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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SUBLIMINAR 924 SUBSISTIR<br />

que está em conflito com as condições do conhecimento<br />

sensível, do S. prático, que está<br />

em condito com o instinto <strong>de</strong> conservação; no<br />

S. prático distinguiu o S. prático contemplativo<br />

e o S. prático patético: v. PATÉTICO (cf. PARKYSOX,<br />

A estética do i<strong>de</strong>alismo alemão, I, pp. 1 7 5 ss.).<br />

Hegel, por sua vez, expressou na oposição infinito-finito<br />

o conflito típico do Sublime: O S. é<br />

a tentativa <strong>de</strong> exprimir o Infinito, sem encontrar,<br />

no reino das aparências, um objeto que se<br />

preste a essa representação" (Vorlesungen über<br />

dieÂsthetik, ecl. Glockner. I, p. 483). Por isso.<br />

"as formas por meio das quais aquilo que se<br />

manifesta 6 também abolido, <strong>de</strong> tal sorte que a<br />

manifestação dos conteúdos é também a superação<br />

das expressões, é a sublimida<strong>de</strong>: portanto,<br />

esta não consiste" — como diz Kant — "na<br />

subjetivida<strong>de</strong> pura do sentimento e em seu<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> estar acima das idéias da razão,<br />

mas, ao contrário, baseia-se no significado<br />

representativo, em virtu<strong>de</strong> do qual se refere<br />

a uma Substância Absoluta" (Ibid., p. 484).<br />

Portanto, Hegel viu no S. uma forma especial<br />

<strong>de</strong> arte, mais precisamente a arte simbólica.<br />

Nele, a dor e a situação <strong>de</strong> perigo que, para a<br />

estética do séc. XVIII. representam a causa<br />

do S., foram substituídas pela inefabilida<strong>de</strong> e<br />

pela majesta<strong>de</strong> da Substância Infinita. Schopenhauer,<br />

contudo, limitou-se a reafirmar a teoria<br />

tradicional e consi<strong>de</strong>rou que o S. existe quando<br />

"os objetos, cujas formas significativas nos convidam<br />

à contemplação pura, têm uma atitu<strong>de</strong><br />

hostil para com a vonta<strong>de</strong> humana em geral<br />

(cuja objetivida<strong>de</strong> se evi<strong>de</strong>ncia no corpo humano)<br />

e se opõem a ela ou a ameaçam com<br />

sua força superior" (Die Welt, § 39). O último<br />

pensador a expor o conceito <strong>de</strong> S. nesses termos<br />

foi Santayana: "A sugestão do terror faz<br />

que nos refugiemos em nós mesmos; aí, como<br />

numa ação <strong>de</strong> ricochete, intervém a consciência<br />

da segurança ou da indiferença, e nós sentimos<br />

a emoção <strong>de</strong> distanciamento e libertação,<br />

em que consiste, realmente, oS." (TheSenseof<br />

Beauty, 1896, p. 60).<br />

SUBLIMINAR (in. Subliminal; fr. Subliminal;<br />

ai. Subliminal; it. Subliminale). O mesmo<br />

que inconsciente. Esse termo foi divulgado<br />

por F. Myers (Human Personality and its Survival<br />

of'Bodily Death, 1903), que com ele <strong>de</strong>signou<br />

o vasto domínio que está sob o limiar<br />

da consciência, on<strong>de</strong> se vai acumulando aos<br />

poucos o material que <strong>de</strong>pois é utilizado na<br />

criação genial.<br />

SUBORDINAÇÃO (lat. Subordinado; in.<br />

Subordination; fr. Subordination; ai. Subordination,<br />

it. Subordinazione). Relação entre<br />

dois conceitos: um <strong>de</strong>les (o subordinado) faz<br />

parte da extensão do outro (o sobre-or<strong>de</strong>uado)<br />

(HAMILTON, Lectures of Logic, V, p. 188; SIG-<br />

WAKT, Logik. I, 2. pp. 343 ss.; v. HUSSF.RL, I<strong>de</strong>en,<br />

I. § 13).<br />

SUBORDINACIONISMO (in. Subordinationisnr,<br />

fr. Subordinatianismo; ai. Subordincitianismus;<br />

it. Subordiiiazíonismo). Doutrina<br />

trinitária dos Padres gregos do séc. II, em<br />

particular <strong>de</strong> Orígenes: afirma que o Filho tem<br />

natureza subordinada â do Pai. Assim, segundo<br />

Orígenes, a eternida<strong>de</strong> do Filho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

vonta<strong>de</strong> do Pai: Deus é a vida, e o Filho recebe<br />

a vida do Pai. O Pai é Deus-Paí, o Filho é<br />

Deus (In Johaini., II, 1-2).<br />

SUB-REPTÍCIO (lat. Surreptitius; in. Surreplitious;<br />

fr. Subreptice; ai. Hrschlichen-, it.<br />

Surrettizio). Xo sentido do termo latino, o<br />

que se possui, conquista ou faz clan<strong>de</strong>stinamente<br />

ou sem direito. Em <strong>filosofia</strong>, esse termo<br />

é usado especialmente para indicar um pressuposto<br />

ou uma hipótese <strong>de</strong> que se faz uso num<br />

raciocínio, sem assumir ou <strong>de</strong>clarar explicitamente.<br />

Foi nesse sentido que Kant <strong>de</strong>nominou<br />

<strong>de</strong> sub-repções das sensações ("Subreptione<br />

<strong>de</strong>r Empfindungen ". Crít. R. Pura, § 6) as qualida<strong>de</strong>s<br />

sensíveis atribuídas aos objetos empíricos<br />

com base nas sensações.<br />

SUBSISTIR (lat. Subsistem, in. To Subsist; ir.<br />

Subsiste/-, ai. Subsistirei!; it. Sussistere). Existir<br />

como substância, ou existir in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do espírito ou do sujeito pensante. No primeiro<br />

.sentido, esse termo (que no uso latino<br />

comum significa persistir ou durar) foi introduzido<br />

por Boécio (Phil. cons., III, 11). passando<br />

a ser usado <strong>de</strong>sse modo na tradição escolástica<br />

(GILBERTO DF.LA PORRE, In Boetbi <strong>de</strong> trinitate,<br />

P. L. 64°, 1281; S. TOMÁS, S. Th., I, q. 29, a. 2).<br />

É usado com o mesmo significado pelos escritores<br />

mo<strong>de</strong>rnos, como p. ex. Descartes (IVRép.,<br />

I), Arnauld (Log., 1, 2) e Kant, que chama <strong>de</strong><br />

"categoria da inerência e da subsistência" a categoria<br />

da substância (Crít. R. Pura, § 10).<br />

No segundo sentido, <strong>de</strong> existência que não<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do espírito ou do sujeito pensante,<br />

esse termo foi usado por Berkeley (Dialogues<br />

between llylas and Pbilonous, I, Works, ed.<br />

Jessop, II, p. 199, r.42) e por Kant (Crít. R.<br />

Pura, § 6, [B52, A36J); foi retomado por Peirce,<br />

que com ele <strong>de</strong>signou o ser das relações ("A relação<br />

por si é um ens rationis e uma mera pos-

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