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Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

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MEIO" (•>=>'<br />

assim como a natureza, é mais acurada e melhor<br />

que qualquer arte, <strong>de</strong>verá ten<strong>de</strong>r precisamente<br />

para o justo meio" (Et. uic, II, 6. 1106 b<br />

8). Contudo, o justo meio é <strong>de</strong>finição apenas<br />

da virtu<strong>de</strong> ética (v.) ou moral, porque só ela diz<br />

respeito a paixões ou ações suscetíveis cie excesso<br />

ou <strong>de</strong>ficiência (cf. também S. TOMÁS. S.<br />

lh., I. II, q. 59, a. 1) (v. VIRTIIDH).<br />

MEIO 2 (in. Means; fr. Moyen; ai. Mittek it.<br />

Mczzo). 1. Tudo o que possibilita alcançar<br />

um fim. cumprir um objetivo ou realizar um<br />

projeto. Sobre a relação entre M. e fim. v.<br />

VAI.OR.<br />

2. Ambiente, especialmente o biológico.<br />

Nesse sentido, essa palavra correspon<strong>de</strong> ao francês<br />

milieit, que começou a ser usada com esse<br />

significado em meados cio século passado (v. AM-<br />

BIKNTK).<br />

MELANCOLIA (gr. ui/Uxç xoW|; in. Melemcholia;<br />

fr. Mélaucolie, ai. Melancholíe: it. Melanconia).<br />

Propriamente, humor negro (v. TKM-<br />

PF.RAMHNTO). Fm linguagem comum, tristeza<br />

sem motivo.<br />

MELIORISMO (in. Meliorism. fr. Méliorísme,<br />

ai. Meliorism us\ it. Megliorismo). Palavra<br />

recente, usada sobretudo pelos escritores<br />

anglo-saxòes para indicar uma visão <strong>de</strong> mundo<br />

que não é pessimista nem otimista, mas guiada<br />

pela esperança do melhor e pela vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

realizá-lo.<br />

MEMÓRIA (gr. uviíur]; lat. Memória; in.<br />

Memoiy fr. Mémoire-, ai. Gedachtnis-, it. Memória).<br />

Possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dispor cios conhecimentos<br />

passados. Por conhecimentos passados<br />

é preciso enten<strong>de</strong>r os conhecimentos que, <strong>de</strong><br />

qualquer modo, já estiveram disponíveis, e não<br />

já simplesmente conhecimentos cio passado. O<br />

conhecimento do passado também po<strong>de</strong> ter<br />

formação nova: p. ex., dispomos agora <strong>de</strong><br />

informações acerca do passado <strong>de</strong> nosso planeta<br />

ou <strong>de</strong> nosso universo que não são recordações.<br />

Conhecimento passado também não é<br />

simplesmente marca, vestígio, pois estas são<br />

coisas presentes, não passadas. A tristeza ou a<br />

imperfeição física causadas por um aci<strong>de</strong>nte<br />

não são a M. <strong>de</strong>sse aci<strong>de</strong>nte, apesar <strong>de</strong> serem<br />

vestígios <strong>de</strong>le, ao passo que a recordação po<strong>de</strong><br />

estar disponível e pronta, sem precisar da ajuda<br />

<strong>de</strong> nenhum vestígio, como no caso da fórmula<br />

para o matemático e, em geral, das lembranças<br />

<strong>de</strong>correntes da formação ou <strong>de</strong> hábitos profissionais.<br />

A M. parece ser constituída por duas condições<br />

ou momentos distintos: 1" conservação ou<br />

MEMÓRIA<br />

persistência <strong>de</strong> conhecimentos passados que.<br />

por serem passados, não estão mais à vista:<br />

é a retentiva; 2" possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evocar, quando<br />

necessário, o conhecimento passado e <strong>de</strong><br />

torná-lo atual ou presente: é propriamente a<br />

recordação. Esses dois momentos já foram clistinguiclos<br />

por Platão, que os chamou respectivamente<br />

<strong>de</strong> "conservação <strong>de</strong> sensações" e "reminiscência"<br />

(Fii, 34 a-c). e por Aristóteles, que<br />

utiliza esses mesmos termos. Aristóteles também<br />

propõe claramente o problema <strong>de</strong>corrente<br />

da conservação da representação como marca<br />

(impressão) <strong>de</strong> um conhecimento passado:<br />

"Se em nós permanecer algo semelhante a uma<br />

marca ou a uma pintura, como po<strong>de</strong> a percepção<br />

<strong>de</strong>ssa marca ser M. <strong>de</strong> alguma outra coisa<br />

e não apenas <strong>de</strong> si? De fato. quem lembra vê<br />

apenas a marca e só <strong>de</strong>la tem sensação; como<br />

po<strong>de</strong> então lembrar o que não está presente?"<br />

(DeMeni.. 1, 450 b 17). A resposta <strong>de</strong> Aristóteles<br />

a essa questão é que a marca na alma é como<br />

um quadro que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado por si ou<br />

pelo objeto que representa. F. diz: "Assim como<br />

um animal pintado num quadro é animal e<br />

imagem, sendo ao mesmo tempo ambas as coisas,<br />

ainda que o ser <strong>de</strong>ssas coisas não seja o<br />

mesmo, po<strong>de</strong>ndo ele ser consi<strong>de</strong>rado como<br />

animal ou como imagem, também a imagem<br />

mnemônica que está em nós <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como objeto por si mesmo e, ao mesmo<br />

tempo, como representação <strong>de</strong> alguma outra<br />

coisa" (fbid, 450 b 21). Segundo Aristóteles, a<br />

explicação do processo da M., tanto como retentiva<br />

quanto como recordação, é inteiramente<br />

física: a retentiva e a produção <strong>de</strong> impressão<br />

<strong>de</strong>correm <strong>de</strong> um mofimento, assim como <strong>de</strong><br />

um movimento <strong>de</strong>corre a lembrança/recordação.<br />

Contudo, a recordação, ao contrário da<br />

retentiva, é uma espécie <strong>de</strong> <strong>de</strong>dução (silogismo),<br />

pois "quem recorda <strong>de</strong>duz que já escutou ou<br />

percebeu aquilo <strong>de</strong> que se lembra; isso é uma<br />

espécie <strong>de</strong> busca" (Ibici., 453 a 11). Portanto, a<br />

recordação é própria apenas dos homens. Com<br />

isso, Aristóteles evi<strong>de</strong>nciava outra característica<br />

fundamental da M. como recordação: seu caráter<br />

ativo <strong>de</strong> <strong>de</strong>liberação ou <strong>de</strong> escolha. A análise<br />

platõnico-aristotélica cia M. trouxe à baila<br />

os seguintes aspectos: a) distinção entre retentiva<br />

e recordação; b) o reconhecimento do caráter<br />

ativo ou voluntário da recordação, diante do<br />

caráter natural ou passivo da retentiva; c) base<br />

física da recordação como conservação <strong>de</strong><br />

movimento ou movimento conservado. Po<strong>de</strong>se<br />

dizer que esses aspectos não mudaram ao

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