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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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TRANSCENDENTAL TRANSCENDENTALISMO<br />

si". Contudo, para Kant, o T. não se i<strong>de</strong>ntifica<br />

com as condições a priorí do conhecimento<br />

humano e dos seus objetos (que são os fenômenos),<br />

mas é consi<strong>de</strong>rado o conhecimento<br />

(ou a ciência, se existe uma ciência) <strong>de</strong>ssas<br />

condições apriori. Kant diz: "Não chamo <strong>de</strong> T.<br />

o conhecimento que cuida dos objetos, mas o<br />

que cuida do nosso modo <strong>de</strong> conhecer os objetos,<br />

e que seja possível apriori" (Ibid., Intr..<br />

VII). E esclarece: "Não se <strong>de</strong>ve chamar <strong>de</strong> T.<br />

qualquer conhecimento apriori. mas apenas o<br />

conhecimento que possibilite saber que representações<br />

(intuições ou conceito) são aplicadas<br />

ou são possíveis exclusivamente apriori a como<br />

isso se dá. Vale dizer: é T. o conhecimento<br />

da possibilida<strong>de</strong> do conhecimento ou do<br />

uso <strong>de</strong>le apriori" (Ibid., Lógica, Intr,, II; v.<br />

Prol.. § 13. obs. III). Desse ponto <strong>de</strong> vista, T.<br />

não é "o que está além da experiência", mas<br />

sim "o que antece<strong>de</strong> a experiência (apriori)<br />

mesmo não se <strong>de</strong>stinando a outra coisa senão a<br />

possibilitar o simples conhecimento empírico"<br />

(Prol.. Apêndice, nota [A 204]). No entanto, é<br />

preciso observar que KANT não se atem rigorosamente<br />

a esse significado do termo e<br />

que, muitas vezes, chamou <strong>de</strong> T. o que é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da experiência ou <strong>de</strong> princípios<br />

empíricos (cf., p. ex., Crít. R. Pura. O i<strong>de</strong>al<br />

da razão pura, seç. 5, Descoberta e ilustração<br />

cia aparência dialética). De qualquer forma,<br />

com base no significado explicitamente<br />

aceito por Kant, po<strong>de</strong>m ser chamados <strong>de</strong> T.<br />

apenas os conhecimentos que têm por objetos<br />

elementos a priori. e não estes mesmos elementos.<br />

Portanto, são T. a estética, a lógica e as<br />

suas partes, mas não o são as intuições puras,<br />

as categorias ou as idéias. Mas mesmo este uso<br />

não é rigoroso, pois Kant chama <strong>de</strong> T. as idéias<br />

e <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> T. o eu penso (Ibid.. § 16).<br />

Esse termo foi retomado por Fichte para<br />

<strong>de</strong>signar a teoria da ciência, pois mostra que<br />

todos os elementos do conhecimento estão no<br />

Eu, ou seja, na consciência: "Essa ciência não<br />

é trancen<strong>de</strong>nte, mas continua T. em sua profundida<strong>de</strong>.<br />

É verda<strong>de</strong> que ela explica a consciência<br />

com alguma coisa que existe in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da consciência, mas mesmo nessa<br />

explicação não se esquece <strong>de</strong> conformar-se às<br />

suas próprias leis; e assim que reflete sobre ela,<br />

o termo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte torna-se novamente<br />

produto da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar, portanto algo<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do PAI, porque <strong>de</strong>ve existir para o<br />

Eu, no conceito do Eu". (Wissenschaftslehre,<br />

1794, § 5, II; trad. it., p. 231). Shelling entendia<br />

esse termo no mesmo sentido; para ele, no<br />

saber T., "o ato do saber chega a absorver o<br />

objeto como tal", <strong>de</strong> tal modo que é "um saber<br />

do saber, porquanto puramente subjetivo"<br />

(System <strong>de</strong>s transzen<strong>de</strong>iitaleii I<strong>de</strong>alismus. 1800.<br />

Intt'., § 2). Schopenhauer atribui o mesmo sentido<br />

i<strong>de</strong>alista: T. é "o conhecimento que <strong>de</strong>termina<br />

e estabelece, antes <strong>de</strong> qualquer experiência,<br />

tudo o que é possível na experiência" ( Uber<br />

c/ie i•ierfacbe Wurzel<strong>de</strong>sSatzes i

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