22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

EXPERIMENTO CRUCIAL 415 EXPLICAÇÃO 2<br />

(Crít. R. Pura, Prefácio à 2 a edição). Ainda<br />

aqui se trata <strong>de</strong> uma experiência controlada.<br />

Clau<strong>de</strong> Bernard, porém, às vezes chamava o<br />

E. <strong>de</strong> experiência, enten<strong>de</strong>ndo com isso<br />

"uma observação provocada com o fim <strong>de</strong> dar<br />

origem a uma idéia" (Introduction à Vétu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ia mé<strong>de</strong>cine expérimentale, 1865, I, § 6).<br />

EXPERIMENTO CRUCIAL. V. CRUCIAL<br />

EXPIAÇÃO (gr. SÍKti; lat. Expiatio; in.<br />

Atonement; fr. Expiation; ai. Sühne, it. Espíazione).<br />

Efeito salutar da pena. Platão consi<strong>de</strong>rou<br />

a E. como o meio <strong>de</strong> curar as doenças<br />

da alma e acreditou que, assim como a economia<br />

liberta da pobreza e a medicina liberta<br />

da doença, também a justiça liberta da intemperança<br />

e da injustiça (Górg., 478 a) (v. PENA).<br />

EXPLICAÇÃO 1 (lat. Explicatio; in. Explication;<br />

fr. Explication; ai. Auslegung; it. Esplicazione).<br />

O contrário <strong>de</strong> complicação (v.).<br />

EXPLICAÇÃO 2 (in. Explanation, Explication;<br />

fr. Explication, ai. Erklárung; it. Spiegazione).<br />

Em geral, todo processo ten<strong>de</strong>nte a<br />

<strong>de</strong>terminar o porquê <strong>de</strong> um objeto, a tornar<br />

um discurso ou uma situação clara e acessível<br />

ao entendimento ou a eliminar dificulda<strong>de</strong>s e<br />

conflitos <strong>de</strong> uma situação. Esse termo, já usado<br />

por Cícero nesse sentido (Definíbus, III, 4, 14;<br />

De nat. <strong>de</strong>or, III, 24, 62, etc), foi retomado<br />

por Nicolau <strong>de</strong> Cusa no sentido <strong>de</strong> manifestação:<br />

"Deus é a complicação <strong>de</strong> todas as coisas,<br />

porque todas as coisas estão nele; e é a explicação<br />

<strong>de</strong> todas as coisas porquanto ele está<br />

em todas as coisas" (De docta ignor., II, 3). Sob<br />

a metáfora do "aplainar", "enten<strong>de</strong>r", "tornar<br />

explícito", esse termo oculta uma multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> significados que po<strong>de</strong>m ser distinguidos segundo<br />

as situações a que fazem referência.<br />

Temos, então, que:<br />

l e em face <strong>de</strong> um termo, explicar significa<br />

<strong>de</strong>terminar seu significado, interpretá-lo (v. IN-<br />

TERPRETAÇÃO);<br />

2 a em face <strong>de</strong> um enunciado analítico, explicar<br />

significa substituir o enunciado em questão<br />

por um enunciado menos vago, mais exato<br />

ou, se possível, próprio <strong>de</strong> uma linguagem formal<br />

(CARNAP, Meaning and Necessity, § 2).<br />

3 a em face <strong>de</strong> uma situação humana <strong>de</strong> conflito,<br />

explicar significa eliminar as causas ou os<br />

motivos do conflito;<br />

4 e em face <strong>de</strong> um objeto em geral, seja ele<br />

coisa, evento ou pessoa, explicar significa fornecer<br />

o porquê <strong>de</strong> ele ser ou acontecer.<br />

Desses quatro significados, é ao quarto que<br />

se refere o problema específico da natureza da<br />

E. As várias doutrinas que a <strong>filosofia</strong> e a metodologia<br />

da ciência apresentaram sobre a natureza<br />

da E. versam todas sobre o significado do<br />

porquê e sobre as possíveis respostas que ele<br />

po<strong>de</strong> ter. Desse ponto <strong>de</strong> vista, po<strong>de</strong>m ser<br />

distinguidas duas espécies fundamentais <strong>de</strong><br />

técnicas explicativas: A) técnica explicativa causai;<br />

B) técnicas explicativas condicionais.<br />

A) Existem dois tipos <strong>de</strong> E. causai, correspon<strong>de</strong>ntes<br />

aos dois conceitos fundamentais <strong>de</strong><br />

causalida<strong>de</strong> que se alternaram na tradição filosófica<br />

e científica (v. CAUSALIDADE): a) o conceito<br />

<strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> como <strong>de</strong>dutibilida<strong>de</strong>, b) o conceito<br />

<strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> como uniformida<strong>de</strong>. Como<br />

esses dois conceitos <strong>de</strong> causalida<strong>de</strong> têm a pretensão<br />

<strong>de</strong> possibilitar uma previsão infalível,<br />

por E. causai po<strong>de</strong>-se enten<strong>de</strong>r, em geral, toda<br />

técnica que permita a previsão infalível <strong>de</strong> um<br />

objeto. Mas como a previsão infalível só é possível<br />

quando se trata <strong>de</strong> objetos necessários, ou<br />

seja, que não po<strong>de</strong>m não ser ou não po<strong>de</strong>m<br />

ser diferentemente do que são, a E. causai é,<br />

em todos os casos, a <strong>de</strong>monstração da necessida<strong>de</strong><br />

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!