homem realiza em<br />

todos os campos mediante o po<strong>de</strong>r inventivo<br />

do pensamento intuitivo (La pensée intuitíve,<br />

1929-30).<br />

BIRANISMO. V. ESPIRITÜAUSMO.<br />

BOA VONTADE. V. VONTADE.<br />

BOCARDO. Palavra mnemônica usada pelos<br />

escolásticos para indicar o quinto dos seis<br />

modos do silogismo <strong>de</strong> terceira figura, mais<br />

precisamente o que consiste em uma premissa<br />

particular negativa, uma premissa universal afirmativa<br />

e uma conclusão particular negativa,<br />

como no exemplo: "Alguns homens não são<br />

pedras; todo homem é animal; logo, alguns<br />

animais não são pedras" (PEDRO HISPANO, Summ.<br />

log., 4.15).<br />

BOM. V. BEM.<br />

BOM SENSO (in. Good sense, fr. Bon sens;<br />

it. Buon senso). Essa expressão, que não <strong>de</strong>ve ser<br />

confundida com senso comum (v.), foi usada<br />

por Descartes como sinônimo <strong>de</strong> razão, na frase<br />

que abre o Discurso do método: "A faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> bem julgar e <strong>de</strong> distinguir o verda<strong>de</strong>iro do<br />

falso, propriamente chamada <strong>de</strong> B. senso ou<br />

razão, é, por natureza, igual em todos os homens".<br />

Hoje, não se po<strong>de</strong>ria mais admitir essa<br />

sinonímia. Por um lado, a razão passou cada<br />

vez mais a <strong>de</strong>signar técnicas específicas (v.<br />

RAZÃO) e, por outro, o B. senso continuou <strong>de</strong>signando<br />

certo <strong>de</strong>sequilíbrio e certa mo<strong>de</strong>ração<br />

no juízo dos problemas comuns da vida e<br />

no comportamento cotidiano. Muitas vezes,<br />

porém, o que parece extravagante ou paradoxal<br />

para o B. senso tem mais valor do que aquilo<br />

que se lhe conforma, porque o B. senso tem<br />

como referência apenas o sistema estabelecido<br />

<strong>de</strong> crenças e <strong>de</strong> opiniões, só po<strong>de</strong>ndo julgar a<br />

partir dos valores que esse sistema inclui. É<br />

muito freqüente que a ciência e a <strong>filosofia</strong> prescindam<br />

do B. senso, ainda que nunca ou quase<br />

nunca possam <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado as pequenas ações<br />

cotidianas, entre as quais o B. senso estaria em<br />

seu elemento.<br />

BONDADE (lat. Bonitas; in. Goodness; fr.<br />

Bonté, ai. Gütigheit; it. Bontà). Em sentido lato,<br />

excelência <strong>de</strong> um objeto qualquer (coisa ou<br />

pessoa). Diz, p. ex., S. Tomás: "A B. que em<br />

Deus está <strong>de</strong> modo simples e uniforme, nas<br />

criaturas está <strong>de</strong> modo múltiplo e dividido" (S.<br />

Th., 1, q. 47, a. 1). As discussões dos sécs. XVII<br />

e XVIII a propósito da B. <strong>de</strong> Deus como móvel<br />

da criação (cf. LEIBNIZ, Théod., II, §§ 116 ss.) fundaram-se<br />

num significado mais restrito do termo,<br />

que foi expresso claramente por Baumgarten:<br />

"A B. (benignida<strong>de</strong>) é a <strong>de</strong>terminação da<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer bem aos outros. O benefício<br />

é a ação útil ao outro, sugerida pela B." (Met.,<br />

§ 903). Nesse sentido, a B. i<strong>de</strong>ntifica-se com o<br />

que Aristóteles chamava <strong>de</strong> benevolência<br />

(eirvoíoc) (Et. nic, VIII, 2, 1.155 b 33). Os dois<br />

significados <strong>de</strong>sse termo estão vivos no uso<br />

comum.<br />

BOVARISMO (fr. Bovarisme). Termo <strong>de</strong>rivado<br />

do nome da famosa heroína <strong>de</strong> Flaubert<br />

(Madame Bovary, 1857), para indicar a atitu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> quem cria para si mesmo uma personalida<strong>de</strong><br />

fictícia e procura viver em conformida<strong>de</strong><br />

com ela, chocando-se contra a sua própria natureza<br />

e contra os fatos. O termo foi criado por<br />

Jules <strong>de</strong> Gaultier (Le bovarisme, 1902).<br />

BRAQUILOGIA (gr. PpaxtiÀoyía). No Protágoms<strong>de</strong><br />

Platão, Sócrates contrapõe a sua exigência<br />

<strong>de</strong> respostas breves e sucintas à tendência<br />

<strong>de</strong> Protágoras <strong>de</strong> fazer longos discursos,<br />

obviamente porque só através da troca <strong>de</strong> frases<br />

concisas é possível a discussão em forma<br />

<strong>de</strong> diálogo (Prot., 334 c-335 a).<br />

BRUTISMO (fr. Brutismé). Termo empregado<br />

por St.-Simon para indicar a concepção mecanicista<br />

dos fenômenos; por isso, é equivalente<br />

a mecanicismo (v.).<br />

BUDISMO (in. Buddhism; fr. Bouddhisme,<br />

ai. Buddhismus; it. Buddismo). Doutrina religiosa<br />

e filosófica que se originou dos ensinamentos<br />

<strong>de</strong> Gautama Buda (563-480 a.C. aprox.)<br />

e que foi <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>senvolvida em gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> diferentes tendências na índia, na China<br />

e no Japão. Os principais textos do B. são os<br />

escritos em língua páli, chamados <strong>de</strong> Tipitaka<br />

e divididos em três grupos ou cestos: l s o Suttapitaka,<br />

que compreen<strong>de</strong> os Sutra, isto é, discursos<br />

ou ensinamentos atribuídos a Buda; 2° o<br />

Vinayapitaka, que compreen<strong>de</strong> as regras da<br />

disciplina monástica; 3 S Abhídhammapitaka,<br />

que é o "cesto" da metafísica, isto é, a seção<br />

doutrinai da coleção.

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