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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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SUMA 932 SUPERAR<br />

submetida a limites e condições, negando-se<br />

em todos os casos que ele possa valer como<br />

substância ou torça autônoma. Husserl diz: "O<br />

ego constitui-se por si mesmo na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma história. Ao se di7.er que, na constituição<br />

cio ego, estão contidas todas as constituições <strong>de</strong><br />

todos os objetos que existem para ele. imanentes<br />

e transcen<strong>de</strong>ntes, reais e i<strong>de</strong>ais, é preciso<br />

acrescentar que o sistema <strong>de</strong> constituições<br />

em virtu<strong>de</strong> das quais tais objetos existem para<br />

o ego só é possível no quadro <strong>de</strong> leis genéticas"<br />

(Cart. Med., 1931, 37). Desse ponto <strong>de</strong> vista, o<br />

S. 6 uma função, não unia substância ou uma<br />

força criadora. Hei<strong>de</strong>gger disse: "Se para o ente<br />

que nós somos e que <strong>de</strong>finimos como ser-aí<br />

for escolhido o termo sujeito, po<strong>de</strong>remos dizer:<br />

a transcendência implica a essência do S..<br />

é a estrutura fundamental da subjetivida<strong>de</strong>. Não<br />

que o S. exista antes como S. e <strong>de</strong>pois, no<br />

momento em que alguns objetos se revelem<br />

presentes, ele possa até mesmo transcendê-los.<br />

Ser S. significa ser existente na transcendência<br />

e enquanto transcendência" ( Vom Wesen <strong>de</strong>s<br />

(j'run<strong>de</strong>s, 1929. II; trad. it., p. 30). É preciso<br />

lembrar que, para Hei<strong>de</strong>gger. transcendência<br />

(v.) ê relação com o mundo; portanto, o S. é<br />

por ele i<strong>de</strong>ntificado com essa relação. De<br />

modo mais empírico, Dewey ressalta o caráter<br />

puramente funcional da subjetivida<strong>de</strong>: "Uma<br />

pessoa, ou — mais genericamente — um organismo,<br />

torna-se sujeito cognoscente em virtu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> seu empenho em operações <strong>de</strong> investigação<br />

controlada" (Logic, 1938, p. 526). Admitir<br />

que existe S. cognoscente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da<br />

investi-gaçào e anterior a ela significa supor algo<br />

que ê impossível verificar empiricamente e que,<br />

portanto, não passa <strong>de</strong> preconceito metafísico.<br />

Hssa idéia fora exposta por Dewey já em<br />

Studies in I.ogical Theory, <strong>de</strong> 1903 (cf. também<br />

ILxperience and Nature, 1926. cap. VI).<br />

SUMA. No séc. XII começou-se a <strong>de</strong>signar<br />

com este termo os breves tratados sistemáticos<br />

sobre algum conjunto <strong>de</strong> conhecimentos. Abelardo<br />

escrevia no prefácio â sua Introdução a<br />

Teologia-. "Kscrevi uma suma da sagrada erudição,<br />

como introdução â divina escritura" (P. /..,<br />

68°, col. 979). As S. costumavam ter como título<br />

a matéria tratada (S. <strong>de</strong> vitiis et virtutibits; S. <strong>de</strong><br />

articulís fi<strong>de</strong>í; S. sermonum; S. grammaticalis,<br />

S. logicalis; etc). Depois do séc. XIII, começouse<br />

a dar preferência a esse termo, em vez <strong>de</strong><br />

Sententiae. para título cias exposições sistemáticas<br />

<strong>de</strong> teologia. Os manuscritos da obra <strong>de</strong><br />

Pietro da Capua (escrita por volta <strong>de</strong> 1200) já<br />

recebem o título <strong>de</strong> Summa. Nas gran<strong>de</strong>s obras<br />

sistemáticas cio séc. XIII esse termo é usado<br />

qua^e com exclusivida<strong>de</strong>, (v. M. GRAHMANN,<br />

Gesçhichte <strong>de</strong>r scbolastischen Metbo<strong>de</strong>, II. pp.<br />

23 ss.).<br />

SUNITAS (in. Sitiantes-, fr. Sunnite, ai. Sunniten-,<br />

it. Suiaiiti). Corrente islamita ortodoxa<br />

que admite a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crenças práticas não<br />

prescritas no Alcorão, mas cuja origem seria o<br />

próprio Maomé. Os xiitas, ao contrário, negam<br />

o valor da tradição.<br />

SUPERADDITA, FORMA. Telésio extraiu<br />

essa expressão nos escolásticos <strong>de</strong> inspiração<br />

escOtista para <strong>de</strong>signara alma supranatural, diretamente<br />

infundida no homem por Deus, que<br />

ele ;idmite estar ao lado da natural e material,<br />

com» su}eAo da \iiAa Te'ngiosa e da aspiração<br />

do liomem pelo que está além da natureza. Ao<br />

contrário da alma natural, a forma S. não seria<br />

corruptível (De rei: nat., V. 3).<br />

SUPERAR (in. To sublate-, fr. Dépasser, ai.<br />

Aujheben; it. Superare). Termo tisado por Hegel<br />

para indicar o processo dialético que. ao<br />

mesmo tempo, conserva e elimina cada um <strong>de</strong><br />

seu.*! momentos. Hegel dizia: "Na língua, a palavni<br />

S. tem sentido duplo porqtie, por um lado,<br />

significa conservar, reter, e. por outro, fazer<br />

cessar, pôr tini. 'Conservar' já encerra o negativo,<br />

implica que algo foi privado <strong>de</strong> sua<br />

imediação, portanto <strong>de</strong> unia existência aberta a<br />

influências externas, com o fim <strong>de</strong> ser retido.<br />

Assim, o que é superado é ao mesmo tempo<br />

algo conservado que per<strong>de</strong>u apenas a imediação,<br />

mas nem por isso é anulado." (Wissenscbaft<br />

<strong>de</strong>r Logik, I, Livro I, seç. I, cap. 1. nota;<br />

tracl it., pp. 105-06). Kmbora Hegel, no mesmo<br />

trecho, faça um paralelo entre o significado<br />

cio termo alemão e o latim tollere, o uso em italiano<br />

estabeleceu a equivalência do termo com<br />

superar. Superação significa, conseqüentemente,<br />

progresso que conservou o qtie havia <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>iro nos momentos prece<strong>de</strong>ntes, levando-o<br />

a completar-se. Como exemplo <strong>de</strong>sse<br />

conceito, po<strong>de</strong>-se citar o que Hegel diz sobre a<br />

superação no domínio da <strong>filosofia</strong>. "Toda as <strong>filosofia</strong>s<br />

foram necessárias e ainda são; nenhuma<br />

<strong>de</strong>sapareceu, mas todas foram conservadas<br />

afiniiativamente na <strong>filosofia</strong> comei momentos<br />

<strong>de</strong> um todo: os princípios são conservados, e a<br />

<strong>filosofia</strong> mais recente é o resultado <strong>de</strong> todos os<br />

princípios prece<strong>de</strong>ntes: nesse sentido, nenhuma<br />

<strong>filosofia</strong> foi refutada. O que foi refutado<br />

não é o princípio <strong>de</strong> dada <strong>filosofia</strong>, mas apenas<br />

a suii pretensão <strong>de</strong> representar a conclusão últi-

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