22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

SÁBIOS, SETE 866 SAGRADO ou SACRO<br />

vida<strong>de</strong> contemplativa, à qual se limitava o S.; as<br />

escolas pós-aristotélicas esten<strong>de</strong>m o caráter <strong>de</strong><br />

auto-suficiência do S. a todas as manifestações<br />

<strong>de</strong> sua vida, não limitada necessariamente à<br />

contemplação.<br />

4 a Renúncia. Foi nesse caráter que os estóicos<br />

latinos, Epicteto, Sêneca e Marco Aurélio<br />

mais insistiram. Em vista da distinção feita por<br />

Epicteto entre as coisas que o homem po<strong>de</strong><br />

dominar (seus estados <strong>de</strong> espírito), e as que ele<br />

não po<strong>de</strong> (as coisas exteriores), o S. <strong>de</strong>ve<br />

renunciar às coisas externas e colocar o bem<br />

e o mal unicamente nas que estão em seu<br />

po<strong>de</strong>r (Manual, 31). Isso implica a renúncia<br />

a ocupar-se das coisas e a aceitação da máxima<br />

"suporta e abstém-te" (A. GÉLIO, Noct. Att.,<br />

XVII, 19. 6).<br />

5 3 Consciência. Esta característica foi acrescentada<br />

à figura do S. pelo neoplatonismo, que<br />

exaltou principalmente a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhar<br />

para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si, extraindo tudo <strong>de</strong> si mesmo.<br />

Plotino diz: "O S. extrai <strong>de</strong> si mesmo aquilo<br />

que manifesta aos outros: olha apenas para si:<br />

não só ten<strong>de</strong> a unificar-se e a isolar-se das coisas<br />

exteriores, mas também está voltado para si<br />

e encontra em si todas as coisas" (Enn., III. 8,<br />

6; tf. I, 4, 4). Este movimento <strong>de</strong> olhar para si<br />

mesmo e encontrar tudo em si é a consciência<br />

(v.); segundo este ponto <strong>de</strong> vista, é só no S.<br />

que a consciência se realiza e vive.<br />

SÁBIOS, SETE (gr. Zocpioxai; in. Seven Sages;<br />

fr. Sept Sages; ai. Sieben Weisen. it. Sette<br />

Savi). Esse foi o nome dado a algumas personalida<strong>de</strong>s<br />

da Antigüida<strong>de</strong> grega que expressaram<br />

sua sabedoria em sentenças ou expressões<br />

brevíssimas; por esta última característica<br />

também receberam o nome <strong>de</strong> gnômicos. Eles<br />

foram enumerados <strong>de</strong> várias maneiras pelos<br />

escritores antigos. Tales. Bias, Pítaco e Sólon<br />

estão incluídos em todas as listas. Platão,<br />

que foi o primeiro a enumerá-los, acrescentou<br />

Cleóbulo, Míson e Quílon (Prot.. 343 a). A<br />

Tales atribui-se o ditado '•Conhece-te a ti mesmo"<br />

(DiÓG. I... I, 40); a Bias foram atribuídas as<br />

frases "A maioria é malvada" (Ibid. I, 88) e<br />

"Pelo fardo se conhece o homem" (ARISTÓTKI.KS,<br />

Et. nic, V, 1, 1029 b 1); a Pítaco, o ditado<br />

"Aproveita o dia <strong>de</strong> hoje" (DiÓG. L, I, 79); a<br />

Sólon, a máxima "Leva a sério as coisas importantes"<br />

e a expressão "Não mais além" (Ibid., I,<br />

60. 63); a Cleóbulo, a máxima "O melhor é a<br />

medida" (Ibid., I, 93): a Míson. o ditado "Procura<br />

as palavras nas coisas, e não as coisas nas<br />

palavras" (Ibid., I, 108): a Quílon, os ditados<br />

"Cuida <strong>de</strong> ti mesmo" e "Não <strong>de</strong>sejes o impossível"<br />

(Ibid., I, 70).<br />

SACERDOTALISMO (in. Sacerdotalism).<br />

Termo usado principalmente por escritores<br />

anglo-saxões para <strong>de</strong>signar a tendência a atribuir,<br />

em religião, a máxima importância ao<br />

aspecto eclesiástico e sacramentai, em <strong>de</strong>trimento<br />

do aspecto interior e espiritual.<br />

SACRIFÍCIO (in. Sacrifice, fr. Sacrifice, ai.<br />

Opfer, it. Sacrifício). Destruição <strong>de</strong> um bem ou<br />

renúncia ao mesmo, em honra à divinda<strong>de</strong>. O<br />

S. é uma das técnicas religiosas mais difundidas.<br />

Seu objetivo é a purificação <strong>de</strong> alguma<br />

culpa ou pecado: neste caso, é <strong>de</strong>sinteressado,<br />

ou seja, não tem objetivo utilitário imediato.<br />

Seu objetivo também po<strong>de</strong> ser a consagração,<br />

que é uma finalida<strong>de</strong> mais ou menos utilitária,<br />

pois consiste em persuadir a divinda<strong>de</strong> a dar<br />

garantias à coisa ou à pessoa que se consagra.<br />

Tanto a purificação quanto a consagração na<br />

maioria das vezes têm caráter simbólico, no<br />

sentido <strong>de</strong> que a dádiva sacrificada não tem<br />

apenas o valor econômico que a comunida<strong>de</strong><br />

lhe atribui, mas também certa relação simbólica<br />

com o objetivo (purificação ou consagração) da<br />

cerimônia sacrificai. Essas características po<strong>de</strong>m<br />

ser i<strong>de</strong>ntificadas nas técnicas sacrificais <strong>de</strong> todas<br />

as religiões, seja qual for seu grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

ou <strong>de</strong> refinamento intelectual<br />

(tf. S. RHINACH, Cultes. mythesetreligions, 1905;<br />

E. DIRKHEIM, Les formes élémentaires <strong>de</strong> Ia vie<br />

religieuse. 1912; A. LOISY, Essai bistorique sur<br />

le sacrifice. 1920; P. RADIN. Primitive Religkm.<br />

1937). '<br />

SAGACIDADE (gr. eiiouveaía; kit. Sagacitas;<br />

in. Sagacity, fr. Sagacité. ai. Sagazitãt; it. Sagacia).<br />

Perspicácia na investigação. Aristóteles<br />

i<strong>de</strong>ntificou a S. com o ato <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r (Et.<br />

nic, VI, 10, 1143 a 17), e Kant <strong>de</strong>finiu-a como<br />

"o dom natural que consiste em julgar por antecipação<br />

(judiciam praevíum) on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

encontrada a verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> aproveitar as menores<br />

circunstâncias para <strong>de</strong>scobri-la" (Antr., I,<br />

§ 56).<br />

SAGRADO ou SACRO (gr. íepóç; lat. Sacer,<br />

in. Sacred; fr. Sacré, ai. Heilig; it. Sacro). Objeto<br />

religioso em geral, ou seja, tudo o que é<br />

objeto <strong>de</strong> garantia sobrenatural ou que diz respeito<br />

a ela. Como essa garantia às vezes po<strong>de</strong> ser<br />

negativa ou proibitiva, o S. tem caráter duplo,<br />

<strong>de</strong> santo e sacrílego: S. porque prescrito e exaltado<br />

pela garantia divina, ou porque proibido<br />

ou con<strong>de</strong>nado pela mesma garantia (tf.<br />

DURKHKIM. les formes élémentaires <strong>de</strong> Ia vie

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!