22.06.2013 Views

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

Dicionario de filosofia.pdf - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

GESTALTPSYCHOLOGIE 485 GNOSTICISMO<br />

do <strong>de</strong> coisas ao mesmo tempo" (Logic, I, 2, § 3).<br />

Essa significação não prevaleceu na lógica contemporânea,<br />

que consi<strong>de</strong>ra singular o termo<br />

cuja conotação impe<strong>de</strong> sua aplicação a mais <strong>de</strong><br />

uma coisa real, sendo G. o termo que não é<br />

singular nesse sentido. Lewis diz: "Saber se um<br />

termo concreto é singular ou geral é questão<br />

<strong>de</strong> conotação, não <strong>de</strong> <strong>de</strong>notação, ainda que um<br />

termo singular não possa <strong>de</strong>notar mais <strong>de</strong> uma<br />

coisa. 'O objeto vermelho da minha mesa' é um<br />

termo singular, e 'Objeto vermelho sobre minha<br />

mesa' é um termo G., in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

dos objetos vermelhos que se encontram em<br />

cima da minha mesa" (Analysis of Knowledge<br />

and Valuation, p. 45). Nesse sentido, o G. nada<br />

tem a ver com o universal: este é obtido com o<br />

uso do operador todos e refere-se à <strong>de</strong>notação,<br />

não à conotação <strong>de</strong> um termo. Por conseguinte,<br />

proposição G. é a que se chama função proposicional<br />

(v. FUNÇÃO), na qual o sujeito fica<br />

in<strong>de</strong>terminado. Dewey também insistiu na diferença<br />

entre G. e universal, negando que a<br />

proposição "se humano, então mortal" seja<br />

equivalente à proposição "todo homem é mortal.<br />

"São coisas radicalmente diferentes", disse<br />

Dewey, "formular proposições sobre traços ou<br />

características que <strong>de</strong>screvem uma espécie fazendo<br />

abstração <strong>de</strong> cada exemplar da espécie<br />

e formular proposições abstratas sobre abstrações"<br />

(Logic, XIX, § 2, trad. it., p. 497-98).<br />

GESTALTPSYCHOLOGIE. V. PSICOLOGIA<br />

GIMNOSOFISTAS (gr. yu^vooocpvoTÍ; lat.<br />

Gymnosophistae; in. gymnosophists; fr. Gymnosophistes;<br />

ai. Gymnosophisten; it. Gimnosofisti).<br />

Os "sábios nus" da índia; assim foram chamados<br />

os faquires pelos escritores gregos (ARIS-<br />

TÓTELES, Fragm., 35; ESTRABÃO, 16, 2, 39; PLU-<br />

TARCO, Alex., 64, etc). Pirro, o fundador do<br />

cepticismo, visitou os G. na índia e imitou seus<br />

costumes (DIÓG. L, IX, 61).<br />

GIOBERTTSMO. V. ONTOLOGISMO.<br />

GLÓRIA (lat. Gloria; in. Glory; fr. Gloire; ai.<br />

Glorie; it. Gloria). Na terminologia bíblica e<br />

escolástica, G. é, por um lado, a homenagem<br />

que o homem faz a Deus e, por outro, a recompensa<br />

que Deus dá ao homem, acolhendo-o<br />

em Sua fruição. Com esta última significação S.<br />

Tomás diz que a G. é "a perfeita fruição <strong>de</strong><br />

Deus" (S. Th., III, q. 53, a. 3). Foi com esse sentido<br />

que Spinoza i<strong>de</strong>ntificou o amor intelectual<br />

<strong>de</strong> Deus com a G. da qual fala a Bíblia: "Esse<br />

amor ou beatitu<strong>de</strong> é chamado <strong>de</strong> G. nos livros<br />

sagrados, não sem razão. Pois tal amor, refirase<br />

ele a Deus, ou à mente, po<strong>de</strong> ser chamado<br />

<strong>de</strong> satisfação da alma, que na realida<strong>de</strong> não<br />

se distingue da G." (Et., V, 36, Schol.). Descartes<br />

atribuíra significado puramente mundano<br />

a esse termo, consi<strong>de</strong>rando a G. como "uma<br />

espécie <strong>de</strong> G. fundada no amor que se sente<br />

por si mesmo e <strong>de</strong>riva da impressão da esperança<br />

<strong>de</strong> louvor por parte dos outros" (Pass. <strong>de</strong><br />

Vâme, art. 204).<br />

GNÔMICO (in. Gnomical; fr. Gnomique; ai.<br />

Gnomisch; it. Gnomicó). Quem se expressa<br />

por meio <strong>de</strong> breves sentenças morais, como fizeram<br />

os Sete Sábios (v. SÁBIOS), que, por isso,<br />

foram chamados <strong>de</strong> Gnômicos.<br />

GNOSIOLOGIA. V. TEORIA DO CONHECI-<br />

MENTO.<br />

GNOSTICISMO (gr. yvüaiç, in. Gnosticism;<br />

fr. Gnosticisme; ai. Gnosticismus; it. Gnosticismd).<br />

Foram assim <strong>de</strong>signadas algumas correntes<br />

filosóficas que se difundiram nos primeiros<br />

séculos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Cristo no Oriente e no Oci<strong>de</strong>nte.<br />

A literatura que produziram era rica e<br />

variada, mas per<strong>de</strong>u-se, à exceção <strong>de</strong> poucos<br />

textos conservados em traduções coptas, chegando<br />

até nós apenas através dos trechos mencionados<br />

e, ao mesmo tempo, refutados pelos<br />

Padres Apologistas. O G. é uma primeira tentativa<br />

<strong>de</strong> <strong>filosofia</strong> cristã, feita sem rigor sistemático,<br />

com a mistura <strong>de</strong> elementos cristãos míticos,<br />

neoplatônicos e orientais. Em geral, para os<br />

gnósticos o conhecimento era condição para<br />

a salvação, don<strong>de</strong> esse nome, que foi adotado<br />

pela primeira vez pelos Ofitas ou Socieda<strong>de</strong> da<br />

Serpente, que mais tar<strong>de</strong> se dividiram em numerosas<br />

seitas. Estas utilizavam textos religiosos<br />

atribuídos a personalida<strong>de</strong>s bíblicas, tal<br />

como o Evangelho <strong>de</strong> Judas, mencionado por<br />

Irineu (Adv. haer., I, 31,1). Outros textos <strong>de</strong>ssa<br />

espécie foram encontrados em traduções<br />

coptas; entre eles, o mais importante é Pistis<br />

Sophia (publicado em 1851), que expõe em<br />

forma <strong>de</strong> diálogo entre o Salvador ressuscitado<br />

e seus discípulos, especialmente Maria Madalena,<br />

a queda e a re<strong>de</strong>nção <strong>de</strong> Pistis Sophia,<br />

ser pertencente ao mundo dos Eons (v.), bem<br />

como o caminho da purificação do homem por<br />

meio da penitência. Os principais gnósticos<br />

dos quais temos notícia são: Basíli<strong>de</strong>s, Carpócrates,<br />

Valentim e Bar<strong>de</strong>sane, cujas doutrinas<br />

são conhecidas pelas refutações feitas por Clemente<br />

<strong>de</strong> Alexandria, Irineu e Hipólito. Uma<br />

das teorias mais típicas do G. é o dualismo<br />

dos princípios supremos (admitido, p. ex., por<br />

Basili<strong>de</strong>s), ligado a concepções orientais. A<br />

tentativa <strong>de</strong> união entre os dois princípios,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!