22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

URDOXA ou URGLAUBE 985 ÚTIL<br />

mem quanto um <strong>de</strong>senho (Cat., I, Ia I-II). Essas<br />

<strong>de</strong>finições sào repetidas com freqüência na<br />

escolástica (p. ex., PEDRO HISPANO, Summ. Log.,<br />

301) e encontram-se em lógicos mais recentes<br />

(p. ex., JUNGIUS, Lógica hamburgensis, I, 2, 4-9).<br />

2. A lógica terminista julgou "imprópria" a<br />

referência dos dois termos aos objetos e julgou<br />

que eles <strong>de</strong>veriam referir-se propriamente apenas<br />

aos signos, ou seja, aos conceitos ou nomes.<br />

Desse ponto <strong>de</strong> vista, as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong><br />

Ockham são as seguintes. "U. é ou a palavra ou<br />

o signo convencional que correspon<strong>de</strong> a um<br />

único conceito ou, mais estritamente, 6 aquilo<br />

que, por si só, po<strong>de</strong> ser predicado <strong>de</strong> várias<br />

coisas, ou é o pronome <strong>de</strong>monstrativo <strong>de</strong> uma<br />

coisa. Equívoco, por outro lado, é o nome que,<br />

significando várias coisas, não está subordinado<br />

a um único conceito, mas é único signo <strong>de</strong><br />

vários conceitos ou intenções da alma. O U.<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>rivar do acaso, como acontece quando<br />

o nome <strong>de</strong> Sócrates 6 imposto a vários homens,<br />

ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação, quando se impõe certo nome<br />

a certas coisas e se o subordina a um único<br />

conceito, mas <strong>de</strong>pois, graças à semelhança <strong>de</strong>sse<br />

conceito com outros, esten<strong>de</strong>-se a outros o<br />

mesmo nome" (Surnma log., I, 13).<br />

Ainda hoje esses termos recebem as <strong>de</strong>finições<br />

terministas. As discussões sobre a natureza<br />

da Linivocida<strong>de</strong> tinham imediata ressonância<br />

teológica na Ida<strong>de</strong> Média; quanto à disputa entre<br />

os <strong>de</strong>fensores da linivocida<strong>de</strong> e os da analogicida<strong>de</strong><br />

do ser, v. ANALOGIA.<br />

URDOXA ou URGLAUBE. Husserl usou<br />

esse termo (que significa crença originária)<br />

para indicar a certeza que caracteriza a crença,<br />

ou seja, a referência segura da crença a um<br />

objeto existente (I<strong>de</strong>en, I, § 104) (v. CRENÇA).<br />

URPHAENOMENON. Termo usado por<br />

Goethe, que explicava da seguinte forma o seu<br />

conceito: "Na experiência, o mais das vezes captamos<br />

apenas casos que, com certa atenção, po<strong>de</strong>m<br />

ser enquadrados em rubricas empíricas<br />

gerais. Estas, por sua vez, subordinam-se a rubricas<br />

científicas que remetem mais além, <strong>de</strong> forma<br />

que acabamos conhecendo melhor algumas<br />

condições indispensáveis do que aparece.<br />

Daí para a frente, tudo se sistematiza gradualmente<br />

sob regras e leis superiores, que não se<br />

manifestam ao intelecto por meio <strong>de</strong> palavras<br />

e hipóteses, mas à intuição por meio <strong>de</strong> fenômenos.<br />

São estes os fenômenos que chamamos <strong>de</strong><br />

originários, porque na aparência nada está aci-<br />

ma <strong>de</strong>les, e, assim como antes subimos, eles nos<br />

permitem <strong>de</strong>scer gradualmente até o caso mais<br />

comum da experiência cotidiana". (Farbenlehre,<br />

1808, § 175).<br />

USIOLOGIA (in. Usiology, fr. Asiologie; ai.<br />

Usíologie, it. Usiologia). Doutrina das essências.<br />

Termo raro.<br />

USO (in. Use, fr. Usage, ai. Gehrauch; it.<br />

Uso). O ato ou o modo <strong>de</strong> empregar meios,<br />

instrumentos ou utensílios. Esse termo é usado<br />

em <strong>filosofia</strong> sobretudo com referência a instrumentos<br />

ou meios intelectuais ou com referência<br />

à própria razão. Kant falou <strong>de</strong> U. lógico da<br />

razão, por meio cio qual são feitas inferências<br />

imediatas, isto é, silogísticas, e <strong>de</strong> U. puro, por<br />

meio do qual a razão se faz "uma fonte especial<br />

<strong>de</strong> conceitos e <strong>de</strong> juízos". Este último é o<br />

U. dialético da razão {Críl. R. Pura, Dialética,<br />

Intr., II, B-C). Kant distinguiu também o II. teóricoc<br />

o U.prãtico&A razão ÍCrít. R. Pura, Pref.<br />

à segunda ed.) e finalmente fez a distinção entre<br />

U. empírico dos conceitos, que significa a<br />

sua referência a objetos da experiência possível,<br />

e U. transcen<strong>de</strong>ntal, que significa a sua referência<br />

a objetos que estão além <strong>de</strong> tal experiência<br />

(v. TRANSCENDENTAL).<br />

Wittgenstein lançou mão da noção <strong>de</strong> U.<br />

para <strong>de</strong>finir o significado dos termos lingüísticos:<br />

"Para uma ampla classe <strong>de</strong> casos — embora<br />

não para todos — nos quais empregamos a<br />

palavra 'significado', ela po<strong>de</strong> ser assim <strong>de</strong>finida:<br />

o significado <strong>de</strong> uma palavra é o seu II. na<br />

linguagem" (Philosophical Investigations, § 43)<br />

(v. LINGUAGEM; SIGNIFICADO).<br />

Os lógicos contemporâneos fazem a distinção<br />

entre U. <strong>de</strong> uma palavra e sua menção. Na<br />

frase "o homem é um animal racional", a palavra<br />

"homem" é usada mas não mencionada. Ao<br />

contrário, a frase "em português, a tradução <strong>de</strong><br />

man tem cinco letras", a palavra homem é<br />

mencionada mas não usada. Finalmente, na<br />

frase "a palavra homem tem cinco letras" a<br />

palavra homem é ao mesmo tempo usada e<br />

mencionada. Este último U. foj chamado pelos<br />

escolásticos <strong>de</strong> suposição material (v. SUPOSI-<br />

ÇÃO) e por Carnap <strong>de</strong> U. antônimo (CARNAP,<br />

lógica! Syntax ofLanguage, § 64; QUINE, Methods<br />

of Logic, § 7; CHURCH, Introductkm to<br />

Mathematical Logic, § 80).<br />

ÚTIL (in. Useful; fr. Utile, ai. Nützlícb; it.<br />

Utile). 1. O que é meio ou instrumento para<br />

um fim qualquer. Nesse sentido, a utilida<strong>de</strong><br />

foi <strong>de</strong>finida por Alberto Magno (S. Th., I, q. 8,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!