22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

EPOCHE 339 EQÜIDADE<br />

coincidência <strong>de</strong> objetivos, valores e modos <strong>de</strong><br />

pensar que constituem É., pois é só em relação<br />

com a estrutura total da É. que se po<strong>de</strong><br />

calcular a importância da contribuição <strong>de</strong> um<br />

indivíduo (DerAufbau <strong>de</strong>rgeschichtlichen Welt,<br />

em Gesammelte Schriften, VII, p. 155). Adotando<br />

esses conceitos, Spengler acrescentava<br />

o caráter <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>: "Um acontecimento<br />

faz É. quando marca uma virada necessária,<br />

uma guinada do <strong>de</strong>stino no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma cultura. Um acontecimento fortuito, que<br />

é a imagem cristalizada da superfície histórica,<br />

po<strong>de</strong>ria ser representado por outros casos<br />

correspon<strong>de</strong>ntes; a É. é necessária e pre<strong>de</strong>terminada"<br />

(Der Untergang <strong>de</strong>s Abendlan<strong>de</strong>s,<br />

I, 2, 17). A esse uso está ligado o significado<br />

que Hei<strong>de</strong>gger dá a esse termo: "Toda E. da<br />

história universal é uma É. do ser. A essência<br />

epocal do Ser entra no caráter temporal íntimo<br />

e oculto do Ser e caracteriza a essência do tempo<br />

pensada no Ser" (Holzwege, p. 311; cf. Chiodi,<br />

Vúltimo Hei<strong>de</strong>gger, 1952, p. 29; ID., Lvsistenzialismo<br />

di Hei<strong>de</strong>gger, 2 a ed., 1955, pp. 191-<br />

92): Jaspers fala <strong>de</strong> uma É. axial, que correspon<strong>de</strong>ria<br />

à ida<strong>de</strong> histórica que vai do séc. VIII ao<br />

séc. II a.C, na qual ocorreram alguns acontecimentos<br />

<strong>de</strong> relevo na história do mundo (período<br />

clássico da Grécia; Confúcio e Lao-tsé na<br />

China; Upanishad e Buda na índia; Zaratustra<br />

na Pérsia; os profetas na Palestina, etc). A<br />

novida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa É. é que nela "o homem tomou<br />

consciência do ser em geral, <strong>de</strong> si mesmo<br />

e dos seus limites; tomou consciência <strong>de</strong><br />

que o mundo é temível, <strong>de</strong> sua própria fraqueza.<br />

Fez perguntas fundamentais, partiu do abismo<br />

para a libertação e para a re<strong>de</strong>nção" (Einführung<br />

in die Philosophie, 1950, cap. IX; trad.<br />

EPOCHÉ (gr. ino%\\). Suspensão do juízo,<br />

que caracteriza a atitu<strong>de</strong> dos céticos antigos,<br />

particularmente <strong>de</strong> Pirro; consiste em não aceitar<br />

nem refutar, em não afirmar nem negar. O<br />

contrário <strong>de</strong>ssa atitu<strong>de</strong> é o dogmatismo, em que<br />

se dá assentimento a alguma coisa obscura,<br />

que constitui objeto <strong>de</strong> pesquisa científica (SEXTO<br />

EMPÍRICO, Pirr. hyp., I, 10, 13). Segundo o ceticismo,<br />

essa atitu<strong>de</strong> era a única possível para se<br />

atingir a imperturbabilida<strong>de</strong>. Com efeito, "quem<br />

duvida <strong>de</strong> que algo seja bom ou mau por natureza<br />

não evita nem persegue coisa alguma com<br />

<strong>de</strong>sejo: por isso, é imperturbável" (Ibid., I, 28).<br />

Na <strong>filosofia</strong> contemporânea, com Husserl e a<br />

<strong>filosofia</strong> fenomenológica em geral, a E. tem finalida<strong>de</strong><br />

diferente: a contemplação <strong>de</strong>sinteres-<br />

sada, ou seja, uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>svinculada <strong>de</strong><br />

qualquer interesse natural ou psicológico na<br />

existência das coisas do mundo ou do próprio<br />

mundo na sua totalida<strong>de</strong>. Com a E., diz Husserl,<br />

''pomos fora <strong>de</strong> ação a tese geral própria da<br />

atitu<strong>de</strong> natural e pomos entre parênteses tudo<br />

o que ela compreen<strong>de</strong>; por isso, a totalida<strong>de</strong> do<br />

mundo natural que está sempre 'aqui para nós',<br />

'ao alcance da mão' e que continuará a permanecer<br />

como 'realida<strong>de</strong>' para a consciência, ainda<br />

que nos agra<strong>de</strong> colocá-la entre parênteses.<br />

Fazendo isso, como é <strong>de</strong> minha plena liberda<strong>de</strong><br />

fazê-lo, não nego o mundo, como se fosse<br />

um sofista, não ponho em dúvida o seu existir,<br />

como se fosse um cético, mas exerço a E.<br />

fenomenológica, que me veta absolutamente<br />

qualquer juízo sobre o existente espácio-temporal"<br />

(I<strong>de</strong>en, I, § 32). A E. fenomenológica distingue<br />

nitidamente a <strong>filosofia</strong> <strong>de</strong> todas as outras<br />

ciências que estão interessadas na existência<br />

do mundo e dos objetos nele compreendidos;<br />

por isso, faz do filosofar uma atitu<strong>de</strong> puramente<br />

contemplativa, à qual po<strong>de</strong> revelar-se, em<br />

sua genuinida<strong>de</strong>, a própria essência das coisas<br />

(Ibid., § 90; Cart. Med., § 8). Husserl vale-se da<br />

E. em vários níveis da sua investigação: para<br />

efetuar a redução da experiência à "esfera <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>" que pertence ao meu eu e da<br />

qual é eliminada qualquer remissão às outras<br />

subjetivida<strong>de</strong>s (Cart. Med., § 44); para atingir o<br />

chamado "mundo da vida" com a suspensão<br />

da valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as ciências objetivas (Krisis,<br />

§ 35); para alcançar "o eu constitutivamente<br />

operante na intersubjetivida<strong>de</strong>" (Ibid., § 50);<br />

enfim, para alcançar "o ego absoluto, o ego<br />

enquanto centro funcional último <strong>de</strong> qualquer<br />

constituição" (Ibid., § 55). Com este último ato<br />

ruma-se para o ponto final da E., pois com o<br />

ego absoluto se está "na esfera da evidência<br />

apoclítica" (Ibid., § 55).<br />

EQUAÇÃO LÓGICA (in. Logical equation;<br />

fr. Equation logíque, ai. Logische Gleichung; it.<br />

Equazione lógica). Na Álgebra da lógica (v.)<br />

<strong>de</strong>signa-se com esse termo uma fórmula que<br />

contém o sinal "=", à esquerda do qual situamse<br />

letras (termos) ligadas por operações lógicas,<br />

à direita o símbolo "O" ou então "1". A<br />

solução consiste em eliminar incógnitas, segundo<br />

técnicas elaboradas por vários algebristas<br />

lógicos. G. P.<br />

EQÜIDADE (gr. èjueímot; lat. Aequitas- in.<br />

Equity, fr. Équité; ai. Bülígkeit; it. Equitâ). Apelo<br />

à justiça voltado à correção da lei em que a justiça<br />

se exprime. Esse é o conceito clássico <strong>de</strong> E.,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!