22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ROMANTISMO 862 RUPTURA<br />

forma <strong>de</strong> nacionalismo, que se difundiria e<br />

acabaria por tornar-se uma das marcas da cultura<br />

européia do séc. XIX. De fato, o conceito<br />

<strong>de</strong> nação é composto por elementos tradicionais<br />

(raça, língua, costumes, religião), que não<br />

po<strong>de</strong>m ser negados ou renegados sem traição,<br />

pois constituem aquilo que a nação foi <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

sempre. Ao contrário, o conceito setecentista<br />

<strong>de</strong> povo era <strong>de</strong>finido pela vonta<strong>de</strong> e pelos interesses<br />

comuns dos indivíduos. Tradicionalismo<br />

e nacionalismo fincam raízes no terreno comum<br />

cio provi<strong>de</strong>ncíalismo romântico.<br />

Finalmente, um dos aspectos fundamentais<br />

e mais evi<strong>de</strong>ntes do R. é o titanismo. De fato,<br />

o culto e a exaltação do infinito têm como contrapartida<br />

negativa a inaceitabilida<strong>de</strong> do íinito<br />

ou a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> satisfazer-se com ele.<br />

Nessa inaceitabilida<strong>de</strong> (ou insatisfação) estão<br />

as raízes da atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> rebeldia contra tudo o<br />

que parece ser ou 6 limite ou regra e do <strong>de</strong>safio<br />

incessante a tudo o que, por sua finitu<strong>de</strong>,<br />

parece inferior ou ina<strong>de</strong>quado ao infinito. Prometeu<br />

é adotado como símbolo <strong>de</strong>sse titanismo,<br />

numa interpretação muito distante cio<br />

espírito do antigo mito grego. Para este, Prometeu<br />

era o homem que transgredira a lei do <strong>de</strong>stino<br />

para possibilitar a sobrevivência do gênero humano,<br />

sofrendo as conseqüências <strong>de</strong>ssa<br />

transgressão. Para o R., porém, é o símbolo do<br />

<strong>de</strong>safio e da rebeldia ao finito: atitu<strong>de</strong>s cuja<br />

razão <strong>de</strong> ser não está naquilo a que se opõem,<br />

mas apenas no fato <strong>de</strong> que aquilo a que se<br />

opõem não é o infinito. A atitu<strong>de</strong> titânica não<br />

conduz, à crítica das situações <strong>de</strong> fato e ao esforço<br />

<strong>de</strong> transformá-las, pois não julga que uma<br />

situação <strong>de</strong> fato seja ou possa ser superior ou<br />

preferível a outra; exaure-se num protesto universal<br />

e genérico, e não po<strong>de</strong> empenhar-se em<br />

qualquer <strong>de</strong>cisão concreta.<br />

O culto e a exaltação do infinito, o fato <strong>de</strong><br />

não se contentar com menos que a infinida<strong>de</strong>,<br />

constituem características marcantes do espírito<br />

romântico. Como já foi dito, o próprio positivismo<br />

se enquadra nesse espírito. Ele esten<strong>de</strong> o conceito<br />

<strong>de</strong> progresso a toda a história do mundo:<br />

na verda<strong>de</strong>, é esse o sentido <strong>de</strong> "evolução". Faz.<br />

da história humana um progresso necessário e<br />

infalível. E faz da ciência, que é sua manifestação<br />

humana preferida, o infinito da verda<strong>de</strong>,<br />

elegendo-a como única diretriz dos homens<br />

em todos os campos.<br />

As características assumidas pelo R. em política,<br />

arte e costumes estão intimamente ligados<br />

aos aspectos ora esclarecidos. Fm política, o R.<br />

é <strong>de</strong>fesa e exaltação das instituições humanas<br />

fundamentais, nas quais se personifica o Princípio<br />

infinito: F.stado, Igreja, com tudo o que implicam.<br />

Em arte, busca a realização do infinito<br />

através <strong>de</strong> formas grandiosas e dramáticas, em<br />

que os conflitos são levados ao extremo para<br />

<strong>de</strong>pois reconciliarem-se e pacificarem-se <strong>de</strong><br />

maneira igualmente extremada e <strong>de</strong>finitiva.<br />

Nos costumes, o amor romântico busca a<br />

unida<strong>de</strong> absoluta entre os amantes, sua<br />

i<strong>de</strong>ntificação no infinito; em favor <strong>de</strong>ssa unida<strong>de</strong><br />

ou i<strong>de</strong>ntificação sacrifica o sentido autêntico<br />

da relação amorosa e sua possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

constituir a base para uma vida em comum (v.<br />

AMOR).<br />

ROSMENIANISMO. São <strong>de</strong>signadas com este<br />

termo as principais características da <strong>filosofia</strong><br />

cie Antônio Rosmíni Serbati (1797-1855), em<br />

especial: I a tradicionalismo, como preocupação<br />

em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os valores tradicionais e em justificar<br />

a tradição como produto ou manifestação<br />

<strong>de</strong> Deus; 2 a ontologismo-. tese segundo a qual o<br />

espírito humano frui um conhecimento do ser<br />

imediato e indubitável, conquanto parcial, sendo<br />

tal conhecimento a base <strong>de</strong> todo saber (v.<br />

ONTOLOGIA): 3 a escolasticismo: concepção da<br />

<strong>filosofia</strong> como instrumento para justificar as verda<strong>de</strong>s<br />

da religião.<br />

RUPTURAUil Zenissen hei t).Termo introduzido<br />

pelas <strong>filosofia</strong>s existencialistas. Para Jaspers,<br />

a R. do mundo se dá quando a busca da totalida<strong>de</strong><br />

absoluta, que tudo abarca, <strong>de</strong>semboca<br />

numa multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perspectivas, cada uma<br />

das quais é relativa a <strong>de</strong>terminado ponto <strong>de</strong><br />

vista e nenhuma, portanto, po<strong>de</strong> eqüivaler a<br />

um mundo (PhiL, I, pp. 64 ss.). Segundo Hei<strong>de</strong>gger,<br />

a R. do mundo ocorre com a ciência e<br />

a técnica, que organizam a separação entre o<br />

homem e a natureza (ErlüiüerungenzuHõl<strong>de</strong>rlin,<br />

pp. 271 ss.).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!