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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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INTERFENÔMENO 579 INTERPRETAÇÃO<br />

objeto ou idéia para a manutenção da autoexpressão"<br />

(Educational Essays, ed. por J. J.<br />

Findlay, p. 89)- Desse ponto <strong>de</strong> vista, o esforço,<br />

que, em pedagogia, às vezes se costuma contrapor<br />

ao I., implica uma separação entre o eu<br />

e o objeto que <strong>de</strong>ve se aprendido ou dominado.<br />

Segundo Dewey, os caracteres do I. são a<br />

ativida<strong>de</strong>, a projetivida<strong>de</strong> e a propukivida<strong>de</strong>.<br />

Pelo primeiro, o I. é dinâmico, impele à ação. Pelo<br />

segundo, o I. tem objetivo fora <strong>de</strong> si, em<br />

algum objeto ou finalida<strong>de</strong> à qual se apega.<br />

Pelo terceiro, I. significa realização interna ou<br />

sentimento <strong>de</strong> valor (Jbid., pp. 90-91). Essa<br />

concepção do I., que é um dos pontos focais da<br />

pedagogia <strong>de</strong> Dewey, exerceu forte influência<br />

sobre a teoria e a prática da educação em todos<br />

os países do Oci<strong>de</strong>nte.<br />

INTERFENÔMENO (in. Interphenomenorí).<br />

Termo criado por H. Reichenbach para indicar<br />

os eventos subatômicos não observáveis, ou<br />

seja, não imediatamente inferíveis pela observação,<br />

como p. ex. o movimento <strong>de</strong> um elétron<br />

ou <strong>de</strong> um raio luminoso da fonte até o encontro<br />

com outra matéria. "Eventos <strong>de</strong>ssa espécie<br />

são apresentados por meio <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />

inferências <strong>de</strong> tipo muito mais complicado. São<br />

construídos na forma <strong>de</strong> interpolação <strong>de</strong>ntro<br />

do mundo dos fenômenos, e na mecânica<br />

quântica a distinção entre fenômenos e I. é<br />

análoga à distinção entre coisas observadas e<br />

não observadas" (Philosophic Foundations of<br />

Quantum Mechanics, I, 6).<br />

INTERIORIDADE. V. EXTERIORIDADE.<br />

INTERMUNDOS (gr. |4,£TaKóo|Ata; lat. Intermundid).<br />

Espaços entre os mundos, on<strong>de</strong>,<br />

segundo Epicuro, habitam os <strong>de</strong>uses (DIÓG. L,<br />

X, 89; CÍCERO, De divin., II, 17, 40; De nat.<br />

<strong>de</strong>or., 16-19).<br />

INTERPRETAÇÃO (gr. épunveía; lat. Interpretatio;<br />

in. Interpretation, fr. Interprétation;<br />

ai. Interpretation, Auslegung; it. Interpretazíonê).<br />

Em geral, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> um<br />

signo ao que ela <strong>de</strong>signa, ou também a operação<br />

através da qual um sujeito (intérprete)<br />

estabelece a referência <strong>de</strong> um signo ao seu<br />

objeto (<strong>de</strong>signado). Aristóteles <strong>de</strong>nominou<br />

I. o livro em que estudou a relação entre os<br />

signos lingüísticos e os pensamentos e entre<br />

os pensamentos e as coisas. Ele <strong>de</strong> fato consi<strong>de</strong>rava<br />

as palavras como "sinais das afeições<br />

da alma, que são as mesmas para todos<br />

e constituem as imagens dos objetos que<br />

são idênticos para todos", consi<strong>de</strong>rando a<strong>de</strong>-<br />

mais como sujeito ativo <strong>de</strong>ssa referência a alma<br />

ou o intelecto {De interpr., 1, 16a, 1 ss.).<br />

Boécio, graças a quem essa doutrina passou<br />

para a Escolástica latina, entendia por I.<br />

"qualquer termo que significa alguma coisa<br />

por si mesmo", incluindo entre as I. os substantivos,<br />

os verbos e as proposições, e excluindo<br />

as conjunções, as preposições e em<br />

geral os termos gramaticais que não significam<br />

nada por si mesmos. Para ele, referência<br />

do signo ao que ele <strong>de</strong>signa era o essencial<br />

da interpretação (In librum <strong>de</strong> interpr.<br />

editioprima, I, em P. L, 64, col. 295).<br />

Nesta concepção, a I. é a referência dos signos<br />

verbais aos conceitos (as "afeições da mente")<br />

e dos conceitos às coisas. As características<br />

<strong>de</strong>ssa doutrina po<strong>de</strong>m ser assim fixadas: \- a I.<br />

é um evento que acontece "na alma", um evento<br />

mental; 2 a o signo verbal ou escrito é diferente<br />

da afeição da mente ou do conceito e se<br />

refere a este; 3 a a relação entre signo verbal e<br />

conceito é arbitrária e convencional, ao passo<br />

que a relação entre o conceito e o objeto é<br />

universal e necessária.<br />

Esses princípios permaneceram inalterados<br />

por longo tempo. Apesar do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

ocorrido na teoria dos signos graças à lógica<br />

estóica, medieval e mo<strong>de</strong>rna, a doutrina<br />

da I. continuou consi<strong>de</strong>rando por muito tempo<br />

que o processo interpretativo tinha se<strong>de</strong> na<br />

alma ou na mente, que era um processo mental.<br />

Foi só na <strong>filosofia</strong> contemporânea que<br />

se propôs outra alternativa, qual seja, <strong>de</strong> hábito<br />

ou comportamento. Conquanto não falte<br />

hoje quem consi<strong>de</strong>re a I. um processo mental<br />

(C. K. ODGEN-I. A. RICHARDS, The Meaning<br />

of Meaning, 1952 [l â ed., 19231, p. 57; Du-<br />

CASSE, em Journal ofSymbolic Logic, 1939, n. 4),<br />

a semiótica americana apresentou outra doutrina<br />

fundamental da I., que toma como base o<br />

comportamento. Os pressupostos <strong>de</strong>ssa doutrina<br />

são encontrados na obra <strong>de</strong> Peirce, que enten<strong>de</strong>u<br />

a I. como um processo triádico que se dá<br />

entre um signo, seu objeto e seu interpretante,<br />

constituindo este último a relação entre o primeiro<br />

e o segundo termo (Coll. Pap., 5.484).<br />

Conquanto em Peirce restem ainda muitos pressupostos<br />

da antiga doutrina, ele não enten<strong>de</strong>u<br />

a I. como um ato simplesmente mental, mas<br />

como um hábito <strong>de</strong> ação, como a resposta habitual<br />

e constante que o intérprete dá ao signo<br />

(Jbid., 5.475 ss.). Esse é o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />

Morris, que prevalece na semiótica contemporânea<br />

(Foundations of a Theory of Signs,

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