22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MODUS PONENS e MODUS TOLLENS 680 MONADA<br />

como a existência e a duração da coisa que<br />

existe e dura. chamo <strong>de</strong> atributo, e não M. ou<br />

qualida<strong>de</strong>" (Prínc. phii, I, 56). Esse conceito<br />

foi repetido por Spinoza (Et., I, <strong>de</strong>f. 5) e por<br />

Wolff, que diz: "O que não repugna às <strong>de</strong>terminações<br />

essenciais, mas não é <strong>de</strong>terminado por<br />

elas, chama-se M." (Ont, § 148). Por outro lado,<br />

a Lógica <strong>de</strong> Port-Royal não distinguiu o M. do<br />

atributo ou da qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>finindo-o como<br />

"aquilo que, sendo concebido na coisa <strong>de</strong> tal<br />

forma que não po<strong>de</strong> subsistir sem ela, <strong>de</strong>termina-a<br />

a ser <strong>de</strong> certa maneira e a ser <strong>de</strong>nominada<br />

correspon<strong>de</strong>ntemente" (I, 2). Dessa <strong>de</strong>finição,<br />

Locke aceitava a afirmação <strong>de</strong> que o M. não<br />

po<strong>de</strong> subsistir in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da substância<br />

e, assim, <strong>de</strong>finia M. como "as idéias complexas<br />

que, embora compostas, não contêm em si<br />

a suposição <strong>de</strong> subsistirem por si próprias, mas<br />

são consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong>pendências ou afecções<br />

das substâncias, tal como são as expressas pelas<br />

palavras 'triângulo', 'gratidão', homicídio',<br />

etc." (Ensaio, II, 12, 4).<br />

Faz parte <strong>de</strong>sse mesmo conceito o significado<br />

que Spinoza atribui ao termo, enten<strong>de</strong>ndo-o<br />

como "aquilo que está em outra coisa e cujo<br />

conceito se forma por meio <strong>de</strong>ssa outra coisa"<br />

(Et., l, 8, scol. 2). No entanto, segundo Spinoza,<br />

o M. <strong>de</strong>riva necessariamente da natureza divina<br />

e portanto se distingue do atributo pela sua<br />

particularida<strong>de</strong>, e não pela ausência <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>:<br />

M. são as coisas e os pensamentos particulares<br />

que expressam os atributos <strong>de</strong> Deus,<br />

pensamento e extensão (Ibid., I, 25 scol.; II, 1).<br />

3 Q Formas, espécies, aspectos, <strong>de</strong>terminações<br />

particulares cie um objeto qualquer. Esse<br />

significado é o mais geral e comum, sendo também<br />

o menos preciso.<br />

4 L> Especificação das figuras do silogismo,<br />

segundo a qualida<strong>de</strong> e a quantida<strong>de</strong> das premissas<br />

(v. FIGURA; SILOGISMO).<br />

MODUS PONENS e MODUS TOLLENS. Na<br />

lógica do séc. XVII. foram assim chamados os<br />

dois modos do silogismo hipotético: o primeiro,<br />

posto o antece<strong>de</strong>nte, põe o conseqüente<br />

(se A é, é B\ mas A é, portanto é B), e o segundo,<br />

retirado o conseqüente, retira o antece<strong>de</strong>nte<br />

(se A é, é B-. mas A não é, portanto não é B)<br />

(JUNGIUS, Lógica, 1638, III, 17. 10-11; WOLFF,<br />

Log., §§ 409-10).<br />

MOLECULAR, PROPOSIÇÃO (in. Molecular<br />

proposition; fr. Proposition moléculaire,<br />

ai. Molekular Satz; it. Proposizione molecolare).<br />

Termo que entrou em uso com o Tractatus<br />

<strong>de</strong> Wittgenstein; correspon<strong>de</strong>nte ã pro-<br />

positio hypothetica da Lógica <strong>de</strong> Boécio e dos<br />

escolásticos: é uma proposição formada por<br />

uma ou mais proposições atômicas (v.) ligadas<br />

por certas constantes lógicas, como "não", "c",<br />

"ou", "implica" ("se..., ...") (negação, conjunção,<br />

disjunção, implicação) e outras. Na lógica <strong>de</strong><br />

Russell as proposições funcionais correspon<strong>de</strong>m<br />

às proposições moleculares. G. P.<br />

MOLINISMO. V. GRAÇA.<br />

MOMENTO (in. Moment; fr. Moment; ai.<br />

Moment: it. Momento). 1. Conceito mecânico:<br />

ação instantânea <strong>de</strong> uma força sobre um corpo.<br />

É assim que Kant <strong>de</strong>fine o M. (Metaphysische<br />

Anfangsgríin<strong>de</strong> <strong>de</strong>r Naturwissenscbaft, Nota<br />

sobre a mecânica; Crít. K. Pura, Anal. dos<br />

princ, B, ao final).<br />

2. Conceito temporal: parte mínima <strong>de</strong> tempo,<br />

<strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> sucessão (cf. LOCKK, Ensaio,<br />

II, 14, 10).<br />

3. Conceito dialético: fase ou <strong>de</strong>terminação<br />

do <strong>de</strong>vir dialético: p. ex., possibilida<strong>de</strong> e aci<strong>de</strong>ntalida<strong>de</strong><br />

são "os M. da realida<strong>de</strong>" (HEGEL,<br />

Ene, § 145); a condição, a coisa e a ativida<strong>de</strong><br />

são "os três M. da necessida<strong>de</strong>" (HFGEL, ibid,,<br />

§ 148); o ser e o nada são "os M. do <strong>de</strong>vir"<br />

(HHGKL, Wissenschaft <strong>de</strong>rLogik, I, I, seç. I, cap.<br />

I, C, nota 2; trad. it., vol. 1, pp. 87 ss.), etc. Esse<br />

conceito <strong>de</strong> M. como fase dialética é o mais comum<br />

na <strong>filosofia</strong> contemporânea.<br />

4. Conceito lógico: fase ou estágio <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>monstração ou <strong>de</strong> um raciocínio qualquer.<br />

MÔNADA (lat. Monas; in. Monad; fr. Mona<strong>de</strong>-,<br />

ai. Mona<strong>de</strong>, it. Mona<strong>de</strong>). Por ter significado<br />

diferente <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> (v.), esse termo <strong>de</strong>signa<br />

uma unida<strong>de</strong> real inextensa, portanto<br />

espiritual. Giordano Bruno foi o primeiro a empregar<br />

esse termo nesse sentido, concebendo<br />

a M. como o minimnm, como unida<strong>de</strong> indivisível<br />

que constitui o elemento <strong>de</strong> todas as coisas<br />

(De mínimo, 1591; De Mona<strong>de</strong>, 159D. O termo<br />

foi retomado no mesmo sentido pelos neoplatônicos<br />

ingleses, especialmente por H. More,<br />

que elaborou o conceito das "M. físicas",<br />

inextensas, portanto espirituais, como componentes<br />

da natureza (Enchiridion Metaphysicum,<br />

1679, 1, 9, 3). A partir cie 1696, Leibniz<br />

lançou mão <strong>de</strong>sse termo para <strong>de</strong>signar a substância<br />

espiritual enquanto componente simples<br />

do universo. Segundo Leibniz, a M. é um átomo<br />

espiritual, uma substância <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong><br />

partes e <strong>de</strong> extensão, portanto indivisível.<br />

Como tal, não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sagregar-se e é eterna;<br />

só Deus po<strong>de</strong> criá-la ou anulá-la. Cada M. é diferente<br />

das outras, pois não existem na nature-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!