22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

SALTO 867 SANSIMONISMO<br />

religien.se, 1912). R. Otto chamou estes dois<br />

aspectos, respectivamente, <strong>de</strong> fascinante e tremendo<br />

(Das Heilige, 1917). Hei<strong>de</strong>gger, interpretando<br />

uma poesia <strong>de</strong> Hòl<strong>de</strong>rlin que i<strong>de</strong>ntifica<br />

a natureza com o S., consi<strong>de</strong>rou o S.<br />

como raiz do <strong>de</strong>stino dos homens e dos <strong>de</strong>uses:<br />

"O S. <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> inicialmente, acerca dos homens<br />

e dos <strong>de</strong>uses, quem serào, como serào e<br />

quando serào" (Hrlauteerungen zu Hòl<strong>de</strong>rlin.<br />

194.3, pp. 73-74). Hei<strong>de</strong>gger afirma também<br />

que "O S. nào é S. porque divino, mas o divino<br />

é divino porque S." (Ibíd., p. 58).<br />

SALTO (lat. Saltus; in. leap. fr. Saiit: ai.<br />

Sprutig; it. Salto). Termo empregado por Kierkegaarcl<br />

para indicar a "passagem qualitativa",<br />

brusca e sem mediação <strong>de</strong> uma categoria para<br />

outra ou <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong> vida para outra (p.<br />

ex., da vida ética para a vida religiosa) ou, em<br />

geral, <strong>de</strong> um estado para outro (p. ex., da inocência<br />

para o pecado, do pecado para a fé.<br />

etc). Kierkegaard opôs essa noção <strong>de</strong> S. ã noção<br />

hegeliana <strong>de</strong> mediação (v.) e ilustrou-a<br />

aproximando-a: l"do eutimema(x.)\ 2- da analogia<br />

e da indução; 3" cia teoria hegeliana. l ü<br />

Entimema é o silogismo contraído, no qual se<br />

omite uma premissa e se passa diretamente da<br />

premissa maior à conclusão ("Todos os animais<br />

são mortais, logo o homem é mortal") (Diário.<br />

VI A, 33). Nesse sentido, a palavra S. é encontrada<br />

em Kant com o mesmo uso: "S. (saltus)<br />

na <strong>de</strong>dução ou na prova é a conexão <strong>de</strong> uma<br />

premissa com a conclusão, <strong>de</strong> tal maneira que<br />

a outra premissa é negligenciada" (Logik. 1800,<br />

§ 91). 2 o A analogia estabelece uma relação<br />

entre coisas qualitativamente diferentes e a indução<br />

passa do particular ao universal (Diário. V<br />

A, 74). 3" A doutrina hegeliana sobre a mudança<br />

quantitativa que provoca uma mudança<br />

qualitativa é a fonte autêntica do conceito<br />

kierkegaardiano. Hegel dizia: "A água, com a<br />

mudança da temperatura, não só se torna mais<br />

ou menos quente, mas passa pelos estados sólido,<br />

gasoso e líquido. Esses estados diferentes<br />

nào nascem aos poucos, mas o próprio processo<br />

gradativo <strong>de</strong> mudança na temperatura é por<br />

eles interrompido, e o aparecimento <strong>de</strong> um<br />

novo estado é um salto. Qualquer mudança e<br />

qualquer morte, em lugar <strong>de</strong> ser um contínuo<br />

pouco a pouco é um truncamento do pouco a<br />

pouco e um salto da mudança quantitativa para<br />

a mudança qualitativa ( Wissenschaft <strong>de</strong>r Logik,<br />

I, seção III, cap. II, B; trad. it., pp. 418-419).<br />

Kierkegaard censura Hegel por haver limitado<br />

este conceito ao domínio da lógica (DerBegriff<br />

Angst, I, § 2: trad. it., p. 35 e nota). Jacobi, no<br />

entanto, usara a expressão salto mortale (em<br />

italiano) para caracterizar a passagem da fé ao<br />

conhecimento filosófico ( Werke, IV, pp. XL<br />

ss.), ao passo que Kant utilizou a mesma expressão<br />

para indicar a passagem da razào<br />

para a fé cega (Religion. B 158).<br />

SALVAÇÃO. V. RKDENÇÀO.<br />

SAMSARA. V. BIDISMO.<br />

SANÇÃO (lat. Sanctio; in. Sanction: fr.<br />

Sanction: ai. Sanktion; it. Sanzioue). Há dois<br />

conceitos para este termo, correspon<strong>de</strong>ntes às<br />

duas orientações fundamentais da ética (v.).<br />

l u No primeiro, que correspon<strong>de</strong> à ética dos<br />

fins. a S. é a conseqüência agradável ou dolorosa<br />

(recompensa ou castigo) que <strong>de</strong>terminada<br />

ação produz em <strong>de</strong>terminada or<strong>de</strong>nação (natural,<br />

moral ou jurídica). Neste caso, a natureza<br />

da S. <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da natureza da or<strong>de</strong>nação à qual<br />

se faz referência, existindo então S. naturais,<br />

morais e jurídicas, segundo a natureza da or<strong>de</strong>nação<br />

que a <strong>de</strong>termine.<br />

2" No segundo significado, a S. é, em geral,<br />

um estímulo à conduta. Este é o conceito <strong>de</strong> S.<br />

estabelecido por Bentham: "Os estimuladores<br />

da conduta transferem a conduta e suas conseqüências<br />

para a esfera das esperanças e dos temores:<br />

das esperanças que nos oferecem um<br />

exce<strong>de</strong>nte cie prazeres; dos temores que prevêem<br />

um exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> dor. Esses estimuladores<br />

po<strong>de</strong>m receber o nome <strong>de</strong> S." (Deo)itology,<br />

1834,1, 7). Este mesmo conceito <strong>de</strong> S. foi aceito<br />

pelos utilitaristas ingleses (cf. STI/AKT MILL.<br />

Clilítarianisni, cap. III) (v. PENA).<br />

SANQUIA. Um dos gran<strong>de</strong>s sistemas filosóficos<br />

hindus, segundo o qual existem duas<br />

substâncias opostas, mas ambas eternas e infinitas:<br />

as almas (purusba), que são múltiplas,<br />

simples e inativas, e a natureza (prakrti), que é<br />

única, complexa e dinâmica. Ksse sistema não<br />

admite a existência <strong>de</strong> uma divinda<strong>de</strong> reguladora<br />

do mundo. Tudo nasce da natureza e volta<br />

a ela por um movimento circular que se<br />

repete in<strong>de</strong>finidamente (cf. G. Trcci, História<br />

da <strong>filosofia</strong> indiana, 1957, cap. V. e a bibliografia<br />

respectiva).<br />

SANSIMONISMO (in. Saint-Simonism; fr.<br />

Saint-Simonisme; ai. Saint-Simonismus; it.<br />

Sansimonismo). Doutrina do con<strong>de</strong> Clau<strong>de</strong><br />

Henri <strong>de</strong> Saint-Simon (1760-1825), exposta em<br />

numerosos textos, sendo os principais: Introduetion<br />

aux travaux scientifiques du XIX siôcle,<br />

1807; Linduslrie, 1816-18; Nouveau christianisme,<br />

1825, etc. Saint-Simon é o verda<strong>de</strong>iro

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!