22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

SENTIMENTO 878 SER<br />

Scheler usou sua análise como fundamento <strong>de</strong><br />

uma verda<strong>de</strong>ira metafísica dos valores, em que<br />

estes não são consi<strong>de</strong>rados somente objetos,<br />

no sentido próprio e restrito do termo (v. OisjF.ro).<br />

mas verda<strong>de</strong>iras realida<strong>de</strong>s, no sentido<br />

em que são chamadas <strong>de</strong> reais as coisas, as<br />

entida<strong>de</strong>s e os fatos, com a diferença <strong>de</strong> que,<br />

diante <strong>de</strong> qualquer outra coisa, entida<strong>de</strong> ou<br />

fato, os valores seriam realida<strong>de</strong>s últimas ou<br />

"absolutas". Hssa integração metafísica <strong>de</strong> uma<br />

análise meritória pelo modo como foi conduzida<br />

e pelas suas conclusões po<strong>de</strong> levantar dúvidas<br />

quanto à sua legitimida<strong>de</strong>. Com efeito, po<strong>de</strong>-se<br />

consi<strong>de</strong>rar que um dos resultados <strong>de</strong>ssa análise<br />

é esten<strong>de</strong>r o significado <strong>de</strong> "objeto" como<br />

termo ou fim <strong>de</strong> um ato intencional, cie tal modo<br />

que não sejam chamados <strong>de</strong> objetos apenas os<br />

que possam ser consi<strong>de</strong>rados reais no sentido<br />

cie terem características <strong>de</strong> fatos ou entida<strong>de</strong>s<br />

subsistentes. Por realida<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>-se, pois, <strong>de</strong><br />

modo estrito e rigoroso, o termo <strong>de</strong> um processo<br />

cognitivo passível <strong>de</strong> verificação (v. RI:ALI-<br />

DADI:), e não há razão para i<strong>de</strong>ntificar a intencionalicla<strong>de</strong><br />

emotiva com a intencionalicla<strong>de</strong><br />

cognitiva; o próprio Scheler dá boas razões<br />

para fazer o contrário. Se as coisas são assim,<br />

ou seja, se a intencionalicla<strong>de</strong> do S. é diferente<br />

da intencionalicla<strong>de</strong> do conhecimento, sendo<br />

também diferentes seus respectivos objetos,<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter fundamento a crítica <strong>de</strong> Scheler á<br />

tendência da psicologia contemporânea, <strong>de</strong> negar<br />

a "função cognitiva" dos S. Isto porque a<br />

psicologia contemporânea admite a função dos<br />

S. no comportamento vital do organismo, e<br />

consi<strong>de</strong>ra-os anúncio <strong>de</strong> situações presentes ou<br />

futuras, o que permite enfrentar tais situações<br />

da mesma maneira como um dispositivo<br />

<strong>de</strong> alarme põe em movimento os meios <strong>de</strong><br />

enfrentar um perigo. Assim como Scheler.<br />

Hei<strong>de</strong>gger reconheceu a importância fundamental<br />

do S., que ele consi<strong>de</strong>ra arraigado na<br />

substância humana, vale dizer, na estrutura<br />

antológica <strong>de</strong> sua existência. Hei<strong>de</strong>gger chama<br />

<strong>de</strong> situação afetiva (Refindlíchkeit) o tom emocional<br />

da ocupação cotidiana do homem, e vê<br />

nesse tom uma manifestação essencial do ser<br />

do homem no mundo: "O estado da situação<br />

afetiva constitui, essencialmente, a abertura do<br />

ser-aí no mundo" (Seín iindZeíl. § 29). Segundo<br />

Hei<strong>de</strong>gger, a situação fundamental <strong>de</strong> um<br />

ente que, como o homem, vive num ambiente<br />

que lhe fornece as coisas a serem utilizadas<br />

e que, por isso, po<strong>de</strong> ameaçá-lo com a nàoinstrumentalida<strong>de</strong>.<br />

com a resistência das coisas.<br />

é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser ameaçado pelas coisas<br />

e pelos acontecimentos do mundo e <strong>de</strong> reagir a<br />

essa ameaça com medo ou com coragem. Também<br />

neste caso, se <strong>de</strong>ixarmos <strong>de</strong> lado a linguagem<br />

específica da ontologia <strong>de</strong> Hei<strong>de</strong>gger,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que sua análise concorda fundamentalmente<br />

com a da psicologia contemporânea<br />

e qtie confirma a noção <strong>de</strong> S. como capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r o valor que um fato ou<br />

uma situação apresenta para o ser (animal ou<br />

homem) que <strong>de</strong>ve enfrentá-la. Finalmente, é<br />

preciso lembrar que para Hartmann o S. — que<br />

serviu <strong>de</strong> base para a sua ética — é a "principal<br />

se<strong>de</strong> em que os valores se dão" (Etbik, 1926).<br />

SENTIMENTO FUNDAMENTAL Ut. Sentimento<br />

fomlamentctle) Com este termo Rosmini<br />

<strong>de</strong>signou a consciência que o homem tem <strong>de</strong><br />

seu eu e da conexão (que o constitui) entre<br />

alma e corpo. "Existe no homem, tal qual ele é<br />

por natureza no primeiro instante cie sua vida.<br />

1") um sentimento único constante-fundamental,<br />

animal-espiritual; 2") Lima percepção racional,<br />

imanente, do sentimento animal" (Psicologia,<br />

1850, § 256).<br />

SEPARAÇÃO (gr. ôtáKpiotÇ; lat. Separaiio-,<br />

fr. Séparation, ai. Treminng; it. Separazione).<br />

Resolução <strong>de</strong> um composto em suas partes ou<br />

em seus elementos, liste termo foi usado por<br />

Anaxágoras {Fr. 10, Diels) e por Hmpédocles<br />

(Fr. 58, Diels) (cf. PLATÃO. Sof, 243 b; ARISTÓ-<br />

TFI.KS. Met., I, 4, 985 a 25).<br />

SEQÜÊNCIA (lat. Sequentia-, in. Sequence-,<br />

fr. Séqnence, ai. Folgo-, it. Sequenza). Conjunto<br />

<strong>de</strong> termos entre os quais há uma relação <strong>de</strong><br />

antes e <strong>de</strong>pois (cf. PKIRCK, Coll. Pap.. 3.562 B).<br />

SER (gr. xòõv; lat. Frisou Esse, in. lieing-, fr.<br />

Êtn'; ai. Seín; it. físsere). Preliminarmente, convém<br />

distinguir os dois usos fundamentais <strong>de</strong>sse<br />

termo: 1") o uso predícalivo, em virtu<strong>de</strong> do<br />

qu;il dizemos "Sócrates é homem", ou "a rosa é<br />

vermelha"; 2") o uso existencial, em virtu<strong>de</strong> do<br />

qual dizemos "Sócrates é" (= existe) ou "a rosa<br />

é" (= existe). Kmbora nem sempre explicitamente<br />

formulada, essa distinção é assumida ou<br />

pressuposta quase universalmente. Em Parmêni<strong>de</strong>s.<br />

Platão dá <strong>de</strong>staque à diferença entre a<br />

hipótese "o um é um" e a hipótese "o um é";<br />

nesta última "é" significa "participação no S."<br />

(Pcirm., 137 e; 142 b). Aristóteles expressa <strong>de</strong><br />

várias formas a mesma diferença: como diferença<br />

entre é como terceiro predicado e é<br />

como segundo predicado (De int., 10. 19b 19);<br />

como diferença entre é como predicado por<br />

aci<strong>de</strong>nte ("Homero é poeta") e é predicado por

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!