22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

LOGICISMO 630 LOGOS<br />

reçòes diferentes da investigação lógica, movidas<br />

por dois tipos diferentes cie interesse<br />

teórico. G. P.<br />

LOGICISMO (in. Logicism, fr. Logicisme; ai.<br />

Logicismus; it. Logicismo). Com este nome costuma-se<br />

<strong>de</strong>signar uma corrente <strong>de</strong> pensamento<br />

lógico-matemático que floresceu no fim do séc.<br />

XIX e no início do séc. XX. e cujos principais<br />

representantes foram R. Declekind, G. Frege e<br />

B. Russell; no séc. XX, teve muitos seguidores,<br />

sobretudo (mas não exclusivamente) no <strong>de</strong>nominado<br />

"Círculo <strong>de</strong> Viena" (Carnap). Os pensadores<br />

<strong>de</strong>ssa corrente sustentam que a matemática<br />

(pura) é um ramo da lógica, ou seja, que<br />

todas as proposições das matemáticas puras<br />

(particularmente da aritmética, portanto da análise)<br />

só po<strong>de</strong>m ser enunciadas com o vocabulário<br />

e a sintaxe da lógica matemática, que assim<br />

se torna a disciplina matemática por excelência.<br />

Com esta convicção, De<strong>de</strong>kind, Frege e<br />

Russell realizaram suas famosas análises do<br />

conceito <strong>de</strong> "número" (inteiro), exatamente<br />

para <strong>de</strong>fini-lo apenas através <strong>de</strong> noções (símbolos)<br />

da lógica matemática. Ao F. opõem-se o<br />

formalismoc o intuicioriismo(x. MATTMÁTK:A).<br />

G. P.<br />

LÓGICO (in. Logical; fr. Logújite. ai. l.ogisch;<br />

it. Lógico). 1. O mesmo que racional.<br />

2. O que diz respeito a <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong><br />

lógica. Nesse sentido <strong>de</strong>nomina-se hoje "verda<strong>de</strong><br />

lógica" a verda<strong>de</strong> que consiste na enunciação<br />

<strong>de</strong> uma tautologia, conforme o conceito<br />

da lógica como estudo das tautologias (v. LÓGI-<br />

CA; RAZÃO).<br />

LÓGICOS, PRINCÍPIOS. V CONTRADIÇÃO<br />

PRINCÍPIO DIÍ; FUNDAMKNTO; IOHNTIDADK, PRINCÍ-<br />

PIO DK; TKRCHIRO I-:XCLl'ÍDO, PRINCÍPIO DO.<br />

LOGÍSTICA (in. Logistic. fr. Logistkjiw, ai.<br />

Logistik; it. Logística). Na Antigüida<strong>de</strong> (p. ex.,<br />

nos fragmentos do pitagórico Arquitas <strong>de</strong> Tarento)<br />

o termo "L." às vezes era empregado<br />

para indicar a aritmética pura. Feibniz empregou<br />

esse termo como sinônimo <strong>de</strong> "cálculo lógico"<br />

ou "lógica matemática": com este significado <strong>de</strong><br />

"lógica simbólica" ou "matemática" foi proposto<br />

por Couturat e Lalan<strong>de</strong> ao Congresso Internacional<br />

cie Filosofia <strong>de</strong> Paris em 1904. Mas, <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> ter algum sucesso, o termo "L." passou a ser<br />

raramente empregado. G. P.<br />

LOGÍSTICO, SISTEMA. V. SISTHMA LOGÍS-<br />

TICO.<br />

LOGOS (gr. À.Ó70Ç; lat. Verbam). A razão<br />

enquanto V- substância ou causa do mundo; 2"<br />

pessoa divina.<br />

1° A doutrina do F. como substância ou causa<br />

do mundo foi <strong>de</strong>fendida pela primeira vez<br />

por Heráclito: "Os homens são obtusos com relação<br />

ao ser do I... tanto antes quanto <strong>de</strong>pois<br />

que ouviram falar <strong>de</strong>le; e não parecem conhecê-lo,<br />

ainda que tudo aconteça segundo o<br />

L." (Fr. 1, Diels). O F. é concebido por Heráclito<br />

como sendo a própria lei cósmica: "Todas<br />

as leis humanas alimentam-se <strong>de</strong> uma só<br />

lei divina: porque esta domina tudo o que quer.<br />

e basta para tudo e prevalece a tudo" (Fr. 114,<br />

Diels). Fsta concepção foi tomada pelos estóicos,<br />

que viram na razào o "princípio ativo" do<br />

mundo, qtie anima, organiza e guia seu princípio<br />

passivo, que é a matéria. "O princípio ativo"<br />

— diziam — "é o L. que está na matéria, é Deus:<br />

ele é eterno e, através da matéria, é artífice <strong>de</strong><br />

todas as coisas" (DIÓG. F., VII, 134). O L. assim<br />

entendido, como princípio formador do mundo,<br />

é i<strong>de</strong>ntificado pelos estóicos com o <strong>de</strong>stino<br />

Ubicl., Vil, 149). No mesmo sentido, Plotino<br />

afirma: "O L. que age na matéria é um princípio<br />

ativo natural: não é pensamento nem visão,<br />

mas potência capaz <strong>de</strong> modificar a matéria, potência<br />

que não conhece, mas age como o selo<br />

que imprime sua forma ou como o objeto que<br />

reproduz o seu reflexo na água; assim como o<br />

círculo vem do centro, também a potência<br />

vegetativa ou geradora recebe <strong>de</strong> outro lugar<br />

sua potência produtiva, isto é, da parte principal<br />

da alma, a qual lhe comunica esta potência<br />

modificando a alma geradora que resi<strong>de</strong> no<br />

todo" (Him., II, 3. 17). Nesse sentido, o L. é o<br />

próprio Intelecto Divino or<strong>de</strong>nador do mundo:<br />

"Da inteligência emana o F. e emana sempre,<br />

enquanto o Intelecto eslá presente em todos os<br />

seres" (Ibicl. III, 2, 2). F.ssa concepção serviu<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para todas as formas do panteísmo<br />

mo<strong>de</strong>rno (v. DlT's).<br />

2° A doutrina do F. como hipóstase ou pessoa<br />

divina encontra a primeira formulação em<br />

Fílon <strong>de</strong> Alexandria. Nessa doutrina, o F. é um<br />

ente intermediário entre Deus e o mundo, o<br />

instrumento da criação divina. Diz Fílon: "A<br />

sombra <strong>de</strong> Deus é o seu F.; servíndo-se <strong>de</strong>le<br />

como instrumento. Deus criou o mundo. Fssa<br />

sombra é quase a imagem <strong>de</strong>rivada e o mo<strong>de</strong>lo<br />

das outras coisas. Pois assim como Deus é o<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>ssa sua imagem ou sombra, que é o<br />

L.. o L. é o mo<strong>de</strong>lo das outras coisas" (Ali. leg..<br />

III, 31 )• No cristianismo, o F. é i<strong>de</strong>ntificado com<br />

Cristo. O prólogo do Fvangelho <strong>de</strong> S. João, ao<br />

lado das funções que Fílon já atribuía ao L.<br />

acrescenta a <strong>de</strong>terminação propriamente cristã:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!