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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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OPERADOR 729 OPINIÃO<br />

junto <strong>de</strong> operações; o conceito é sinônimo do<br />

conjunto <strong>de</strong> operações correspon<strong>de</strong>nte. Se o<br />

conceito é físico, tal como o comprimento, as<br />

operações são operações físicas reais, como p.<br />

ex. aquelas com as quais o comprimento é<br />

medido; se o conceito é mental, como por ex.<br />

a continuida<strong>de</strong> matemática, as operações são<br />

mentais, e através <strong>de</strong>las <strong>de</strong>terminamos se dado<br />

conjunto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas é contínuo" (lhe Logic<br />

of Mo<strong>de</strong>m Physics, 1927, p. 5). Como se vê. as<br />

operações a que Bridgman se referia são as do<br />

significado 4 e 1, mas sua doutrina esten<strong>de</strong>u-se<br />

a qualquer espécie <strong>de</strong> operação e fora da física<br />

foi utilizada sobretudo pelos psicólogos (cf. S.<br />

S. STHVKNS, "Psychology and the Science of<br />

Science", em Readings in Philosophy of Science,<br />

ed. P. P., Wiener, 1953, pp. 158-84). Com<br />

base nessa extensão da doutrina do O. e, conseqüentemente,<br />

do conceito <strong>de</strong> operação, os<br />

únicos caracteres atribuíveis ao tipo <strong>de</strong> operação<br />

que po<strong>de</strong> valer como significado dos conceitos<br />

científicos são os <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e repetibilida<strong>de</strong>:<br />

o primeiro exclui o caráter pessoal<br />

<strong>de</strong> certas ativida<strong>de</strong>s puramente mentais; o segundo<br />

prescreve a intersubjetivida<strong>de</strong> das operações.<br />

Hoje, porém, duvida-se <strong>de</strong> que o critério<br />

operacíonista possa valer para todos os conceitos<br />

científicos (cf., p. ex., G. BERGMANN, Philosophy<br />

of Science, 1957, pp. 56 ss.).<br />

OPERADOR (in. Operator, fr. Opémteur, ai.<br />

Operator, it. Operatore). Em lógica: um símbolo<br />

impróprio (ou sincategoremático(\.)\, que po<strong>de</strong><br />

ser usado, juntamente com uma ou mais variáveis<br />

e com uma ou mais constantes ou formas,<br />

para produzir uma nova constante ou forma.<br />

Esta é a <strong>de</strong>finição dada por A. Church (Intr. to<br />

Matbematical Logic, 1956, § 06); é a mais genérica<br />

e permite incluir no âmbito <strong>de</strong>sse termo,<br />

além dos quantificadores, também; o operador<br />

<strong>de</strong> abstração ou abstrator(que é indicado por<br />

uma variável precedida pela letra X) e ao<br />

qual, segundo alguns lógicos, se reduzem todos<br />

os outros; e o O. <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição ou <strong>de</strong>scritor<br />

('), que, quando é a variável do O., como em<br />

(%). lê-se: " x tal que". Os O. quantificadores ou<br />

simplesmente quantificadoressào: o universal,<br />

para o qual se usa a notação "(/)", posta antes<br />

do operando e que se lê "para todos os ^ é verda<strong>de</strong><br />

que"; o existencial, para o qual se usa habitualmente<br />

a notação (3) e que, se for a variável<br />

do quantificador, como em (3 x), lê-se<br />

"existe um x tal que". A aplicação <strong>de</strong> um ou<br />

mais quantificadores a um operando chama-se<br />

quantificação. As notações citadas são as mais<br />

comuraente empregadas na lógica contemporânea,<br />

mas não são as únicas. Para maiores<br />

informações, confrontar a citada Introduction<br />

<strong>de</strong> Church.<br />

OPINIÃO (gr. õói;a; lat. Opinio; in. Opinion;<br />

fr. Opinion; ai. Meinung; it. Opinione). Este termo<br />

tem dois significados: o primeiro, mais comum<br />

e restrito, <strong>de</strong>signa qualquer conhecimento<br />

(ou crença) que não inclua garantia alguma da<br />

própria valida<strong>de</strong>; no segundo, <strong>de</strong>signa genericamente<br />

qualquer asserçâo ou <strong>de</strong>claração, conhecimento<br />

ou crença, que inclua ou não uma<br />

garantia da própria valida<strong>de</strong>. Este segundo significado<br />

é mais usado do que explicitamente<br />

<strong>de</strong>finido. No primeiro significado. O. contrapõese<br />

à ciência (v.).<br />

O primeiro significado já se encontra em<br />

Parmêni<strong>de</strong>s, que contrapõe "as opiniões dos<br />

mortais" á verda<strong>de</strong> (Fr., 1, 29-30). mas ambos<br />

os significados já se encontram em Platão. Este,<br />

por um lado, consi<strong>de</strong>ra a O. como algo intermediário<br />

entre o conhecimento e a ignorância<br />

(Rep., 478 c), incluindo nela a esfera do conhecimento<br />

sensível (conjetura e crença) (Ihid., VI,<br />

510 a); <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista, afirma que nem a<br />

O. verda<strong>de</strong>ira fica imóvel na alma. "até se ligar<br />

a um raciocínio causai" e tornar-se ciência<br />

(Meu., 98 a; cf. FiL. 59 a). Por outro lado, consi<strong>de</strong>ra<br />

a O. como a conversa que a alma tem<br />

consigo mesma, em que consiste o pensamento<br />

(Teet., 190 a-c); neste sentido a própria ciência<br />

nada mais é que uma espécie <strong>de</strong> opinião.<br />

Os dois significados também se encontram em<br />

Aristóteles, que por um lado afirma, como<br />

Platão, que, ao contrário da <strong>de</strong>monstração e da<br />

<strong>de</strong>finição, as O. estão sujeitas a mudar e portanto<br />

não constituem ciência (Me!., Vil, 15,<br />

1039 b 31): por outro lado <strong>de</strong>clara: "Por principio<br />

entendo as O. comuns nas quais todos os<br />

homens baseiam suas <strong>de</strong>monstrações; p. ex.:<br />

que uma asserçâo eleve ser afirmativa ou negativa,<br />

que nada po<strong>de</strong> simultaneamente ser e não<br />

ser, etc." Ubid., III, 2, 996 b 27).<br />

Na tradição posterior, o significado genérico<br />

per<strong>de</strong>u-se, permanecendo o outro. Os estóicos<br />

<strong>de</strong>finiram a O. como "assentimento fraco e ilusório"<br />

(SKXTO EMPÍRICO, Adv. math., VII, 151-,<br />

cf. CÍCERO, Tusc, IV, 7, 15), e, no mesmo sentido,<br />

Epicuro chamou <strong>de</strong> O. "uma assunção que<br />

po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>ira ou falsa" (Dióc. L. X, 33).<br />

Com outras palavras, S. Tomás <strong>de</strong> Aquino expressava<br />

a mesma coisa: "A O. é o ato do intelecto<br />

que se dirige para um lado da contradição<br />

por medo do outro" (.V. Tb., I, q.79, a.9). Wolff

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