22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

PIRRONISMO 764 PLÁSTICA, NATUREZA<br />

instituições educacionais pietistas (cf. A RITSCHL,<br />

Geschichte <strong>de</strong>s Pietismus, 3 vol., 1880-86).<br />

PIRRONISMO (in. Pyrrhonism, fr. Pyrrbonisme,<br />

ai. Pyrrhonismus; it. Pirronismo). Forma<br />

extrema do ceticismo grego, tal comei foi<br />

<strong>de</strong>fendida por Pírron <strong>de</strong> Elis, que viveu no tempo<br />

<strong>de</strong> Alexandre Magno (Pírron acompanhou-o<br />

em sua expedição ao Oriente) e morreu por<br />

volta do ano 270 a.C. Conhecemos sua doutrina<br />

pelos Silloi (versos jocosos) <strong>de</strong> Tímon <strong>de</strong><br />

Fliunte e pelas exposições <strong>de</strong> Diógenes Laércio<br />

e Sexto Empírico. A tese fundamental do P.<br />

é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r o assentimento.<br />

Visto que para o homem as coisas são inapreensíveis,<br />

a única atitu<strong>de</strong> legítima é a <strong>de</strong> não<br />

julgá-las verda<strong>de</strong>iras ou falsas, nem belas ou<br />

feias, nem boas ou ruins, etc. Não julgar também<br />

significa não preferir ou não evitar: assim,<br />

a suspensão do juízo é já por si mesma<br />

ataraxia, ausência <strong>de</strong> perturbação. Diógenes<br />

Laércio conta que Pírron caminhava sem olhar<br />

para nada e sem afastar-se <strong>de</strong> nada, arrostando<br />

carros, se os encontrasse, precipícios, cães, etc.<br />

(DIÓG, L, IX, 62).<br />

Mais tar<strong>de</strong> houve um retomo ao P., entre o fim<br />

do último século a.C. e o fim do II século cl.C.<br />

por obra <strong>de</strong> Knesi<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> Cnossos (que ensinou<br />

em Alexandria), <strong>de</strong> Agripa e do médico<br />

Sexto Empírico. Este último, que atuara entre<br />

os anos 180 e 210 d.C, <strong>de</strong>ixou três obras:<br />

Hipotipose pirrônica. Contra os dogmáticos e<br />

Contra os matemáticos, que constituem Lima<br />

síntese <strong>de</strong> todo o ceticismo antigo. A tese pirrônica<br />

da suspensão do assentimento é rigorosamente<br />

mantida, mas, como guia para a<br />

conduta da vida, são adotadas a aparência sensível<br />

e as normas da vida comum (Pirr. hyp., I,<br />

21) (cf. MARIO DAI. PKA, I.o scetticismo greco,<br />

1950).<br />

PISTIS SOPHIA. Segundo a cosmogomia cios<br />

gnósticos, é o último dos Hons (v.) (emanações),<br />

ou eon <strong>de</strong>caído, que dá origem à matéria<br />

(Hipoi.rro, Philosophnmena. VI, 30 ss.) (cf.<br />

CiNOSTICISMO).<br />

PITAGORISMOOn. Pythagoreanism, fr. Pytbagorisme,<br />

ai. Pytbagoreismus; it. Pitagorismo).<br />

Doutrina da antiga escola pitagórica; pouco ou<br />

nada <strong>de</strong>ve ao seu fundador, Pitágoras, sobre<br />

quem pouco se sabe com certeza e que provavelmente<br />

nada escreveu. As teses características<br />

do P. foram as seguintes:<br />

I a metempsicoseiv.), nas quais se baseavam<br />

as crenças místicas e os ritos da seita;<br />

2 Ll os números constituem os princípios ou<br />

os elementos constitutivos das coisas; esta doutrina,<br />

por meio do platonismo, também presidiram<br />

os primórdios da ciência mo<strong>de</strong>rna;<br />

3 3 os corpos celestes (cjue para os pitagóricos<br />

eram <strong>de</strong>z, por razões <strong>de</strong> simetria) giram<br />

todos em torno <strong>de</strong> um fogo central (Lestia), do<br />

qual o sol seria um reflexo. Esta é a primeira<br />

manifestação daquilo que, na ida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna,<br />

viria a ser o sistema <strong>de</strong> Copérnico. (Cf. Ipitagorici,<br />

testimonianze e frammenti, aos cuidados<br />

<strong>de</strong> Maria Timpanaro Cardini, Florença,<br />

1958 e a bibliografia aí contida.)<br />

PLANO (in. Plane, fr. Piau; ai. Schichk it.<br />

Piano). Esta noção é empregada em <strong>filosofia</strong><br />

para <strong>de</strong>signar graus ou níveis do ser, caracterizados<br />

por qualida<strong>de</strong>s próprias, não redutíveis<br />

ás <strong>de</strong> outros graus ou níveis. O conceito <strong>de</strong> P.<br />

foi introduzido com esse sentido por Boutroux:<br />

"No universo é possível distinguir diversos<br />

mundos, que seriam como P. sobrepostos uns<br />

aos outros. Acima do mundo da pura necessida<strong>de</strong>,<br />

que é a quantida<strong>de</strong> sem qualida<strong>de</strong>, idêntico<br />

ao nada, po<strong>de</strong>m-se distinguir: o mundo<br />

das causas, o mundo cias noções, o mundo físico,<br />

o mundo vivo e o mundo pensante" (De<br />

Ia contingence <strong>de</strong>s lois <strong>de</strong> Ia natnre, 1874.<br />

Concl.). Segundo Boutroux, cada P. é caracterizado:<br />

l y por certa <strong>de</strong>pendência cio P. inferior;<br />

2-' pela irredutibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas qualida<strong>de</strong>s fundamentais<br />

e <strong>de</strong> suas leis específicas ã qualida<strong>de</strong><br />

ou ás leis cio P. inferior. Nisso consistiria a contingência<br />

&à realida<strong>de</strong>. Concepção análoga foi<br />

apresentada por N. Ilartmann, que distinguiu<br />

quatro P. cia realida<strong>de</strong>: inorgânico, orgânico,<br />

psíquico e espiritual (Der Aujbau <strong>de</strong>r realen<br />

Welt. 1940). 1 Iartmann também admite que cada<br />

P. da realida<strong>de</strong> é regido por leis próprias c<br />

irredutíveis, mas, ao contrário <strong>de</strong> Boutroux.<br />

acentua a <strong>de</strong>pendência dos P. superiores em<br />

relação aos inferiores. P. ex., as leis do mundo<br />

psíquico não são redutíveis ás do mundo orgânico,<br />

mas as pressupõe, acrescentado-se-lhes:<br />

representam, por isso, um snpra<strong>de</strong>terminisnw,<br />

que se soma ao <strong>de</strong>terminismo das leis inferiores.<br />

Portanto, a conclusão a que chega a análise<br />

cia estratificaçâo do ser feita por Hartmann nào<br />

é a contingência, e sim a supranecessida<strong>de</strong> (v.<br />

I.IBHRDADH).<br />

PLÁSTICA, NATUREZA (in. Plastíc nciture.<br />

fr. Sature plastique-, ai. Plastiscb Xaliir. it.<br />

Xatura plástica). A força P. ou formadora,<br />

dirigida por Deus e <strong>de</strong>le dimanada, mas diferente,<br />

à qual está confiada a tarefa <strong>de</strong> or-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!