22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MATHESIS UNIVERSALIS 653 MECANICISMO<br />

MATHESIS UNIVERSALIS. Foi assim que<br />

Leibniz (Op., ed. Erdmann, p. 8) chamou a arte<br />

combinatória ou característica universal (v.).<br />

Husserl retomou esse termo para <strong>de</strong>signar a<br />

lógica formal ou pura como "ciência eidética<br />

do objeto em geral", que ele assim caracteriza:<br />

"Objeto é para ela tudo e cada coisa; portanto<br />

po<strong>de</strong>m ser constituídas as verda<strong>de</strong>s infinitamente<br />

múltiplas que se distribuem nas inúmeras<br />

disciplinas da mathesis. Estas últimas,<br />

por outro lado, remetem a um pequeno patrimônio<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s imediatas ou fundamentais,<br />

que nas disciplinas puramente lógicas funcionam<br />

como axiomas" (I<strong>de</strong>en, I, § 10; Logische<br />

lintemtchungen, I, último cap.).<br />

MATRIMÔNIO. V. CASAMENTO.<br />

MATRIZES, MÉTODO DAS (in. Method of<br />

matrices; fr. Métho<strong>de</strong> <strong>de</strong>s matrices; it. Método<br />

<strong>de</strong>lle mairici). Método <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> tábuas<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> (y. TÁBUA); consiste na enumeração<br />

sistemática das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s para<br />

certo número <strong>de</strong> proposições simples, ou seja,<br />

na enumeração das combinações possíveis dos<br />

valores <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas proposições. Para<br />

uma proposição há duas possibilida<strong>de</strong>s (verda<strong>de</strong>ira<br />

ou falsa); para duas, quatro; em geral,<br />

para n proposições, 2" possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s.<br />

Esse método foi introduzido por Peirce<br />

numa obra <strong>de</strong> 1885 (Coll. Pap., 4.359-403), <strong>de</strong>senvolvido<br />

por Schrô<strong>de</strong>r (Álgebra <strong>de</strong>r Logik,<br />

1890) e empregado pelos lógicos poloneses,<br />

especialmente Lukasiewicz, para construção<br />

das lógicas polivalentes (que admitem o valor<br />

possível, além <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iro e falso) (cf.<br />

TARSKI, Logic, Semantics, Metamathematics,<br />

1956, cap. IV), sendo hoje adotado por gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> lógicos matemáticos (cf., p. ex.,<br />

BETH, Les fon<strong>de</strong>ments logiques <strong>de</strong>s mathématiques,<br />

1955, § 34).<br />

Esse método era conhecido na Antigüida<strong>de</strong>;<br />

Fílon <strong>de</strong> Mégara utilizou-o em sua análise das<br />

proposições condicionais, afirmando que tais proposições<br />

serão verda<strong>de</strong>iras nos seguintes casos:<br />

1) se o antece<strong>de</strong>nte e o conseqüente forem<br />

verda<strong>de</strong>iros; 2) se o antece<strong>de</strong>nte for falso e<br />

o conseqüente verda<strong>de</strong>iro; 3) se o antece<strong>de</strong>nte<br />

e o conseqüente forem falsos; e que serão falsas<br />

quando o antece<strong>de</strong>nte é verda<strong>de</strong>iro e o conseqüente<br />

é falso (SEXTO EMPÍRICO, Adv. math., I,<br />

309). V. CONDICIONAL; IMPLICAÇÃO.<br />

O método <strong>de</strong> matrizes geralmente serve<br />

para reconhecer se uma proposição do cálculo<br />

proposicional é verda<strong>de</strong>ira; por isso, po<strong>de</strong> ser<br />

enumerada entre as leis do cálculo (TARSKI,<br />

Introduction to Logic, § 13; CHURCII, Introduction<br />

to Mathematical Logic, I, § 15).<br />

MÁXIMA (lat. Máxima propositio-, in. Maxim,<br />

fr. Maxime, ai. Maxime, it. Massima). Este<br />

termo tem dois significados diferentes: l' J proposição<br />

evi<strong>de</strong>nte; 2- regra <strong>de</strong> conduta.<br />

l y O significado <strong>de</strong> proposição evi<strong>de</strong>nte é o<br />

mais antigo e se encontra estabelecido a propósito<br />

da teoria dos lugares lógicos. Boécio chamou<br />

<strong>de</strong> "proposição máxima" a proposição<br />

in<strong>de</strong>monstrável mas evi<strong>de</strong>nte (In top. Cicer., I;<br />

De diff. topicis, II; em /•>. L., 64 L> , col. 1151,<br />

1185), e esse significado permaneceu na lógica<br />

medieval. "A proposição máxima" — diz Pedro<br />

Hispano — "é a proposição mais conhecida ou<br />

mais primitiva possível, como, p. ex., 'O todo é<br />

maior que sua parte'" (Summ. log., 5.07). Mais<br />

tar<strong>de</strong>, acentuou-se algumas vezes o caráter <strong>de</strong><br />

probabilida<strong>de</strong> da máxima: por máxima Jungius<br />

enten<strong>de</strong> "um enunciado universal maximamente<br />

provável" (log. bamburgensis, 1638, V, 3, 5).<br />

Nesse significado, que é sinônimo <strong>de</strong> axioma,<br />

essa palavra era utilizada por Locke (Ensaio, IV,<br />

12, 1) e por Leibniz (Nouv. ess., IV, 126). Agora<br />

não é usada, tendo sido substituída pelo termo<br />

axioma.<br />

2 Q Foram os moralistas franceses da segunda<br />

meta<strong>de</strong> do séc. XVII os primeiros a empregar<br />

esse termo para <strong>de</strong>signar uma regra moral.<br />

La Rochefoucauld intitulou sua coletânea <strong>de</strong><br />

pensamentos Réflexions ou sentences et maximes<br />

mon<strong>de</strong>s, (1665); Kant aceitou este uso,<br />

enten<strong>de</strong>ndo por M. uma regra <strong>de</strong> comportamento<br />

em geral. Distinguia a M., como "princípio<br />

subjetivo da vonta<strong>de</strong>", da lei, que é o princípio<br />

objetivo, universal <strong>de</strong> conduta. O indivíduo<br />

po<strong>de</strong> assumir como M. a lei, outra regra ou<br />

mesmo afastar-se da lei (CirundlegungzurMet.<br />

<strong>de</strong>rSitten, I, 1, nota; Crít. R. Prática, § 1. Def.;<br />

Religion, I, Obs.). Este segundo significado é o<br />

único que ficou.<br />

MECANICISMO (in. Mechanism- fr. Mécanisme,<br />

ai. Mecanismus-, it. Meccanicismo).<br />

Toda doutrina que recorra à explicação mecanicista.<br />

Enten<strong>de</strong>-se por explicação mecanicista<br />

a que utiliza exclusivamente o movimento dos<br />

corpos, entendido no sentido restrito <strong>de</strong> movimento<br />

espacial. Nesse sentido, é mecanicista a<br />

teoria da natureza que não admite outra explicação<br />

possível para os fatos naturais, seja qual<br />

for o domínio a que eles pertençam, além daquela<br />

que os interpreta como movimentos ou<br />

combinações <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> corpos no<br />

espaço. O M. po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado: l e uma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!